Diferenças entre peeling mecânico e químico

Você está preocupado com o estado da epiderme? Em caso afirmativo, você pode estar se perguntando quais são as diferenças entre peelings mecânicos e químicos. O primeiro utiliza micropartículas sólidas, enquanto o segundo utiliza ácidos e enzimas ativas.
Diferenças entre peeling mecânico e químico
Samuel Antonio Sánchez Amador

Escrito e verificado por el biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador.

Última atualização: 01 março, 2023

A pele é o maior órgão do corpo (1,6 metros quadrados e 4 quilos) e um dos mais importantes do ponto de vista imunológico. É constituído por 3 camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme, cada uma com funções e requisitos fisiológicos próprios. Sua principal tarefa é estabelecer uma barreira semipermeável que impeça a entrada de patógenos no corpo.

Este órgão é constantemente renovado e permanece viável por conta própria com uma dieta adequada, mas também é aconselhável cuidar dele, especialmente se você tem um histórico de problemas dermatológicos prévios. Com essa ideia em mente, mostraremos as diferenças entre a esfoliação mecânica e a química. Não o perca!

O que é esfoliação?

O Oxford Dictionary define o termo esfoliação como ‘a divisão ou separação em escalas ou folhas’ e ‘a descamação da epiderme’. A palavra vem do latim exfoliare, que significa literalmente ‘remover as folhas’. Embora seja normalmente utilizado no campo da estética, a verdade é que o processo de esfoliação ocorre naturalmente em todos os momentos.

A esfoliação é o mecanismo pelo qual as células mortas superficiais da pele são renovadas, de forma artificial ou natural. Antes de continuar a explicá-la, é necessário definir brevemente quais são as camadas da epiderme. Nós as listamos abaixo, da mais interna á mais externa:

  1. Camada basal: também conhecida como camada germinativa, é a única em que ocorre a divisão celular ativa (mitose). À medida que novas células se formam nesta monocamada, aquelas já sintetizadas são empurradas para os estratos superiores. Aqui estão as células capazes de produzir melanina (melanócitos) e células de Merkel.
  2. Estrato espinhoso: contém até 6 camadas de células estruturadas de forma irregular. Os corpos celulares são responsáveis pela síntese dos compostos que darão origem à queratina e sua atividade mitótica é mínima.
  3. Camada granular: pode incluir até 3 camadas de células planas. Suas células (queratinócitos) contêm grânulos muito densos de querato-hialina, precursores da queratina.
  4. Estrato lúcido: esta camada é encontrada apenas nas partes mais espessas da epiderme. É rico em células sem núcleo, cuja cerato-hialina foi transformada em eleidina.
  5. Estrato córneo: as células dessa camada (conhecidas como corneócitos) são finalmente queratinizadas e funcionalmente mortas, por falta de núcleo.

Embora possamos não perceber, a cada minuto de nossas vidas perdemos de 30.000 a 40.000 corneócitos superficiais por meio da esfoliação fisiológica.

A epiderme renova suas linhas celulares de superfície completamente em cerca de um mês, embora não simultaneamente em todas as partes do corpo.

Diferenças entre peeling mecânico e químico

As diferenças entre o peeling mecânico e químico incluem se é natural ou não
A pele é um grande órgão que se renova constantemente, um mecanismo natural denominado esfoliação. Para fins estéticos, pode ser induzido artificialmente.

A esfoliação natural pode ser suficiente para manter a pele saudável, mas em alguns casos a intervenção humana é necessária. Isso é especialmente essencial nos seguintes cenários:

  1. Hiperqueratose: é uma doença caracterizada pelo espessamento patológico da camada externa da pele. É devido ao acúmulo excessivo de queratina nas camadas mais externas da epiderme em diferentes partes do corpo. Requer uma esfoliação.
  2. Ictiose: é uma doença da pele de natureza genética que faz com que a pele pareça mais escamosa e áspera do que o normal. Em cães, seu aparecimento foi associado a um padrão de herança autossômica recessiva do gene PNPLA1. Em qualquer caso, em humanos ainda relata muitas incógnitas.

