O que é endometrioma?

De acordo com dados de pesquisas recentes, pelo menos metade das mulheres com endometriose pode ter endometrioma em algum momento de sua vida.

O endometrioma também é chamado de cisto de chocolate porque algumas de suas características lembram esse alimento. No entanto, deve-se notar que sua aparência nada tem a ver com o consumo de chocolate. Na realidade, o endometrioma ou cisto endometriótico é uma das consequências mais comuns da endometriose.

De acordo com um estudo sobre o assunto realizado pelo Dr. José Negrón Rodríguez, 17 a 44% das mulheres têm esta doença, embora em outros se indique que a percentagem é de pelo menos 50%. Por esse motivo, pode estar associada a dismenorreia, dor pélvica crônica e dificuldade de engravidar.

É um cisto benigno que pode aparecer em um ou ambos os ovários. É feito de tecido endometrial, é circundado por epitélio e dentro dele contém um material espesso e enegrecido que pode parecer um pouco com chocolate.

Embora seja um tipo de lesão que pode causar algumas complicações, não apresenta um alto risco de câncer de ovário. De acordo com várias fontes especializadas, o risco de isso acontecer é baixo.

Sintomas

O Dr. Gustavo A. Restrepo explica que os endometriomas são “massas pélvicas sólidas, císticas e compostas que contêm sangue, fluidos e resíduos menstruais”. Da mesma forma, indica que alguns dos sintomas e alterações que pode produzir são os seguintes:

• Febre.
• Dor abdominal.
• Níveis elevados de leucócitos no sangue.

Quando os sintomas ocorrem no lado direito do abdômen, podem ser confundidos com apendicite aguda.

Além disso, o endometrioma é capaz de causar outras manifestações, muito semelhantes às da endometriose. Entre eles, predomina a dor pélvica (tanto durante a menstruação como no resto do ciclo menstrual).

Outros sintomas associados são dor durante a relação sexual, irregularidade menstrual e, em alguns casos, função reprodutiva prejudicada (infertilidade).

Causas

De acordo com a revisão realizada pelo Dr. José Negrón Rodríguez:

• Há autores que consideram que a causa do endometrioma ovariano é “a metaplasia do epitélio celômico invaginado, tendo como principal argumento a presença de invaginação epitelial em continuidade com o tecido endometrial”.
• Outros autores consideram que o endometrioma pode ser consequência de um desequilíbrio das enzimas que metabolizam os estrogênios.
• Estudos anteriores a 2019 costumavam apontar que a patogênese do endometrioma era desconhecida.

Diagnóstico

Um dos métodos mais utilizados para se chegar ao diagnóstico do cisto de chocolate é a ultrassonografia transvaginal. Esse exame de imagem tem se mostrado eficaz em mais de 88% dos casos, de acordo com os estudos já citados acima.

A laparoscopia também é uma medida diagnóstica comum, ou seja, de primeira linha. É um procedimento que permite ver o interior da pelve e do abdômen.

Tratamento

O tratamento do endometrioma varia dependendo do caso. Em alguns casos leves, a prescrição de alguns medicamentos em combinação com alguns medicamentos de venda livre pode ser suficiente para controlar os sintomas.

Porém, muitos são os casos em que esse tipo de medida é insuficiente, o que torna necessário o tratamento cirúrgico. Deve-se notar que a cirurgia também é frequentemente considerada quando o endometrioma é maior que um centímetro.

A remoção do endometrioma não é um tratamento curativo. Foram observadas recidivas, mesmo quando o procedimento foi bem-sucedido. Por isso, é necessário um tratamento pós-cirúrgico e, claro, um acompanhamento médico periódico.

Se a mulher tiver problemas de fertilidade e desejar ter filhos, será considerado um tratamento de fertilidade. Nesse sentido, os estudos já citados acima indicam que a fertilização in vitro tem sido bem-sucedida.

Tratamento adjuvante

Há consenso sobre a importância de manter bons hábitos de vida como tratamento adjuvante para endometriomas. Principalmente no que diz respeito a aspectos como alimentação saudável, rotina de exercícios e gerenciamento adequado do estresse.

É importante ter em mente que os hábitos de vida podem ser sempre melhorados e adaptados de forma realista na consulta médica. Por isso, se em algum momento houver alguma dificuldade com o exercício, por exemplo, não é necessário se ater a uma estratégia específica.

Em outras palavras: não é necessário impor uma estratégia específica a si mesmo e tentar segui-la à risca. Se em algum ponto ela não funcionar ou for extremamente difícil de manter, ela sempre pode ser modificada. A ideia é agregar bem-estar de forma prazerosa, para não complicar o dia a dia.