Como o câncer de mama é diagnosticado?

Vários exames de imagem e laboratoriais são considerados para o diagnóstico de câncer de mama. Estilo de vida, idade, histórico familiar e outros fatores de risco também são considerados no processo.
Como o câncer de mama é diagnosticado?

Última atualização: 08 junho, 2021

A chance de desenvolver câncer de mama aumenta conforme você envelhece. As mulheres devem fazer exames anuais após os 40 anos, um hábito preventivo para localizar anormalidades em seus estágios iniciais. O diagnóstico do câncer de mama utiliza diversos exames de imagem e laboratoriais.

É importante lembrar que muitas vezes os sintomas da doença não aparecem até que ela tenha progredido para episódios mais graves. Mesmo assim, diferentes testes podem detectá-los com antecedência; um avanço muito importante para inclinar a balança para uma prognóstico mais positivo.

Autoexames de mama como diagnóstico de câncer de mama

O diagnóstico de câncer de mama começa com o autoexame da mama
Embora sua eficácia seja controversa, o autoexame das mamas é benéfico como método preventivo ou diagnóstico precoce.

Embora em nenhum caso ele possa substituir o diagnóstico feito por um especialista e seus efeitos sejam limitados, as pesquisas não deixam de apontar a importância do autoexame das mamas como método de detecção precoce da doença.

A polêmica é maior, principalmente devido às evidências indicarem que boa parte de quem o faz tem conhecimentos errôneos sobre como fazê-lo ou com que frequência.

O autoexame pode ser considerado um pré-diagnóstico que alerta as mulheres para um problema. Ele pode servir como um guia para outros testes e exames com um espectro maior de confiabilidade.

Como nos lembra a American Cancer Society, os resultados do autoexame devem ser tratados com cuidado. Eles podem dar uma falsa esperança de que tudo está em ordem, embora familiarizar-se com o tamanho e o formato das mamas seja importante para detectar possíveis alterações nelas devido aos sintomas.

Diagnóstico de câncer de mama por exames físicos e clínicos

Para fazer um diagnóstico de câncer de mama, o especialista pode recorrer a uma infinidade de testes. Rotineiramente, você pode optar por um exame físico antes de prosseguir com exames muito mais complexos. Estes consistem no seguinte:

  • Entrevista para determinação dos fatores de risco: aqui é feita uma avaliação geral do estado de saúde em busca de possíveis alterações ou danos colaterais causados pela doença. O médico levará em consideração neste momento o histórico familiar de câncer, hábitos de saúde, dieta alimentar e outros fatores de risco.
  • Exame físico para câncer de mama: por meio deles o especialista palpará a região mamária em busca de má-formações ou nódulos que indiquem o possível desenvolvimento da doença. Esse processo também pode ser estendido para áreas periféricas.

Durante ambos os exames são levadas em consideração a cor, textura e aspecto da mama e do mamilo, sempre considerando as alterações que a paciente notou nos últimos meses. Este é apenas um diagnóstico inicial, geralmente usado para abrir caminho para exames mais abrangentes.

Diagnóstico de câncer de mama por imagem

De acordo com as evidências, o diagnóstico de câncer por meio de exames de imagem é um dos métodos mais seguros que os especialistas podem utilizar. Embora as investigações tenham motivado o desenvolvimento de novos exames, a verdade é que aqueles realizados por imagens continuam sendo uma referência na medicina. Os mais usados são os seguintes:

Mamografia

A mamografia é um teste de diagnóstico de câncer no qual são obtidas imagens de raios-x das mamas. Isso é feito em uma máquina especial, chamada mamógrafo, pressionando a mama em duas placas para obter um raio-X. Este método pode detectar a doença até 2 a 3 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas.

Existem dois tipos: de detecção e diagnóstico. O primeiro obtém as imagens de forma geral, o segundo em uma área específica (aquela em que foi detectado um nódulo no exame clínico, por exemplo). Como o teste não distingue o câncer de outras doenças da mama, métodos complementares são necessários para um diagnóstico preciso.