A esfoliação artificial é útil no tratamento deste quadro clínico e de muitos outros, porém deve ser sempre indicada pelo dermatologista. Com todas essas ideias em mente, mostramos as diferenças entre a esfoliação mecânica e a química, as 2 principais variantes quando se trata de eliminar as células epidérmicas superficiais mortas.

1. A esfoliação mecânica utiliza propriedades físicas e a química não

Pode parecer redundante, mas a primeira das diferenças entre esfoliação mecânica e química está no nome do próprio processo. Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que a esfoliação física utiliza um material abrasivo para esfregar ou esfoliar a pele. O uso de um material duro esfregado na pele, por menor que seja, ajuda a remover os corneócitos superficiais mortos.

Por outro lado, a esfoliação química remove os corneócitos superficiais por meio da aplicação de compostos químicos. Os produtos vendidos sem receita médica geralmente contêm baixas proporções de princípios ativos, enquanto os aplicados na clínica dermatológica são um pouco mais agressivos (e eficazes).

Ambos os processos buscam remover as camadas mais externas da pele morta, no entanto, um faz uso de materiais sólidos (muitas vezes microscópicos) e o outro depende de substâncias enzimáticas ou ácidas para matar o excesso de corneócitos depositados. Um profissional dermatologista poderá indicar qual a melhor opção em cada cenário.

2. Os princípios usados em cada variante são diferentes

Outra diferença entre a esfoliação mecânica e a química está nos materiais usados para se livrar das células mortas da pele. Nós os mostramos separadamente e depois os enfrentamos.

2.1 Materiais em esfoliação mecânica

Os compostos mais comumente usados na esfoliação mecânica são os seguintes, conforme indicado pelos portais dermatológicos :

  • Microesferas de plástico (microbeads ): são partículas de plástico com menos de 1 milímetro de diâmetro em seus tamanhos maiores. São muito úteis na esfoliação, pois o atrito com a pele faz com que se separe mecanicamente os corneócitos e promova sua queda. Em qualquer caso, são cada vez menos fabricados devido ao seu potencial poluidor.
  • Grânulos pequenos: o princípio é o mesmo do caso anterior, mas desta vez são utilizadas micropartículas de elementos mais naturais, como a semente de jojoba. Eles são menos contaminantes do que as microesferas e são usados em uma ampla variedade de produtos cosméticos.
  • Grânulos maiores: As partículas de pedra-pomes e os cristais de óxido de magnésio (MgO) são um pouco maiores que os anteriores, por isso é recomendado apenas para uso como esfoliante mecânico para pessoas com pele espessa.
  • Micropartículas de materiais naturais: as cascas e sementes moídas de alguns vegetais podem ser úteis na esfoliação do rosto. No entanto, a forma irregular das micropartículas resultantes promove danos à pele.

2.2 Materiais em peeling químico

Os materiais usados para realizar um peeling químico são os seguintes:

  • Ácidos alfa-hidroxi (AHA): o ácido láctico, o ácido glicólico e o ácido mandélico estão neste grupo. Os peelings realizados com estes compostos são suaves e seguros, embora possam causar alguns formigamentos e vermelhidão ao nível cutâneo.
  • Beta-hidroxiácidos (BHA): são ácidos orgânicos que se caracterizam pela presença de um grupo hidroxila (-OH) separado do grupo carboxila (-COOH) por 2 átomos de carbono (C). O ácido salicílico é o representante mais comum e, curiosamente, contém o mesmo substrato usado para a fabricação da aspirina.
  • Enzimas: tripsina, colagenase e outras enzimas obtidas naturalmente também ajudam a separar corneócitos mortos da epiderme, pois enfraquecem a adesão entre esses corpos celulares e favorecem sua queda. Elas atuam mais lentamente do que os ácidos, por isso são um pouco mais suaves para a pele.

Deve-se notar que os AHA são usados para limpar as camadas mais externas da pele, enquanto os BHA penetram ainda mais nas camadas acima mencionadas e realizam uma higienização “de dentro”. Cada um é útil em áreas específicas.

2.3 Materiais físicos e químicos

Uma das diferenças mais claras entre a esfoliação mecânica e a química reside nos materiais usados para separar os corneócitos do estrato córneo. Na primeira metodologia, são utilizadas micropartículas de natureza abrasiva que destacam as células mortas pelo movimento.

