Hipnóticos: tipos, efeitos e recomendações

Os hipnóticos são medicamentos de vários tipos que causam sonolência, sendo capazes de induzir o início e a manutenção do sono. Saiba mais sobre seus tipos, efeitos e recomendações abaixo.
Hipnóticos: tipos, efeitos e recomendações

Última atualização: 15 junho, 2023

As pessoas que vivem em países desenvolvidos geralmente levam vidas muito ocupadas, o que pode desencadear problemas relacionados ao sono. Em muitos casos, a administração de drogas como hipnóticos é necessária para conseguir uma noite tranquila.

Os distúrbios do sono são muito variados, sendo o mais comum de todos a insônia, que pode causar esgotamento mental. Hoje existem vários medicamentos disponíveis para tratar esse distúrbio e, assim, conseguir evitar as consequências que ele acarreta.

Hipnóticos e ansiolíticos estão entre os mais prescritos em todo o mundo. De fato, estudos mostram que cerca de 11,4% da população geral da Espanha, por exemplo,  usa esse tipo de droga.

O que são hipnóticos?

Uma noite de sono tranquila é essencial para que as pessoas possam realizar suas atividades diárias normalmente. Nesse sentido, os hipnóticos são um grupo muito amplo de compostos usados para tratar os distúrbios do sono mais comuns.

Esses medicamentos também são conhecidos como pílulas para dormir e sua principal função é fazer com que a pessoa que os consome consiga adormecer e permanecer dormindo. No entanto, seu mecanismo de ação varia de acordo com o tipo ingerido.

Muitos hipnóticos estão disponíveis sem receita, no entanto, eles não duram muito, pois o corpo se acostuma com eles. Portanto, é sempre necessário consultar o médico antes de iniciar a ingestão.

Tipos de hipnóticos

Hoje há um grande número de tipos de pílulas para dormir. Apesar disso, o resultado final de todas as drogas será o mesmo, consistindo em depressão do sistema nervoso central.

Os hipnóticos são geralmente classificados de acordo com o ingrediente ativo que contêm. Nesse sentido, existem 4 grandes grupos que são os seguintes.

1. Plantas medicinais e tratamentos naturais

Antes de recorrer a um tratamento farmacológico com hipnóticos, recomenda-se que as pessoas tomem compostos naturais para melhorar a condição. Nesse sentido, existe um grupo de plantas com efeitos sedativos que reduzem a hiperexcitabilidade nervosa.

Essas plantas medicinais também causam entorpecimento da consciência e tendência ao sono, mesmo com a dosagem normal. Sua principal vantagem é que induzem o sono naturalmente e apresentam baixo risco de desenvolver dependência e outros efeitos colaterais.

Apesar de serem compostos seguros, é sempre recomendado o uso de plantas registradas como especialidades farmacêuticas ou que possuam registro de plantas medicinais. Desta forma, estudos têm mostrado que as principais para tratar a insônia são as seguintes:

  • Lúpulo.
  • Passiflora.
  • Valeriana.
  • Papoula da Califórnia.
Insônia em uma mulher que usa um telefone celular à noite.
Às vezes, a insônia está relacionada a maus hábitos, então a medicação deve vir depois de tentar mudanças no estilo de vida.

2. Benzodiazepínicos e análogos

O grupo dos benzodiazepínicos é o mais abundante de todos e chega a representar 63,6% das vendas, segundo diversos estudos. Esta família é composta por um grande número de medicamentos, inclusive alguns com vida curta, por isso são o tratamento de eleição para a insônia.

Todos os compostos pertencentes a esta família têm o mesmo mecanismo de ação, o que aumenta o efeito do ácido gama-aminobutírico (GABA). O GABA é o neurotransmissor inibitório por excelência, de modo que a atividade no sistema nervoso central diminui à medida que sua ação aumenta.

Os benzodiazepínicos se ligarão ao local de aumento do receptor GABA, aumentando a entrada de íons cloreto na célula. A entrada de cloro na célula diminuirá a transmissão do impulso nervoso, aumentando assim o efeito inibitório do neurotransmissor.

