Os 3 tipos de aneurismas

Muitas pessoas não sabem que existem diversos tipos de aneurisma. A seguir mostraremos os mais frequentes.
Os 3 tipos de aneurismas

Última atualização: 13 setembro, 2021

De acordo com os pesquisadores, estima-se que cerca de 3,2% da população sofra algum aneurisma. Eles podem levar anos para se desenvolver e, em caso de rompimento, estão associados a uma alta taxa de mortalidade. Nem todos os episódios são iguais, por isso é possível identificar vários tipos de aneurismas.

Geralmente os médicos os classificam em função do lugar onde foram desenvolvidos. Em teoria, os aneurismas podem ocorrer em qualquer artéria. Na prática, existem algumas específicas que concentram a maioria dos casos. Hoje vamos mostrá-las a você, além de apresentar algumas informações importantes a esse respeito.

Principais tipos de aneurismas

Em termos simples, os aneurismas ocorrem quando parte do revestimento das artérias enfraquece. Isso faz com que elas fiquem inchadas ou alargadas de forma anormal. Às vezes pode haver uma ruptura, causando hemorragia interna ou derrame. Destacamos os seguintes tipos.

1. Aneurisma cerebral

Os tipos mais comuns de aneurismas incluem os cerebrais.
Os aneurismas cerebrais são provavelmente os mais conhecidos. A ruptura dos mesmos pode provocar doenças cerebrovasculares fatais.

Também conhecido como aneurisma intracraniano, está localizado nos vasos sanguíneos do cérebro. Ele é mais comum em idosos (acima de 50 anos), fumantes e em pessoas que sofrem traumatismo craniano, são alcoólatras ou usam drogas em excesso.

Quando o aneurisma se expande, o revestimento dos vasos sanguíneos se torna extremamente fino, facilitando a ruptura. A primeira coisa que acontece é um fluxo de sangue para o espaço ao redor do cérebro, conhecido como hemorragia  subaracnóidea. Este último evento é um tipo de acidente vascular cerebral hemorrágico.

Não existe uma forma de detectar sua presença que não seja por meio de exames de imagem no cérebro, uma vez que geralmente apenas são desenvolvidos sintomas quando ocorre uma ruptura. Mesmo assim, a Johns Hopkins Medicine alerta para as hemorragias sentinela, que são pequenos vazamentos de sangue que precedem a ruptura. Os seguintes sinais podem alertar para esses episódios:

  • Dores de cabeça.
  • Diminuição dos movimentos dos olhos, com presença de dor.
  • Mudanças na visão.

Quando ocorre uma hemorragia subaracnóidea, as seguintes manifestações podem se desenvolver:

  • Náusea e vômito.
  • Rigidez na nuca.
  • Sensação se uma forte pressão na cabeça.
  • Perda de consciência.
  • Pupilas dilatadas.
  • Pressão alta.
  • Perda de equilíbrio.
  • Falta de coordenação para realizar certas funções básicas.

Os aneurismas deste tipo podem ser de três formas: sacular, fusiforme ou micótico. Além disso podem ser pequenos, médios ou grandes. Em teoria, quanto maiores eles são, maior é a probabilidade de que ocorra uma ruptura.

2. Aneurisma da aorta abdominal

De acordo com os pesquisadores, o aneurisma da aorta abdominal afeta entre 5% e 10% dos homens com mais de 65 anos. Portanto, ele é mais frequente com a idade, com uma mortalidade média de 80% em caso de ruptura.

A American Heart Association também aponta como fatores de risco o colesterol alto, tabagismo, pressão alta, obesidade e histórico familiar. O episódio ocorre na parte inferior da aorta, que está localizada próxima ao abdome. A maioria dos quadros são assintomáticos, embora a UChicago Medicine indique os seguintes sintomas como possíveis sinais:

  • Dor constante no abdome.
  • Sensação de pressão no peito ou nas costas.
  • Desconforto na região da virilha.

As manifestações são piores em caso de ruptura, que é considerada uma emergência médica devido à baixa porcentagem de sobrevivência que apresenta. Embora em alguns casos ela não possa ser prevenida, a prática de esportes, o abandono do tabagismo, uma alimentação saudável e o controle do colesterol e da hipertensão auxiliam neste e em outros tipos de aneurismas.

3. Aneurisma da aorta torácica

Embora as consequências sejam as mesmas, existem muitos tipos de aneurismas.
Em caso de ruptura de um aneurisma torácico, o fluxo sanguíneo para outras estruturas vitais pode ser rapidamente comprometido.

Nestes casos, o enfraquecimento ocorre na altura da aorta, entre o tórax e o diafragma. Muitos deles são provocados pelo endurecimento das artérias pelo envelhecimento, embora algumas doenças genéticas, lesões e infecções também possam ser os desencadeantes.

Essa variação é menos comum que os tipos anteriores de aneurisma, mas é igualmente mortal. De acordo com a Society for Vascular Surgery, ele afeta apenas de 6-10 pessoas a cada 100.000 habitantes. Os sintomas não aparecem até que seja tarde demais. Quando se manifestam, o paciente pode desenvolver:

  • Dor no peito ou na parte superior das costas.
  • Náusea e vômito.
  • Pele fria ou úmida.
  • Inchaço no pescoço.
  • Dificuldade para respirar ou engolir.
  • Frequência cardíaca elevada.
  • Sensação de desgraça iminente.

O enfraquecimento da aorta pode ocorrer em qualquer parte do tórax, inclusive próximo ao coração. Às vezes o aneurisma pode ser gerado em um ponto médio, sendo chamado pelos especialistas de toracoabdominal. A medida em que o aneurisma cresce, pode ser provocada uma rouquidão, sintoma que se manifesta meses ou semanas antes da ruptura.

Casos menos frequentes

Esses três tipos de aneurismas são os mais comuns, mas conforme observamos no início deste artigo, eles podem aparecer em qualquer altura da artéria, incluindo os seguintes locais:

  • Poplítea: acontece na artéria que corre ao longo da parte posterior do joelho. Segundo as evidências, entre 40% e 50% dos casos estão associados a aneurismas da aorta abdominal.
  • Mesentérico: ocorre na parte da artéria que fornece sangue ao intestino. Pesquisadores apontam que 70% dos casos desse tipo são assintomáticos.
  • Esplênico: é gerado na artéria do baço, de forma que tecnicamente se trata de um tipo de aneurisma abdominal. Eles são muito raros, embora apresentem uma taxa de mortalidade igualmente preocupante.

Se um aneurisma for detectado precocemente, dependendo tamanho do mesmo pode ser feito um tratamento por meio de intervenção cirúrgica ou não cirúrgica. Mudanças no estilo de vida e a ingestão de alguns medicamentos também podem mantê-lo sob controle.



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