O que é catarata?
A visão turva ou “embaçada” pode se formar no cristalino do olho. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, é comum que ela apareça como parte do envelhecimento natural, sendo a principal causa de perda de visão em adultos com mais de 55 anos.
Geralmente causa visão turva e, dependendo do caso, o tratamento pode ir desde a utilização de óculos mais grossos até a cirurgia de catarata, que consiste na troca do cristalino do olho. Mostramos tudo o que você precisa saber sobre essa patologia.
Tipos de catarata
Há quem compare o cristalino a uma cebola, pois tem camadas diferentes. O externo é chamado de cápsula, o meio é conhecido como córtex e o interno é chamado de núcleo. Assim, os tipos de catarata diferem na parte do cristalino que afetam. Vamos ver mais abaixo.
- Nuclear. É aquele tipo que aparece na camada intermediária do cristalino, e faz com que o núcleo adote uma cor amarela ou marrom.
- Cortical. Em forma de cunha, esse tipo começa a aparecer em torno da camada interna ou do núcleo.
- Capsular posterior. Esse tipo tende a se desenvolver mais rapidamente do que os anteriores e a área em que aparecem é a camada posterior externa da lente.
Outra maneira de classificar a catarata é pela forma como ela se desenvolve. Isso inclui o seguinte:
- Congênita. Caracterizada por estar presente no recém-nascido ou por ser formada no primeiro ano. Felizmente, ela não é tão frequente quanto outros casos.
- Secundária. Causada por uma doença (diabetes, glaucoma, entre outras) ou pela ingestão de certos medicamentos.
- Traumática. Ela aparece de uma lesão no olho. No entanto, existem casos em que pode demorar vários anos até que se desenvolvam.
- Por radiação. Depois de passar por um tratamento de radiação para o câncer, por exemplo, pode aparecer.
Sintomas
A catarata pode aparecer em um ou nos dois olhos, embora não se forme ao mesmo tempo, não causa dolor e, a princípio, também não afeta a visão. No entanto, com o tempo, ela piora e a acuidade visual diminui. Os sintomas mais comuns são os seguintes:
- Visão turva.
- Maior sensibilidade à luz.
- Aparecem halos ao redor das luzes.
- Problemas de visão noturna.
- Deficiência de visão de cores.
- Visão dupla.
- Mudança frequente de óculos graduados.
- Alterações na percepção de profundidade.
Além disso, se não for tratada pode levar à cegueira completa.
Causas e fatores de risco
O cristalino, também chamado de lente natural do olho, é uma estrutura composta por água e proteínas, cuja função é focar a luz e gerar imagens que desfrutam de clareza e nitidez. No entanto, o envelhecimento faz com que proteínas e células mortas sejam armazenadas nesta parte do olho, formando a catarata e, por fim, prejudicando a visão.
Além do envelhecimento, outros fatores de risco incluem o seguinte:
- Fumar ou consumir álcool em excesso.
- Ter doenças como glaucoma ou diabetes.
- Sofrer um ferimento no olho.
- Radioterapia.
- Estar acima do peso ou ser obeso.
- Exposição à radiação ultravioleta.
- Usar esteróides, estatinas e outros medicamentos por muito tempo.
- Ter uma cirurgia ocular ou ter histórico familiar de catarata.
Diagnóstico
Se houver suspeita de catarata, o médico fará um exame oftalmológico completo. Isso inclui o seguinte:
- Teste de acuidade visual.
- Tonometria.
- Teste de sensibilidade ao contraste.
- Exame da lâmpada de fenda.
- Exame de retina.
- Teste de acuidade potencial.
Tratamento
A única cura existente para a catarata é a cirurgia. No entanto, você deve saber que quando são pequenas e não afetam a visão, não precisam de nenhum tipo de tratamento.
Além disso, existem muitas pessoas que convivem com catarata leve e combatem os sintomas com medidas como o uso de lentes corretivas mais fortes, aplicação de lágrimas artificiais e tingimento das lentes dos óculos para evitar reflexos.
Porém, quando a catarata impede as atividades diárias ou interfere no tratamento de outros problemas oculares, a cirurgia é a primeira opção e não deve ser postergada, pois quanto mais avançadas, mais complicações podem surgir durante a intervenção.
Por sua vez, o procedimento pode ser realizado de várias maneiras. Uma delas é a facoemulsificação, método que consiste em usar ondas de ultrassom para desintegrar o cristalino e depois retirá-lo por sucção.
Outra pode ser a cirurgia extracapsular, caracterizada pela retirada do cristalino em uma peça, o que requer uma incisão mais longa e, portanto, pode demorar mais para cicatrizar. Após a cirurgia, uma lente intraocular é colocada para substituir a lente.
Em geral, esse procedimento é considerado seguro e tem alta taxa de sucesso. No entanto, algumas das complicações incluem infecção, inflamação, sangramento, descolamento de retina e névoa capsular posterior.
Claro, esses problemas pós-operatórios geralmente aparecem em 1% dos casos e a maioria dos que se submetem à intervenção pode ir para casa no mesmo dia.
Prevenção
Embora não existam terapias ou medicamentos para prevenir a catarata, vários hábitos podem ajudar a reduzir o risco. Entre eles, não fumar, controlar o diabetes, proteger os olhos dos raios ultravioleta, visitar o oftalmologista regularmente e consumir antioxidantes e ácidos graxos ômega-3.
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