Drogas análogas são compostos com efeito semelhante, mas com estrutura química diferente. Essa diferença estrutural diminui o impacto dos efeitos colaterais, como dependência e síndrome de abstinência subsequente.

Dentre os benzodiazepínicos e seus análogos mais utilizados, destacam-se:

  • Lormetazepam.
  • Zolpidem.
  • Clonazepam.
  • Alprazolam.
  • Lorazepam.

3. Medicamentos não benzodiazepínicos ou barbitúricos

Este grupo de medicamentos é formado por todos aqueles medicamentos com estrutura diferente dos benzodiazepínicos e barbitúricos, mas que desempenham a mesma função. Os principais compostos com essas características são antidepressivos com efeito sedativo.

Mirtazapina, trazodona ou amitriptilina também são capazes de modificar o sono REM. Eles terão um efeito anticolinérgico no cérebro, ou seja, diminuirão a ação da acetilcolina. Também possuem ação anti-histamínica, o que potencializa seu efeito sedativo.

Por outro lado, existem compostos com mecanismo de ação semelhante aos barbitúricos, mas com estrutura química bem diferente. Estes têm sido usados como hipnóticos e sedativos por muitos anos e são os seguintes:

  • Paraldeído.
  • Hidrato de cloral.
  • Clorvinol.
  • Glutetimida.
  • Metripilão.

Outros compostos, como agonistas do receptor de melatonina, agonistas do receptor de orexina, anti-histamínicos e moduladores do receptor GABA também são usados como hipnóticos.

4. Barbitúricos

Atualmente  não são usados para tratar a insónia, apesar do efeito sedativo que têm. Isso se deve ao grande número de efeitos colaterais que costumavam causar nos pacientes. Eles são usados principalmente como anestésicos cirúrgicos e anticonvulsivantes.

Os barbitúricos atuam em todo o sistema nervoso central, concentrando-se principalmente em áreas com neurônios polissinápticos. O mecanismo de ação é muito simples. Eles são capazes de aumentar a entrada de íons de cloro e diminuir a entrada de íons de cálcio nos neurônios.

Ambas as ações juntas aumentarão o potencial de membrana das células, dificultando a transmissão do impulso nervoso. Estima-se que o hipnótico barbitúrico mais utilizado no tratamento da insônia tenha sido o fenobarbital, sob seus nomes comerciais Luminal ® e Luminaleta ®.

Sinapse neuronal com diminuição do impulso nervoso.
As drogas em questão reduzem os impulsos nervosos e a transmissão, o que aumenta o relaxamento para induzir o sono.

Efeitos de drogas hipnóticas no corpo

O principal efeito que os hipnóticos causam no organismo é a sonolência, assim como a estimulação do início e manutenção do sono. Isto é conseguido por meio de uma depressão prolongada do sistema nervoso central, que deve ser conseguida através de um ajuste progressivo das doses ingeridas.

Todas essas drogas, especialmente os benzodiazepínicos e barbitúricos, têm alta probabilidade de desenvolver tolerância e resistência à medida que as doses são aumentadas. Neste sentido, a sua ingestão só deve ser feita sob estrita supervisão médica e seguindo rigorosamente as instruções.

Existe uma alta probabilidade de desenvolver sintomas de abstinência quando o tratamento é interrompido abruptamente. Portanto, é recomendável deixá-los gradualmente.

Os benzodiazepínicos: o tratamento predileto

O tratamento para insônia pode variar, dependendo de sua duração. Nos casos em que a privação do sono é inferior a 3 dias, é aconselhável tomar medicamentos naturais. As plantas mencionadas acima têm um grande efeito.

A administração de benzodiazepínicos será o tratamento preferencial no restante dos casos de insônia, porém o especialista deve indicar medicamentos de curta duração. O restante dos hipnóticos será usado quando os benzodiazepínicos não realizarem a função desejada ou quando houver alto risco de desenvolvimento de dependência.



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