Indapamida: o que você deve saber sobre ela

A indapamida é um medicamento prescrito no tratamento da hipertensão. Ela tem baixo custo, poucos efeitos colaterais e pode ser usada em conjunto com outros medicamentos. Saiba mais sobre ela e sua importância para a hipertensão.
Indapamida: o que você deve saber sobre ela

Última atualização: 19 junho, 2021

A indapamida é um medicamento utilizado no tratamento da hipertensão. É um diurético, mais precisamente da família das tiazidas. Foi um dos primeiros medicamentos a se mostrar eficaz no controle da pressão arterial em comparação com um placebo.

Alguns estudos a indicam como tratamento inicial preferencial para hipertensão. Em parte, isso se deve ao seu baixo preço (não tem marca registrada, é genérica) e a possibilidade se seu uso junto a outros medicamentos, além de efeitos colaterais reduzidos. Te ensinaremos tudo o que você precisa saber sobre ela a seguir.

Para que é usada a indapamida?

Indapamida
A indapamida atua no rim promovendo a eliminação de água e alguns eletrólitos, o que reduz o volume de sangue e, consequentemente, a pressão arterial.

A indapamida pertence à família dos diuréticos tiazídicos que atuam inibindo a absorção de sódio pelos rins. Isso significa que o excesso é eliminado com a urina, o que por sua vez ajuda a reduzir a retenção de líquidos. Ter menos fluidos no sangue reduz a pressão arterial e ajuda a manter a doença sob controle.

A substância ajuda no controle da hipertensão, mas não na cura. O tratamento é, portanto, permanente, mesmo quando o paciente já não apresenta sintomas.

Além de ser usada para tratar a hipertensão, a Food and Drug Administration ( FDA ) também a recomenda para a insuficiência cardíaca congestiva.

As evidências indicam que esta droga é particularmente útil para reduzir os níveis de pressão arterial sistólica. Por esse motivo, estudos recomendam seu uso em idosos com essa condição isolada. Sua ingestão não substitui a necessidade de uma dieta hipossódica, hábito que todo hipertenso deve ter em seu dia a dia.

É muito comum que ela seja prescrita juntamente a outro medicamento, como o perindopril. Na verdade, vários estudos e pesquisas sugerem tomá-los juntos. A utilidade de associar os efeitos vasorrelaxantes da indapamida a bloqueadores dos canais de cálcio foi confirmada pelas evidências.

Como a indapamida é administrada?

O medicamento só pode ser tomado por via oral. As doses variam dependendo do contexto,de acordo com base a idade, peso, gravidade da doença e possíveis interações medicamentosas. Em geral, a dose varia de 1,25 a 5 miligramas.

Geralmente o tratamento começa com a dose mais baixa, que vai aumentando ao longo das semanas, o que dá tempo para avaliar os efeitos e tolerância do corpo. Se a redução da pressão for favorável e não houver consequências óbvias, o especialista procederá com o aumento da dosagem.

Caso os resultados esperados não sejam alcançados, outro medicamento será prescrito como complemento. Geralmente a dose é tomada uma vez ao dia, todos os dias. A frequência e o uso do medicamento podem variar dependendo da condição do paciente. Caso se esqueça de tomar um comprimido, tome-o assim que se lembrar. A menos que a hora da sua próxima dose esteja muito próxima.

O medicamento deve ser armazenado em local seco e à temperatura ambiente. Será bom deixá-lo na embalagem original, sempre com a tampa fechada. Ele deve ser mantido fora do alcance das crianças, para evitar episódios de intoxicação por ingestão acidental.

Contra-indicação ao uso de indapamida

Apesar de estar entre os medicamentos mais utilizados no tratamento da hipertensão, a indapamida não é isenta de contraindicações. Os contextos em que seu uso deve ser limitado são os seguintes:

Gravidez

Devido à falta de estudos a esse respeito, o uso do medicamento não é recomendado para mulheres grávidas ou lactantes.

Embora aumentos na pressão arterial sejam bastante comuns durante a gravidez, geralmente eles são tratados com outros medicamentos aprovados por pesquisas. Bloqueadores dos canais de cálcio como a nifedipina são um exemplo.

Doenças crônicas

Essas doenças incluem diabetes e insuficiência renal. Embora o uso do medicamento seja comprovado como seguro pelas evidências quando as duas doenças estão controladas, sabe-se que o uso de diuréticos tiazídicos pode ser contraproducente se houver desequilíbio.

Por esse motivo, o especialista deve ser informado se você sofre de uma dessas duas doenças. Desta forma, você poderá acompanhar os possíveis efeitos colaterais. Você também deve informar o seu médico se tiver problemas de fígado.

Síncope

Embora a razão ainda não seja totalmente compreendida, descobriu-se que o medicamento pode piorar episódios de síncope e até mesmo causá-los se for tomado na presença de outras doenças (como a síndrome do QT longo). É preciso ter cuidado se optar por tomar o remédio, pois pode aumentar o risco de quedas.

