7 traços psicológicos e comportamentos de pessoas submissas

Como são as pessoas submissas? Elas têm dificuldade de dizer não? Vamos nos aprofundar nesse tipo de personalidade para explicar seus principais traços psicológicos e comportamentos.
7 traços psicológicos e comportamentos de pessoas submissas
Laura Ruiz Mitjana

Escrito e verificado por la psicóloga Laura Ruiz Mitjana.

Última atualização: 03 julho, 2023

Você já se perguntou como são as pessoas submissas? Você se considera uma delas? Você conhece alguém submisso? Aqui trazemos para você 7 traços psicológicos e comportamentos que as caracterizam para que você possa se aprofundar neste conceito e compreendê-lo melhor.

Logicamente, nunca podemos generalizar, pois cada pessoa é um mundo. No entanto, podemos falar de certas características comuns e gerais em pessoas com esse traço tão marcante quanto a submissão. Eles nem sempre aparecem, mas geralmente sim.

Pessoas submissas: características

O dicionário inclui, entre os significados de submissão, os seguintes: “Ação ou efeito de submeter, de acatar ordens sem se opor nem reclamar; obediência, subordinação. Tendência para obedecer ou para aceitar uma situação que lhe é imposta. Obediência irrestrita; circunstância em que se precisa obedecer. Condição de quem teve sua liberdade retirada; dependência”. Assim, as pessoas submissas tendem a se submeter aos outros, ou seja, à sua autoridade ou vontade.

Por isso, manifestam comportamentos que podem ir contra seus valores ou princípios apenas pelo medo de entrar em conflito ou de ter que enfrentar críticas. Outra de suas características é a dependência e a preferência dos interesses dos outros sobre os próprios.

Dessa forma, tendem a não demonstrar o que sentem ou pensam, justamente por aquela vontade de agradar ou por aquele medo de não fazê-lo. Ser submisso pode influenciar negativamente na autoestima de alguém, pois devido à busca constante pela aprovação dos outros, a pessoa acaba se anulando. As pessoas submissas não ouvem o que sentem ou querem.

Mencionamos algumas das características desse tipo de pessoa. No entanto, ainda há mais por vir! Não perca!

Timidez em pessoas submissas.
A timidez nas pessoas submissas é um traço que as caracteriza, com medo da rejeição.

Traços psicológicos e comportamentos de pessoas submissas

O que caracteriza as pessoas submissas? Como elas se comportam, como pensam ou quais são algumas de seus comportamentos? Vejamos 7 dessas características.

1. Discrição

Um dos traços psicológicos mais marcantes nas pessoas submissas é a discrição. Isso se traduz em um jeito de ser que os faz não querer chamar muita atenção.

Por isso, muitas vezes passam despercebidas. Os motivos? Querer evitar conflitos a evitar momentos humilhantes ou desconfortáveis. Nesse sentido, as pessoas submissas tendem a evitar conflitos por medo de não conseguir lidar com a situação.

As pessoas submissas não querem ser vistas porque vivem com medo de incomodar. Por isso, procuram estar sempre atrás de alguém, pois as opiniões também os afetam. Por isso, como dissemos, tentam passar despercebidos para se proteger e como mecanismo de defesa.

2. Falta de assertividade

Em relação à última característica mencionada, a falta de assertividade é outro traço das pessoas submissas. Já em 1940, Andrew Salter definiu a assertividade como um traço de personalidade, pensando que havia pessoas que a tinham e outras que não.

Posteriormente, outras definições surgiram para esse conceito, aludindo à capacidade de expressar seus direitos e seus sentimentos com respeito e sinceridade para com os outros. A assertividade também inclui a capacidade de dizer não e estabelecer limites. Nesse sentido, as pessoas submissas têm dificuldade em demonstrá-lo.

3. Buscar a satisfação dos outros

Por outro lado, as pessoas submissas procuram satisfazer os outros, mesmo que isso implique desconforto consigo mesmas. Ou seja, elas tendem a colocar as necessidades ou desejos dos outros antes dos seus. Além disso, evitam desobedecer ordens para evitar conflitos, buscando sempre a felicidade ou o bem-estar dos outros.

