Tratamento do HIV

A infecção pelo HIV pode ser tratada com resultados muito positivos. Descubra as opções disponíveis e resolva algumas dúvidas comuns em relação ao tratamento.
Tratamento do HIV

Última atualização: 10 agosto, 2021

O HIV é uma infecção para a qual nenhuma cura foi encontrada. No entanto, atualmente existe um método eficaz e seguro para controlar a progressão da doença e reduzir a probabilidade de contágio. O tratamento do HIV deve ser iniciado o mais rápido possível, pois esse fator afeta consideravelmente o prognóstico da doença.

A adesão completa às opções de tratamento pode prolongar a vida das pessoas, impedir o desenvolvimento da AIDS, neutralizar a epidemia e reduzir os sintomas e complicações que ocorrem. Trata-se de um método insubstituível que controla o vírus em cerca de seis meses, como apontam os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Tratamento do HIV com antirretrovirais

O tratamento do HIV inclui o uso de anti-retrovirais
O uso regular de anti-retrovirais diminuiu drasticamente a mortalidade associada ao HIV. Por isso, é um pilar fundamental no tratamento da doença.

De acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o tratamento do HIV consiste na terapia antirretroviral. Também conhecido como ART, esse é o único método atualmente disponível para lidar com a evolução da infecção.

Estudos a esse respeito apóiam o uso de uma terapia combinada de três medicamentos, preferencialmente de dois grupos diferentes.

Seguindo o NHI´s Office of AIDS Research do NHI, existem seis tipos de medicamentos que combatem o vírus de maneiras diferentes:

  1. Inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeos (NNRTIs).
  2. Inibidores da transcriptase reversa de nucleosídeos/nucleotídeos (NRTIs).
  3. Inibidores da transferência de fita de integrase (INSTIs).
  4. Antagonistas do receptor CCR5.
  5. Inibidores de fusão.
  6. Inibidores de protease (IPs).

O especialista usará uma combinação desses medicamentos em uma terapia que deve ser mantida de forma permanente. É muito importante seguir a frequência e os horários indicados pelo médico, pois, conforme apontado pelo Stanford Health Care, caso contrário pode ser desenvolvida uma resistência aos medicamentos. Isso acontece quando o paciente não segue o tratamento do HIV de forma correta.

Embora cada medicamento tenha uma ação diferente, podemos resumir o funcionamento da seguinte forma: eles evitam que o vírus faça cópias de si mesmo e permitem que o corpo produza mais células CD4 +.

O número de cópias do HIV no corpo é chamado de carga viral. Quanto mais baixa ela for, menores são as complicações. O objetivo do tratamento é reduzir a carga viral a níveis indetectáveis por testes diagnósticos.

Efeitos colaterais do tratamento do HIV

Embora nem todos os pacientes os experimentem, em alguns contextos o tratamento do HIV pode causar efeitos colaterais. Os mais comuns são os seguintes:

  • Diarréia.
  • Dor de cabeça.
  • Tontura.
  • Dificuldade para dormir.
  • Sensação de secura na boca.
  • Fadiga.
  • Erupções

Geralmente esses sintomas só se manifestam com intensidade leve, embora seja possível optar pelo uso de medicamentos para controlá-los caso sejam desenvolvidos episódios crônicos. Se eles persistirem, é necessário conversar com o especialista para considerar a mudança dos medicamentos usados na terapia principal.

Apoio psicológico como tratamento do HIV

O tratamento do HIV inclui apoio psicológico
A terapia mental pode se tornar um suporte essencial para as pessoas afetadas, especialmente nos primeiros meses após o diagnóstico.

Até alguns anos atrás, a terapia psicológica não fazia parte do tratamento principal para o HIV. Atualmente os pesquisadores concordam que o apoio psicossocial não só ajuda a consolidar a adesão aos medicamentos, mas também a evitar as sensações que se desenvolvem após o diagnóstico: depressão, ansiedade, angústia e outras.

Por esse motivo o paciente deve considerar a busca de apoio psicossocial para lidar com a doença. Isso pode ser feito de duas maneiras.

Primeiramente através de terapias individuais com o parceiro ou familiar, com a ajuda de um psicólogo profissional. Em segundo lugar, buscando grupos de apoio para compartilhar experiências, sentimentos, percepções e prognósticos com outros pacientes diagnosticados.

Claro, isso deve ser feito apenas quando o paciente se sentir pronto. Até la podem ser feitas terapias individuais com o especialista primeiro, para assimilar o diagnóstico e suas implicações.

Com o tempo, o paciente pode se abrir mais e começar a compartilhar com outras pessoas que estão ou estiveram no mesmo estágio de assimilação em que ele está. Portanto, não se deve negligenciar a terapia emocional.

Perguntas e respostas frequentes sobre o tratamento do HIV

Para responder às dúvidas que não foram esclarecidas nos tópicos anteriores, apresentamos a seção de perguntas a seguir. Preste atenção nas respostas e não hesite em colocá-las em prática:

Quando se deve iniciar o tratamento do HIV?

O mais breve possível. Há um consenso entre os pesquisadores de que se o tratamento for iniciado nos primeiros estágios da infecção, os prognósticos são significativamente mais elevados. Em parte por esse motivo, o diagnóstico precoce é incentivado em grupos de risco.

Que mudanças no estilo de vida devo fazer para complementar a terapia?

Uma vez que o corpo é mais sensível a infecções, você deve iniciar uma mudança de estilo de vida para um mais saudável. Parar de fumar ou beber excessivamente, praticar exercícios, implementar uma dieta saudável, evitar o uso de drogas recreativas e reduzir os níveis de estresse fazem parte da terapia principal. Além disso, você deve se vacinar contra as doenças endêmicas da sua região.

Posso transmitir HIV ao meu parceiro se eu tiver aderido ao tratamento?

Se você aderir ao tratamento antirretroviral a sua carga viral diminuirá. Isso será determinado pelos especialistas, já que na hora de fazer os testes pertinentes não serão detectados vestígios do vírus. Isso não significa que você foi curado, apenas que a porcentagem de cópias do vírus é tão baixa que não pode ser detectada por exames diagnósticos.

Como nos informa o National Institute of Allergy and Infectious Diseases, quando isso acontece você não pode transmitir o vírus ao seu parceiro através do sexo. Para isso, você deve realizar testes indetectáveis de carga duradoura, o que significa que nenhum traço da infecção foi detectado em seis meses contínuos (novamente, aí está; mas em baixas concentrações).

Apesar disso, é recomendável o uso de preservativos e outros métodos contraceptivos durante as relações sexuais. Lembre-se de que você ainda pode se contaminar com outras DSTs.

O que eu faço se meu tratamento não funcionar?

Se o tratamento não reduzir a sua carga viral, é provável que você seja resistente aos medicamentos. Isso não é tão incomum, mas felizmente pode ser resolvido. O especialista escolherá usar outra combinação de medicamentos e iniciará uma nova terapia.

O que acontece se eu esquecer de tomar meus medicamentos?

É muito importante que você siga o tratamento do HIV na frequência sugerida pelo especialista. Se você mantiver uma ingestão intermitente dos medicamentos, a carga viral aumentará novamente, elevando assim as chances de contaminar outras pessoas com o vírus e desenvolver complicações relacionadas. Não ignore o tratamento, pois você corre o risco de se tornar resistente aos medicamentos, desenvolver AIDS e infectar seu parceiro.



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