Diarreia do viajante: sintomas, causas e tratamento

A diarreia do viajante é uma patologia muito comum em pessoas que visitam países da América Latina e outras regiões. Felizmente, a infecção desaparece por conta própria após alguns dias.

Algumas atividades, como viagens para países com níveis precários de saneamento básico, aumentam a probabilidade de infecções gastrointestinais. Uma das condições mais frequentes nos turistas é a diarreia do viajante. Felizmente, é um problema leve e autolimitado na maioria dos casos. Quer saber mais sobre a patologia? Continue lendo!

A diarreia do viajante é uma síndrome frequentemente observada em pessoas que viajam para países de baixa renda. A doença é caracterizada pela presença de diarreia e alguns sintomas gastrointestinais menores.

Vários estudos afirmam que entre 20% e 50% dos viajantes são afetados por essa condição. A patologia se deve à presença de germes na água e nos alimentos devido às más condições sanitárias. No entanto, a população está adaptada aos microrganismos, por isso não sofre com a doença.

Sintomas

A diarreia do viajante é caracterizada pelo início súbito dos sintomas poucas horas após a ingestão de alimentos ou água contaminados. O principal sintoma relatado pelas pessoas é a diarreia. Na verdade, é possível ter 3 ou mais fezes moles ou aquosas em menos de 24 horas.

A quantidade de movimentos intestinais por dia pode variar dependendo da situação. No entanto, a doença não gera complicações maiores em adultos. A diarreia também pode ser acompanhada por um ou mais dos seguintes sintomas:

• Cólicas abdominais.
• Necessidade urgente de defecar.
• Náusea e vômito.
• Febre ligeira.
• Dores musculares.
• Fezes sangrentas.

Por outro lado, crianças com diarreia do viajante podem apresentar sinais de desidratação, como boca seca e choro sem lágrimas. Os pais devem prestar atenção especial aos filhos doentes, especialmente se houver febre alta, evacuações frequentes e vômitos abundantes.

Causas da diarreia do viajante

Essa condição gastrointestinal ocorre devido à ingestão de alimentos ou bebidas contaminados com germes patogênicos. A diarreia do viajante é característica de quem visita países em desenvolvimento, devido às más condições sanitárias.

Os países com maior incidência de diarreia do viajante são aqueles localizados na América Latina, Ásia, Oriente Médio e África. As bactérias são os principais agentes etiológicos responsáveis pela doença.

Algumas pesquisas estabelecem que a Escherichia coli enterotoxigênica é a principal culpada, causando até 30% dos casos na América Latina. No entanto, a infecção também pode se dever à ação de outras bactérias, como:

• Shigella spp.
• Salmonella spp.
• Campylobacter spp.
• Aeromonas.
• Vibrio cholerae.

Por outro lado, alguns vírus e parasitas também são capazes de causar a doença, mas sua frequência é bem menor. Dentre os agentes virais encontrados com maior frequência, destacam-se os norovírus e rotavírus. Os parasitas mais relevantes na patologia são Giardia lamblia e Entamoeba histolytica.

Fatores de risco

Embora qualquer pessoa possa ter diarreia do viajante, essa doença é vista com mais frequência em certos grupos de pessoas. Os fatores de risco dependerão tanto do hóspede quanto das características da viagem e do destino. Nesse sentido, é possível identificar os seguintes fatores de risco:

• Viagens com duração superior a uma semana.
• Pessoas imunocomprometidas.
• Tomar antiácidos de forma consistente.
• Viajar durante os meses quentes.
• Ser jovem.
• Ter diabetes, hipertensão ou alguma outra doença subjacente.

Diagnóstico

O diagnóstico de diarreia do viajante é geralmente clínico e não requer exames laboratoriais. A presença de diarreia há pelo menos 1 dia e histórico de viagens são suficientes para fazer o diagnóstico.

Testes para o diagnóstico de diarreia são necessários nos casos mais graves. Todas as pessoas com sangue nas fezes ou diarreia por mais de 3 dias devem fazer um exame direto de fezes. Essa é a maneira mais rápida e eficaz de identificar o patógeno.

Tratamento da diarreia do viajante

A diarreia do viajante é autolimitada, por isso geralmente desaparece por conta própria após 2 ou 3 dias sem a necessidade de medicação. O ideal é que as pessoas mantenham uma reposição adequada de fluidos durante os sintomas para evitar a desidratação.

O consumo de soros para reidratação oral é especialmente útil em crianças, por serem as mais vulneráveis. Alguns medicamentos, como a loperamida, diminuem a motilidade intestinal, ajudando assim com as cólicas intestinais. Além disso, o uso de probióticos pode reduzir a duração da diarreia.

Os antibióticos são recomendados apenas para pessoas com diarreia ou sintomas graves. Esses medicamentos são usados para tratar bactérias ou parasitas específicos. Na verdade, estudos mostram que os antibióticos reduzem a duração da diarreia em 1 dia e meio em casos moderados e graves.

Como prevenir a diarreia do viajante?

Felizmente, existem várias medidas que podem ser aplicadas para prevenir a ocorrência de diarreia do viajante. As medidas visam reduzir a probabilidade de contágio por meio de água e alimentos. Dessa forma, as pessoas podem seguir as recomendações abaixo:

• Sempre consumir água engarrafada.
• Evitar o uso de água não esterilizada de torneiras, poços ou riachos.
• Ferver a água a ser usada por 3 minutos.
• Comer em restaurantes bem estabelecidos.
• Evitar alimentos fornecidos por vendedores ambulantes.
• Manter a boca fechada durante o banho.
• Não comer frutas com casca.
• Lavar as mãos regularmente com água e sabão.

Uma doença leve e autolimitada

Felizmente, a diarreia do viajante ocorre como uma infecção leve do trato gastrointestinal e, portanto, não causa complicações graves em adultos. As maiores consequências da doença recaem sobre a viagem, pois aumenta de duração e tem seu planejamento alterado.

Em alguns casos, a doença pode ser causada por germes muito prejudiciais, que requerem tratamento com antibióticos por vários dias. Além disso, as crianças podem apresentar desidratação grave se a diarreia for abundante. Nesse sentido, é fundamental consultar o médico sempre que surgirem os sintomas da doença.