4. Evitação de conflitos

Outra característica desse tipo de pessoa é que evitam, muitas vezes a todo custo, conflitos com os outros. Elas sofrem tanto durante esses episódios que sempre tentam evitá-los. Muitas vezes o fazem porque acham que não saberão administrar a situação de forma assertiva ou que não poderão dizer o que pensam. Portanto, evitam esse tipo de problema.

“Sempre que você está em conflito com alguém, há um fator que pode fazer a diferença entre prejudicar o relacionamento ou torná-lo mais forte. Esse fator é a atitude.”

-William James-

Resumindo: esse tipo de pessoa tende a evitar ativamente o confronto direto com os outros. Assim, as pessoas submissas apresentam um comportamento passivo-agressivo, com uma mistura de atitudes de raiva e frustração e ações de conformidade com o que a outra pessoa quer.

5. Timidez acentuada

Embora nem sempre aconteça, muitas vezes as pessoas submissas também são tímidas, não introvertidas. A timidez é um traço de personalidade capaz de mudar o comportamento e condicionar o vínculo com os outros.

Quando aparece em excesso ou é incapacitante, podemos classificá-lo como um medo crônico causado pela falta de confiança em si mesmo. Isso impede a pessoa de se relacionar normalmente e para o desenvolvimento social.

As pessoas submissas demonstram esse excesso de timidez que as faz refletir e pensar muito sobre a imagem que projetam: como ficam diante dos outros. Isso gera uma certa obsessão por querer oferecer uma imagem positiva para os outros ou uma imagem não negativa. Ou seja,  as pessoas submissas se preocupam demais com o que você pensa delas.

6. Um passado complicado e baixa autoestima

Sabemos que as experiências de vida marcam em grande parte quem somos e como somos, mesmo que nunca nos definam totalmente. Como exemplifica esta frase: “nem todo mundo que olha para mim pode me ver, nem todo mundo que pensa que me conhece sabe quem eu sou”.

No entanto, é verdade que pessoas submissas muitas vezes passaram por episódios de vida complicados e dolorosos, como bullying ou outras situações que criaram sentimentos de insegurança e baixa autoestima.

Nesse sentido, um estudo liderado por Naranjo ML (2007), publicado na revista “Education Research Updates” sugere que a autoestima é um fator chave no nosso desenvolvimento. Para promovê-la, é essencial nos amarmos e nos sentirmos amados pelos outros.

Conceito de apresentação.
Na submissão há uma aceitação cega do que o outro propõe, sem resistir.

7. Dependência

A dependência emocional é outra das características das pessoas submissas, o que favorece relacionamentos baseados nesse padrão afetivo. Pode-se até considerar que a dependência emocional é semelhante a um vício em relação a outra pessoa, seja o parceiro ou não.

Aparece a tendência de acreditar que o outro é tudo e que sem ele não nos tornamos nada. Assim, muitas pessoas submissas manifestam essa tendência ou esse padrão em seus relacionamentos.

“Ame quando estiver pronto, não quando estiver sozinho.”

-Walter Riso-

Pessoas submissas podem sofrer de depressão

Vimos algumas das características das pessoas submissas, embora possa haver mais. Cada pessoa tem seu jeito de ser e isso não está errado. O que seria negativo é se esse mesmo modo de ser interferisse na vida ou gerasse sintomas depressivos, desconforto e estresse.

Embora nunca possamos generalizar, a partir da psicologia da personalidade e das diferenças individuais sabemos que existem certos tipos e padrões. Dentro de cada tipologia encontramos traços que definem essas formas de ser. No caso da submissão, não poderíamos falar tanto de um tipo de personalidade, mas sim de um modo de ser ou de um traço predominante.

“Todas as nossas experiências se fundem em nossa personalidade. Tudo o que nos aconteceu é um ingrediente.”

Malcolm X



  • González, José (1987). Psicología de la personalidad. Madrid: Biblioteca Nueva.
  • Riso, W. (2015). El derecho a decir No. Cómo ganar autoestima sin perder asertividad. Editorial Planeta/Zenith.
  • Romi, M.J. (2003). Cuando digo no, me siento culpable. Nuevas ediciones de bolsillo.
  • Caballo, Vicente E. “Asertividad: definiciones y dimensiones.” Estudios de psicología 4.13 (1983): 51-62.

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