Ansiedade na fibromialgia: tudo o que você precisa saber

Buscar ajuda profissional em caso de sofrimento emocional é fundamental para promover o bem-estar. No caso de pessoas com fibromialgia, isso se torna ainda mais necessário e benéfico!
Ansiedade na fibromialgia: tudo o que você precisa saber

Última atualização: 22 junho, 2021

A fibromialgia é uma doença difícil de definir. E como muitas vezes ela pode ser imprevisível, é normal que cause mal-estar e frustração. Nessa mesma linha, a ansiedade na fibromialgia não é incomum. Mas por quê? Para responder a essa pergunta, devemos primeiro recordar algumas informações sobre a doença.

No dia a dia, uma pessoa com fibromialgia não só experimenta sintomas físicos como dor generalizada, sensação de formigamento, dor de cabeça, desconforto digestivo, tontura, etc., mas também deve conviver com os pensamentos, emoções e sentimentos que surgem como resultado, sendo muitos desses pensamentos negativos.

Não é fácil lidar com a dor, fadiga e desconforto geral que persistem apesar do repouso e de outras medidas. Às vezes é fácil, mas outras vezes é muito difícil lidar com todos os sintomas. Isso, somado à necessidade de seguir uma rotina, pode fazer com que a pessoa sinta que perdeu o controle da própria vida.

Causas e gatilhos da ansiedade

A ansiedade na fibromialgia é bastante comum.
Viver com doenças crônicas não é fácil, principalmente se elas estiverem associadas a dores como a fibromialgia.

Em geral, fatores como sobrecarga sensorial, mudanças repentinas na rotina, situações estressantes, etc., costumam desencadear desconforto físico e psicoemocional em pessoas com fibromialgia.

Embora seja inegável a influência – em maior ou menor grau dependendo do caso – do estresse e demais fatores citados, existe a ideia de que a ansiedade também poderia ter um componente relacionado à genética e à química cerebral.

Apesar das inúmeras investigações realizadas a esse respeito, ainda não foi possível identificar uma causa específica da ansiedade. No entanto, cada vez mais informações estão disponíveis, permitindo que os critérios para pesquisas futuras sejam refinados.

O que dizem as pesquisas

Em 2006, um estudo descobriu que, embora baixos níveis de vitamina D tenham sido frequentemente relatados em pessoas com fibromialgia, nenhuma associação com ansiedade e depressão pôde ser mostrada.

Por outro lado, em um estudo publicado em 2013, foi observado o seguinte em pacientes com fibromialgia:

  • A dor crônica costuma estar associada a comorbidades como ansiedade e depressão, o que pode diminuir a qualidade de vida.
  • Pessoas com altos níveis de ansiedade e depressão apresentaram maior percepção de dor, mas não maior sensibilidade.
  • Pacientes com níveis mais elevados de ansiedade e depressão apresentam um risco maior de sofrer de fibromialgia grave.

Sintomas da ansiedade

A ansiedade pode se manifestar de várias maneiras e em vários graus. Às vezes, por causa de dores de cabeça, tonturas e náuseas, e às vezes de formas mais incapacitantes física e psicologicamente.

Além disso, deve-se levar em consideração que nem sempre é fácil identificar os sintomas, por eles serem difusos. Especialmente os chamados coloquialmente de “achaques”, sentimentos de fraqueza ou mal-estar geral.

Nervosismo, irritabilidade, inquietação, pensamentos negativos (e até fatalistas), a impressão de estar fora de controle em todos os sentidos juntamente com a sensação de estar no limite, são sintomas comuns da ansiedade na fibromialgia.

    Como em outros problemas de saúde, a ansiedade na fibromialgia não se apresenta apenas como um sintoma derivado da doença, mas também como uma condição sobreposta ou interdependente.

    Mas independente de como seja classificada, a verdade é que a ansiedade pode afetar a qualidade de vida de qualquer pessoa, ainda mais quem sofre de fibromialgia e outras doenças crônicas. Por isso, é preciso abordar o assunto da ansiedade e aprender a administrá-la com ajuda profissional.

    Geralmente, o primeiro passo para começar a trabalhar é reconhecer a ansiedade, depois identificar os possíveis gatilhos e, finalmente, aprender a viver bem, mesmo quando ela se manifesta.

    Especialistas do American College of Rheumatology afirmam que com um tratamento adequado, estilo de vida saudável e autocuidado é possível melhorar e levar uma vida normal. Portanto, eles encorajam os pacientes a terem uma postura ativa em seu bem-estar.

    Diagnóstico

    Para enfrentar a ansiedade na fibromialgia, é necessário que a pessoa vá a uma consulta médica e exponha detalhadamente o seu desconforto. Em seguida, o médico pode fazer um encaminhamento a um psicólogo ou psiquiatra, conforme julgar apropriado. Os especialistas poderão fazer o diagnóstico.

    • A ansiedade na fibromialgia não é um diagnóstico propriamente dito, portanto, é necessário consultar um especialista.
    • Deve-se ter em mente que há pacientes que experimentam ansiedade, mas que não apresentam ansiedade generalizada ou transtorno do pânico, mas sim transtorno bipolar, por exemplo.

    Tratamento

    A ansiedade na fibromialgia requer tratamento
    Consultar um profissional de saúde mental é importante para superar essa parte da doença.

    O American College of Rheumatology destaca a grande utilidade da terapia cognitivo-comportamental no tratamento da fibromialgia. Ele “enfoca a compreensão de como os pensamentos e comportamentos afetam a dor e outros sintomas.”

    No guia elaborado por especialistas da Sociedade Espanhola de Reumatologia, intitulado: Aprendiendo a convivir con la Fibromialgia , confirma-se que a combinação da terapia com outras ferramentas e técnicas de relaxamento contribui de forma significativa para o bem-estar.

    Isso inclui melhorias em relação à ansiedade, depressão, dor e o impacto geral da doença.

    Por esse motivo, ferramentas como a atenção plena, respiração profunda e outras técnicas de relaxamento (como aquelas que fazem parte de disciplinas que combinam cuidados com a mente e o corpo, como tai chi e ioga) são recomendadas.

    Em suma, para enfrentar a ansiedade na fibromialgia e ter uma boa qualidade de vida, é necessário implementar uma estratégia que permita um bem-estar integral.




    Este texto se ofrece únicamente con propósitos informativos y no reemplaza la consulta con un profesional. Ante dudas, consulta a tu especialista.