Gota

Pacientes com gota devem ter cuidado ao tomar indapamida.
A gota é uma doença inflamatória crônica caracterizada por dor intensa e inchaço em algumas articulações.

Estudos indicam que a indapamida está relacionada ao aumento do ácido úrico no corpo. É por isso que seu uso é contraindicado em pacientes que sofrem de gota ou pelo menos com tendência a desenvolvê-la. Se o especialista não encontrar uma alternativa, o monitoramento recorrente dos níveis de ácido úrico deve ser feito para evitar complicações.

Outras condições que podem piorar com o uso do medicamento são hipotensão, alergia ao componente básico do medicamento, uso de certos medicamentos, lúpus e desequilíbrios crônicos da tireoide.

Não existem dados suficientes sobre como o medicamento atua em crianças ou adolescentes. Se houverem sintomas de hipertensão infantil e você optar por tomá-lo, os resultados, os possíveis efeitos colaterais e a eficácia a longo prazo devem ser cuidadosamente considerados.

Efeitos colaterais do medicamento

Como acontece com qualquer medicamento, o uso de indapamida pode levar ao desenvolvimento de efeitos colaterais. O mais perceptível é o aumento da micção. Esse efeito geralmente dura de 4 a 6 horas após a ingestão do medicamento, embora possa ser mais extenso, dependendo do caso.

Outros efeitos colaterais comuns são:

Na maioria dos casos, os efeitos costumam desaparecer com a adesão ao medicamento; em outros casos, duram vários meses. Embora sejam raros, também é possível desenvolver:

Se o paciente for alérgico à indapamida, terá urticária, inchaço da garganta, língua e problemas respiratórios. Neste caso, é necessário consultar um especialista o mais rápido possível e suspender temporariamente sua ingestão.

Observe que o uso deste e de outros medicamentos só deve ser realizado sob supervisão médica. A automedicação é contraindicada, pois até doenças potencialmente fatais podem se desenvolver.

Se você suspeitar que tem hipertensão, marque uma consulta com um especialista para obter um diagnóstico preciso e um tratamento direcionado.



  • Achimastos, A., Liberopoulos, E., Nikas, S., Bairaktari, E., Miltiadous, G., Tsimihodimos, V., & Elisaf, M. The effects of the addition of micronised fenofibrate on uric acid metabolism in patients receiving indapamide. Current medical research and opinion. 2002; 18(2): 59-63.
  • Appel, L. J. The verdict from ALLHAT—thiazide diuretics are the preferred initial therapy for hypertension. Jama. 2002; 288(23): 3039-3042.
  • Ayala, A. E. G. Hipertensión arterial y embarazo. Farmacia professional. 2005; 19(11): 44-47.
  • Lambers Heerspink, H. , Ninomiya, T., Perkovic, V., Woodward, M., Zoungas, S., Cass, A., … & Chalmers, J. Effects of a fixed combination of perindopril and indapamide in patients with type 2 diabetes and chronic kidney disease. European heart journal. 2010; 31(23): 2888-2896.
  • London, G. M. Efficacy of indapamide 1.5 mg, sustained release, in the lowering of systolic blood pressure. Journal of human hypertension. 2004; 18(2); S9-S14.
  • Myers, M. G., Asmar, R., Leenen, F. H., & Safar, M. Fixed low-dose combination therapy in hypertension-a dose response study of perindopril and indapamide. Journal of hypertension. 2000; 18(3); 317-325.
  • Navarro, M. Á. R., Rivera, M. Á. N., & Zerón, H. M Eficacia de indapamida SR en el tratamiento de hipertensión sistólica aislada en pacientes ancianos. Revista Latinoamericana de Hipertensión. 2011; 6(3): 47-51.
  • Neglia, D., Fommei, E., Varela-Carver, A., Mancini, M., Ghione, S., Lombardi, M., … & Camici, P. G. Perindopril and indapamide reverse coronary microvascular remodelling and improve flow in arterial hypertension. Journal of hypertension. 2011; 29(2): 364-372.
  • Sinha, A. D., & Agarwal, R. Thiazide diuretics in chronic kidney disease. Current hypertension reports. 2015; 17(3): 1-6.
  • Waeber B, Rotaru C, Feihl F. Position of indapamide, a diuretic with vasorelaxant activities, in antihypertensive therapy. Expert Opin Pharmacother. 2012 Jul;13(10):1515-26.
  • WANG, C. P., & GUO, G. B. F. Indapamide induced syncope in a patient with long QT syndrome. Pacing and clinical electrophysiology. 2002; 25(9): 1397-1399.

Este texto se ofrece únicamente con propósitos informativos y no reemplaza la consulta con un profesional. Ante dudas, consulta a tu especialista.