Hepatite

De modo geral, dois tipos de hepatite podem ser diferenciadas dependendo do período de infecção. Por um lado a hepatite aguda e, por outro, a hepatite crônica.
Hepatite

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 16 setembro, 2023

A hepatite é uma doença inflamatória que atinge o fígado, órgão responsável por secretar bile, sintetizar proteínas, armazenar vitaminas e desintoxicar o organismo, entre outras funções importantes. Essa é considerada uma doença sexualmente transmissível.

Causas da hepatite

Essa doença pode ser desencadeada por dois fatores: por uma infecção viral ou pela ação de agentes tóxicos.

Em relação à infecção viral, existem vírus específicos que causam hepatite, os vírus  A, B, C, D, E, F e G. No entanto, os mais importantes são os A, B e C e, em menor grau, D e E, sendo F e G os menos estudados.

Além desses, existem outros vírus não específicos que também podem causar essa doença. É o caso do vírus Epstein-Barr e do citomegalovírus.

Por outro lado, como já dissemos, existem outros fatores responsáveis pelo desenvolvimento de infecções no fígado . Em primeiro lugar, o álcool e outras toxinas são agentes muito nocivos para este órgão, razão pela qual eles são considerados agentes tóxicos principais.

Causas derivadas do uso abusivo ou overdose de medicamentos como o paracetamol também são frequentes. Por sua vez, algumas patologias hereditárias, dentre as quais se destacam a doença de Wilson, fibrose cística ou hemocromatose, são outros fatores que afetam o aparecimento da hepatite.

Material genético de DNA.

Tipos de hepatite

De modo geral, dois tipos de hepatite podem ser diferenciados, dependendo do período da infecção. Por um lado a hepatite aguda e, por outro, a hepatite crônica.

A infecção aguda é uma doença que com o tratamento adequado pode desaparecer. Mas esse não é o caso da hepatite crônica que, como o nome sugere, não tem cura. Esta hepatite pode evoluir para insuficiência hepática, câncer de fígado ou cirrose .

Elas também podem ser classificadas de acordo com o vírus que causa a infecção. Nesse sentido, discutiremos os seguintes tipos de hepatite:

Hepatite A

É produzida pelo vírus da hepatite A e transmitida pelo contato com as fezes de outro paciente, por falta de higiene em casa ou pela ingestão de alimentos contaminados e mal lavados.

Em países mais desenvolvidos, essa doença afeta principalmente a casos isolados de indivíduos. Embora hoje existam vacinas que podem preveni-la, as condições de saneamento básico e os padrões de higiene dentro de casa são as formas mais eficazes de prevenir que ela ocorra.

Esse vírus produz uma doença benigna e autolimitada, que afeta apenas o fígado . Ela ocorre associada a diarreia, dor de estômago, perda de apetite, náuseas, cansaço e febre.

Hepatite B

É causada por um vírus de DNA que consegue se replicar graças à enzima DNA polimerase com atividade de transcriptase reversa. É transmitida pelo sangue ou por via sexual, por um paciente com a doença ativa ou por um portador saudável do vírus HBV. A doença pode se desenvolver como infecção aguda ou crônica, com as complicações já mencionadas no caso da hepatite crônica.

Ao contrário do tipo anterior, o vírus B se multiplica no fígado mas também pode estar presente fora dele, de modo que a hepatite B não é autolimitada. As pessoas infectadas podem apresentar sintomas similares aos da gripe ou serem assintomáticas.

Um exame de sangue pode determinar a presença do vírus. Atualmente, já existe uma vacina como método de proteção. Além disso, a prática do sexo seguro é essencial para prevenir a transmissão.

Em relação ao tratamento, o vírus da hepatite B aguda não é tratado. É feito o acompanhamento da evolução para evitar complicações e avaliar a possível conversão para a versão crônica.

Já a forma crônica é sempre tratada sob a supervisão de um especialista, que pode indicar a administração de medicamentos antivirais, como:

  • Interferon alfa.
  • Lamivudina.
  • Adefovir-dipivoxil.
  • Entecavir.
  • Combinações desses medicamentos.
Medicação.