Por outro lado, nos processos químicos são usados compostos diluídos que enfraquecem as junções celulares superficiais, o que faz com que os elementos mortos saiam mais facilmente. Cada mecanismo é eficaz em sua própria maneira, seja com base na física ou na química.

Alguns esfoliantes existentes no mercado combinam propriedades físicas e químicas ao mesmo tempo.

3. A esfoliação mecânica é mais recomendada nos quadros gerais

Quando uma pessoa não profissional fala em esfoliação ou peeling, certamente está se referindo ao método mecânico. Não se engane, pois os produtos de micropartículas são recomendados para peles saudáveis com poucas manchas. Em outras palavras, seu trabalho é mais preventivo do que tratador. Não deve ser feito mais de 1 vez por semana.

Os peelings químicos são geralmente um pouco mais agressivos, por isso são recomendados nos casos em que se deseja remover ativamente as cicatrizes superficiais causadas por acne, manchas ou suavizar o sulco das rugas. Conforme indicado pela Clínica Mayo, existem os seguintes tipos de peelings químicos, dependendo de sua agressividade:

  • Suave: seu raio de ação está na camada mais superficial da pele, a epiderme. É usado no tratamento de acne leve, manchas, ressecamento e tom de pele irregular em certas áreas. De acordo com a clínica citada, deve ser aplicado no máximo a cada 2-5 semanas.
  • Médio: atua na epiderme, mas também nas camadas mais superficiais da derme. É usado no tratamento de cicatrizes e rugas de acne.
  • Profundo: como o próprio nome indica, é o mais agressivo de todos e atua de forma profunda. Não deve ser repetido em nenhum caso para obter o resultado desejado.

4. O peeling mecânico pode ser usado com mais frequência do que o peeling químico

As diferenças entre esfoliação mecânica e química incluem sua periodicidade
Se os peelings forem abusados em demasia, podem ocorrer problemas de pele. É importante, portanto, obter a aprovação de um dermatologista.

Os portais citados estimam que a esfoliação mecânica pode ser realizada de 2 a 3 vezes por semana, sendo 1 o ideal. Esteja ciente de que o abuso desses produtos pode irritar a pele a curto e longo prazo. Por outro lado, os peelings químicos são reservados mais para a área dermatológica e às vezes só precisam ser aplicados uma vez por mês.

Esfoliar muito a pele pode ter efeitos negativos e nem sempre é recomendado. Estas são algumas das razões pelas quais não devemos abusar dessa prática:

  1. A pele já esfolia naturalmente: como já falamos nas linhas anteriores, a reposição natural da epiderme ocorre aproximadamente a cada 30 dias. Uma pessoa saudável não precisa praticar esfoliação mecânica ou química.
  2. Às vezes é irritante: a aplicação de muitas esfoliações mecânicas ou de  produtos químicos fortes pode irritar a pele e causar o efeito oposto ao desejado.
  3. Pode causar microlesões: esfoliantes mecânicos naturais e caseiros são uma faca de dois gumes. Embora ajudem a se livrar das células mortas da pele, seu formato irregular também pode causar pequenos cortes na pele.
  4. Basta uma boa higiene: lavar o rosto com gel e esfregar com as mãos é mais do que suficiente para soltar a pele morta em pessoas que não têm quadros patológicos.

Embora o uso de esfoliantes de natureza mecânica seja generalizado, não é recomendável abusar deles, nem aplicá-los sem a supervisão de um dermatologista. Se você tem pele muito sensível ou uma doença dermatológica prévia, isso só pode piorar o seu quadro clínico.

Diferenças entre esfoliação mecânica e química: 2 faces da mesma moeda

Apresentamos 4 diferenças entre esfoliação mecânica e química, mas você deve ter notado que a premissa é a mesma em ambos os casos. O objetivo final é remover os corneócitos mortos da pele para que ela possa “respirar” melhor e assim promover o bem-estar da pele, tanto do ponto de vista fisiológico quanto estético.

No entanto, não se deixe levar por campanhas publicitárias e “estudos comprovados” que não são suportados por dados científicos reais. Se você deseja esfoliar a pele com eficácia, vá a um dermatologista e peça que ele aplique uma seleção de produtos confiáveis. Lembre-se de que o barato é pode sair caro em questões de saúde.




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