Ultrassom da mama

O diagnóstico de câncer de mama inclui o uso de um ecossonograma da mama
Entre as vantagens do ultrassom estão o baixo custo, a rapidez e a ausência de emissão de radiação.

Também conhecido como ecografia mamária, é um procedimento no qual ondas sonoras de alta energia são refletidas nos tecidos mamários. O efeito rebote destes gera uma imagem da aparência interna chamada de ecografia da mama ou ultra-som da mama.

É muito comum que a ultrassonografia mamária seja usada como um complemento à mamografia, especialmente quando áreas anormais são detectadas. Nesse caso, o teste pode ser útil para distinguir um cisto cheio de líquido de uma má-formação sólida. Mesmo assim, seu alcance é limitado e requer outros exames para confirmar a presença da doença.

Ressonância magnética

Ele se desenvolve com o auxílio de campos magnéticos que resultam em uma série de imagens internas da mama. A ressonância magnética é um teste auxiliar da mamografia, não um procedimento principal. Isso ocorre porque ela é menos eficaz do que a mamografia ou o ultrassom na detecção de certos tipos de câncer de mama. Apesar disso, pode ser muito útil em alguns contextos.

Esses são os métodos de imagem mais utilizados no diagnóstico do câncer de mama. Dependendo dos critérios do especialista, uma tomografia por emissão de pósitrons ou tomografia computadorizada também pode ser útil. Os três procedimentos descritos, entretanto, são os mais utilizados atualmente.

Exames laboratoriais para câncer de mama

Os testes acima são usados para identificar anormalidades ou nódulos, mas somente por meio de testes laboratoriais o diagnóstico pode ser confirmado. A mais importante de todas é a biópsia, pois permite que o tecido seja estudado diretamente ao microscópio.

Este procedimento consiste em extrair amostras de células mamárias e analisá-las minuciosamente. Existem vários tipos de biópsia, as mais utilizadas são as mencionadas a seguir:

  • Excisão: na qual é realizada uma extração completa da massa.
  • Incisão: apenas uma parte da massa é retirada como amostra para análise posterior.
  • Aspiração por agulha fina: também chamada de AAF, consiste na obtenção de uma amostra de tecido com o auxílio de uma agulha fina conectada a uma seringa. Se for um cisto, o procedimento pode drenar o líquido.
  • Punção com agulha grossa – é usada uma agulha mais larga e oca, facilitando a remoção de mais tecido.

Para chegar ao tecido, o médico usará exames de imagem para localizá-lo. O material obtido é levado ao laboratório para determinar a possível presença de células cancerosas.

No caso de obtenção de evidências confiáveis, outros testes laboratoriais também serão desenvolvidos para determinar a velocidade de seu crescimento, a probabilidade de reincidência e a possibilidade de sua disseminação, entre outros. Alguns dos usados são os seguintes:

  • Teste do receptor de estrogênio e progesterona.
  • Testes multigene ( MammaPrint e OncoType DX ).
  • Teste do receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano.

Também são realizados exames complementares para elucidar o estadiamento do câncer detectado; ou seja, sua possível propagação para outras partes do corpo.

Diagnósticos diferentes

É importante que a paciente tenha em mente que nem todos os caroços ou nódulos detectados nos exames de imagem são causados por câncer de mama. Apenas um exame laboratorial pode confirmar a presença da doença, pois existem muitos diagnósticos diferentes. Estudos sugerem o seguinte:

  • Carcinoma lobular.
  • Carcinoma de pequenas células.
  • Mastite crônica.
  • Proliferação linfóide.
  • Melanoma.
  • Cistos.
  • Linfonodo intramamário.

Também deve-se lembrar que as mudanças na forma ou no tamanho dos seios são relativamente comuns com a idade. A consideração dos fatores de risco, histórico familiar,  avaliação da própria paciente sobre possíveis sintomas e os exames voltados para o diagnóstico do câncer de mama atuam em conjunto na determinação da doença.

Finalizamos reiterando a importância da prevenção. Estudos apontam para um consenso sobre a importância do rastreamento mamário na ausência de sintomas, o que tem impacto positivo no tratamento da doença.



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