Hepatite C

Ocorre pela infecção pelo vírus C, encontrado no sangue de pessoas doentes. Da mesma forma que o tipo anterior, ela é transmitida pelo contato com o sangue de uma pessoa infectada, que pode estar em fase ativa ou ser portadora do vírus. A hepatite C crônica também leva à cirrose, câncer de fígado, insuficiência hepática e, por fim, à morte.

Trata-se de um vírus RNA, e por essa razão deve ser realizada uma técnica laboratorial chamada PCR para detectá-lo. Para o diagnóstico, como em outros tipos de hepatite, o médico se baseia nos níveis das transaminases, que são enzimas liberadas no sangue após a morte celular causada pela inflamação do fígado.

Essa elevação pode ser muito grande nas hepatites agudas, sendo leve ou moderada nas crônicas. A partir daí, o diagnóstico é complementado com outras determinações analíticas que, além disso, ajudarão a determinar a causa e o prognóstico. Para o diagnóstico definitivo, deve ser realizada a biópsia do órgão afetado.

Por fim, o tratamento é baseado na administração de antivirais, geralmente uma combinação de interferon alfa e ribavirina. Atualmente, uma nova formulação de interferon alfa é usada: interferon alfa peguilado.

Hepatite D

O vírus da hepatite D é um vírus defeituoso, ou viroide, que requer a existência do vírus da hepatite B. Ele pode ser encontrado em todas as pessoas infectadas com o vírus. Este é o único viroide capaz de afetar mais do que plantas e é transmitido por via parenteral.

Dois tipos de infecção podem ocorrer junto com o HBV :

  • Coinfecção: ocorre quando a infecção é adquirida pelos dois vírus ao mesmo tempo. A cronicidade da doença aparece em 5% dos casos.
  • Superinfecção: ocorre quando o paciente é infectado pelo HDV e já estava infectado pelo HBV. A infecção progride para crônica em 80% dos casos.

Hepatite E, F e G

O HEV é transmitido de maneira semelhante ao da hepatite A e por meio de água contaminada. Quanto ao F e G, estes são os menos conhecidos; de fato, o F é considerado G. Acredita-se que este último seja transmitido pelo sangue, especialmente em pessoas que usam drogas intravenosas.

O HGV tem uma homologia semelhante ao vírus da hepatite C. Ele é diagnosticado pela detecção do RNA viral no soro. Apesar do nome, não existem evidências claras de que esse vírus cause doença hepática. Ele também não foi associado à hepatite crônica, cirrose ou ao câncer de fígado.

Hepatite induzida por medicamentos

Como já mencionamos, essa doença também pode se desenvolver devido à toxicidade de certos agentes nocivos ao órgão. Alguns deles são o álcool e certos medicamentos.

Também pode te interessar: Antibióticos

Uma intoxicação muito conhecida é a toxicidade hepática do paracetamol. Quando uma pessoa toma uma overdose deste medicamento, ela pode desenvolver hepatite grave, que tem o potencial de evoluir para uma insuficiência hepática fatal.

Essa intoxicação ocorre porque as vias metabólicas do medicamento ficam saturadas e o corpo é incapaz de neutralizar um composto derivado do paracetamol, que é altamente tóxico para o fígado.

A metabolização de um medicamento consiste em uma série de reações químicas que o medicamento sofre no organismo para promover a sua eliminação. Portanto, se as vias metabólicas estiverem saturados, no caso do paracetamol, ele pode não ser eliminado corretamente, e essa hepatite pode se desenvolver.

Pode interessar a você...
O que é uma emergência hipertensiva?
Muy Salud
Leia em Muy Salud
O que é uma emergência hipertensiva?

Uma emergência hipertensiva ocorre quando os níveis de pressão arterial sobem para valores potencialmente fatais.




Los contenidos de esta publicación se redactan solo con fines informativos. En ningún momento pueden servir para facilitar o sustituir diagnósticos, tratamientos o recomentaciones provenientes de un profesional. Consulta con tu especialista de confianza ante cualquier duda y busca su aprobación antes de iniciar o someterse a cualquier procedimiento.