Tratamento do câncer de pulmão

As terapias para tratar o câncer de pulmão têm como objetivo eliminar a doença ou controlá-la. Vejamos as opções disponíveis atualmente.
Tratamento do câncer de pulmão

Última atualização: 16 agosto, 2021

O tratamento do câncer de pulmão varia de acordo com vários critérios. A idade, estado de saúde, tipo de câncer desenvolvido, extensão, prognóstico e as preferências do paciente influenciam na escolha das terapias. O tratamento tem como objetivo eliminar o câncer, controlá-lo, evitar sua propagação, reduzir os sintomas e dar aos pacientes uma melhor qualidade de vida.

As terapias combinadas geralmente são as preferidas. Elas utilizam duas ou mais opções no processo de cura. Hoje nos concentraremos no tratamento padrão do câncer de pulmão. Ou seja, nas alternativas que são utilizadas em todo o mundo como procedimento para o enfrentamento da doença. Existem dezenas de ensaios clínicos em andamento que se colocam como opções possíveis para o futuro.

Cirurgia

O tratamento do câncer de pulmão inclui a realização de cirurgias.
Quando as condições são favoráveis, a cirurgia pode ser o tratamento escolhido para tratar o câncer de pulmão.

De acordo com a American Lung Association, a cirurgia é a melhor alternativa de tratamento quando o câncer está localizado e não se espalhou para outras partes do corpo.

Geralmente essa opção é escolhida quando se trata de um câncer de pulmão de células não pequenas em estágio inicial ou tumores carcinoides foram encontrados em um único pulmão. De acordo com o National Cancer Institute, estas são as opções disponíveis:

  • Resseção em cunha: consiste na retirada do tumor e de parte do tecido que o circunda. Quando a extração de tecido necessita ser maior do que o esperado, a cirurgia é chamada de resseção segmentar. Os pesquisadores recomendam esta última por sua maior taxa de sobrevivência após a intervenção.
  • Lobectomia: este é o procedimento padrão para o tratamento do câncer de pulmão através de cirurgia. Durante a intervenção, um dos lóbulos do pulmão é removido (o direito tem três e o esquerdo dois). Quando o procedimento precisa ser feito em ambos pulmões, é chamado de bilobectomia.
  • Resseção de manga: também conhecida como lobectomia em manga. Nesse caso, o lobo e parte do brônquio são removidos. Estudos recomendam sua aplicação, sempre que possível, para evitar a pneumonectomia.
  • Pneumonectomia: refere-se à intervenção na qual o pulmão é totalmente removido. Essa opção é escolhida quando o câncer não pode ser tratado com as opções anteriores ou está localizado no centro do pulmão.

A cirurgia pode ser acompanhada por sessões de quimioterapia ou radioterapia para eliminar vestígios de células cancerosas no corpo. Isso é conhecido como tratamento adjuvante, e é utilizado para reduzir a probabilidade de que o câncer volte.

Quimioterapia

Como aponta a Johns Hopkins Medicine, o tratamento quimioterápico para o câncer de pulmão tem como objetivo a destruição das células tumorais em todo o corpo. Ela pode ser usada para reduzir o tumor, evitar que ele se espalhe ou aliviar os sintomas do paciente. É usada antes ou depois da cirurgia, embora também possa ser empregada como a única terapia principal.

A administração é baseada em ciclos. Cada ciclo tem um período de recuperação. Durante esse processo algumas células saudáveis podem ser destruídas, resultando em efeitos colaterais como queda de cabelo, supressão do sistema imunológico e fadiga. Para reduzir as complicações, o especialista pode usar uma terapia regional ou local, que se concentra apenas na área afetada.

Alguns dos medicamentos usados durante a quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão são a cisplatina, Gemzar (gemcitabina), Taxotere (docetaxel) e Taxol (paclitaxel), entre outros.

Radiação

A radioterapia usa raios-x de alta energia para evitar a reprodução das células cancerosas ou para eliminá-las por completo. Podemos dividi-la em externa e interna. Neste último caso, implantes radioativos são usados dentro do tumor cancerígeno. A primeira opção (externa) é a mais utilizada pelos especialistas. Destacamos os seguintes efeitos colaterais após a aplicação:

  • Fadiga.
  • Tosse.
  • Reações cutâneas leves.
  • Dor de garganta.
  • Inflamação dos pulmões.

Os pesquisadores apoiam o uso dessa opção nos estágios iniciais do câncer, embora ela também possa ser usada quando a doença estiver avançada. A terapia é indolor e dura em média 15 minutos.

Terapias alvo

Como mencionamos brevemente na seção de quimioterapia, as terapias alvo estão sendo usadas com cada vez mais frequência. Este tipo de tratamento reduz os efeitos colaterais e concentra os esforços em certos biomarcadores de células malignas.

Em termos simples, alguns tumores apresentam características em sua estrutura (mutações, adições, eliminações ou rearranjos no DNA) que podem ser identificadas por meio de exames de laboratório. Após a identificação, são escolhidos tratamentos especiais que atacam essas características.

Os biomarcadores identificados até o momento e que podem ser tratados são: EGFR, ALK, ROS-1, RET, MET, NTRK e BRAF V600E. Este é um campo aberto da medicina, de modo que nos próximos anos novos marcadores úteis para diferentes terapias serão descobertos.

Imunoterapia

A imunoterapia é um novo tratamento para o câncer de pulmão. Os estudos estão vendo com bons olhos a sua aplicação, como uma terapia que pode apresentar resultados cada vez mais promissores no futuro. Em termos simples, ela consiste na administração de medicamentos que ativam as defesas do organismo para enfrentar as células malignas.

O tipo de imunoterapia usada no câncer de pulmão concentra-se em vacinas, inibidores do ponto de controle imunológico e terapias com células T adotivas. Ela pode ser usada sozinha ou em conjunto com a quimioterapia e em qualquer estágio da progressão do câncer.

Mudanças no estilo de vida

O tratamento para o câncer de pulmão inclui parar de fumar.
Longe de ser uma medida desnecessária, parar de fumar pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e diminuir os sintomas do câncer de pulmão.

Como não poderia ser de outra forma, se você é fumante deve parar ou diminuir o hábito após o diagnóstico da doença. Estudos consideram o abandono do tabagismo como parte integrante do tratamento do câncer de pulmão. Lembre-se de que fumar pode piorar os sintomas do câncer ou as sequelas geradas pelas terapias. Não deve haver trégua neste ponto.

Tal como acontece com outras doenças, o uso de tratamentos alternativos se tornou popular. Alguns deles são baseados em conhecimentos tradicionais, como a naturopatia ou a medicina aiurvédica.

Considere que, caso você queira experimentar essas terapias, é necessário informar ao especialista, não abandonar o tratamento principal e manter expectativas objetivas em relação aos tratamentos que prometem curar o câncer. Alguns hábitos podem de fato trazer benefícios através do relaxamento, por exemplo:

  • Meditação.
  • Ioga.
  • Tai Chi.
  • Massagens.
  • Acupuntura.

Essas práticas não curam o câncer, mas podem ser boas aliadas para melhorar a qualidade de vida no plano físico e emocional. Em todo caso, é importante que você confie no tratamento indicado pelo médico que está tratando a doença.



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