Como prevenir a cistite

A cistite infecciosa é uma condição muito comum em mulheres. Nessas linhas mostraremos como evitar o seu aparecimento, já que o melhor tratamento é sempre a prevenção.
Como prevenir a cistite
Samuel Antonio Sánchez Amador

Escrito e verificado por el biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador.

Última atualização: 16 janeiro, 2023

A cistite é uma condição clínica bastante comum na população feminina. 10% das mulheres entre 16 e 35 anos têm uma infecção do trato urinário (ITU) a cada ano e a probabilidade de desenvolvê-la ao longo da vida de uma mulher é de até 60%. Esses números mostram a necessidade de prevenir a cistite na população adulta.

A inflamação da bexiga é uma condição geralmente infecciosa por natureza, mas às vezes ocorre devido a certos tratamentos (radioterapia e medicamentos) ou hábitos de higiene pessoal e prevenção da gravidez (géis espermicidas, certas fragrâncias e cremes vaginais). Continue lendo se quiser saber como evitar esse quadro irritante.

O que é cistite?

Antes de abordar a prevenção de qualquer condição, é interessante aprender sobre ela no nível etiológico. Conforme indicado pelo National Cancer Institute (NCI), a cistite é uma inflamação do revestimento da bexiga urinária, com ou sem infecção. As causas podem ser diferentes, embora na maioria dos casos as bactérias Gram negativas sejam as principais suspeitas.

Quando a cistite é causada por bactérias, ela é incluída no grupo de infecções do trato urinário (ITUs). No entanto, a inflamação da bexiga também pode encontrar sua causa no tratamento agressivo com radioterapia, aplicação de compostos tóxicos na mucosa da bexiga, metaplasias epiteliais e muitas outras condições.

Sintomas de cistite

Para prevenir a cistite você deve conhecer a patologia de uma forma geral
Os sintomas da cistite são óbvios, pois aparecem diretamente ao urinar. Ocasionalmente, podem ocorrer manifestações gerais, como febre leve.

A prevenção de uma doença sempre passa pela descrição de seus sintomas, já que a progressão patológica pode às vezes ser cortada pela raiz se os primeiros sinais clínicos forem detectados com frequência. Os sintomas da cistite passam pelos seguintes pontos:

  1. Necessidade persistente de urinar.
  2. Maior necessidade de urinar à noite (noctúria).
  3. Aumento do volume urinário (poliúria).
  4. Sensação de queimação e ardência ao urinar (disúria).
  5. Sangue na urina (hematúria).
  6. Urina turva com um odor muito forte.
  7. Desconforto e dor no nível pélvico.
  8. Dificuldade em urinar.
  9. Febre baixa.

Conforme indicado pela Universidad Clínica Navarra (CUN), a cistite quase nunca se apresenta com um quadro de febre alta. Se for esse o caso, é mais provável que outro órgão tenha sido infectado com a bactéria que causa a inflamação da bexiga. Se os rins são afetados, a condição é chamada de pielonefrite aguda.

Quem é mais afetado por este quadro clínico?

De acordo com pesquisas científicas, aproximadamente 1/3 das mulheres do mundo terá uma ITU aos 24 anos, enquanto esse número aumenta para 50% aos 32 anos. A incidência anual situa-se em 12% dos habitantes do gênero feminino a cada ano em qualquer localidade, valor muito superior ao relatado na população masculina.

A cistite normalmente ocorre devido a uma infecção por bactérias do trato gastrointestinal (Escherichia coli em 95% dos casos). Isso é muito mais comum no gênero feminino, uma vez que o ânus e a vagina estão em contato próximo no nível anatômico. Os homens são protegidos por uma uretra muito mais longa, um ambiente periuretral seco e a secreção de antibacterianos no fluido da próstata.

Apesar desse motivo, a cistite não complicada também pode aparecer com certa regularidade em homens entre 15 e 50 anos de idade, especialmente naqueles que são sexualmente ativos.

Como prevenir a cistite?

Agora você sabe o que é cistite, os sintomas mais importantes e o setor da população mais sujeito a ela. Nas linhas a seguir, mostramos como prevenir a cistite em detalhes com uma série de orientações e indicações médicas. Não perca!

1. Beba muitos líquidos, especialmente água

Conforme indicado por estudos coletados pela Clínica Mayo, mulheres que bebem 1,5 litro de água a mais do que a média (cerca de 2 litros) por dia são muito menos suscetíveis a infecções do trato urinário (incluindo cistite). Vamos além, pois a mesma fonte estima que 50% dos UTIS leves podem ser tratados apenas com a ingestão de grandes quantidades de água.

Este remédio caseiro faz todo o sentido do mundo. Quanto mais fluido de baixa concentração é liberado no meio urinário, mais bactérias serão arrastadas e excretadas passivamente. Em outras palavras, se uma pessoa urina muito, é mais fácil se livrar de uma infecção secundária em menos tempo.

Além de beber água, a Clínica Mayo recomenda consumir sucos levemente ácidos, como smoothies naturais de mirtilo. Os resultados científicos não são conclusivos nesta frente, mas nunca é demais tentar sucos naturais junto com o consumo de água para impedir o crescimento bacteriano no ambiente da bexiga.

A urina concentrada é o meio de cultura perfeito para bactérias patogênicas. Beba muita água e vá regularmente ao banheiro.

2. Urinar com frequência

O pequeno tamanho da bexiga de um bebê recém-nascido significa que ele precisa urinar a cada hora mais ou menos. Por outro lado, este compartimento armazena 400-600 mililitros em um ser humano adulto e leva 8-9 horas para encher, a uma taxa de cerca de 60 mililitros por hora.

A taxa média de micção em adultos é de 3-4 vezes a cada 24 horas, embora certas pessoas possam ter a necessidade de fazer xixi de 7 a 8 vezes ao dia sem qualquer patologia prévia. Mesmo que você esteja trabalhando ou não possa perder tempo durante sua rotina, lembre-se de que você deve urinar sempre que seu corpo pedir.

Se você não esvaziar a bexiga toda vez que precisar, estará indiretamente favorecendo a concentração de urina e a deposição de bactérias no tecido da bexiga.

3. Proteja-se durante a atividade sexual para prevenir a cistite

Colocar um preservativo não apenas evita que ambas as partes contraiam infecções do trato urinário, mas também protege contra doenças mais graves (como HIV ou gravidez indesejada). Este conselho é especialmente aplicável no gênero masculino, uma vez que uma das poucas maneiras de obter uma ITU em homens é praticar sexo anal sem qualquer tipo de proteção.

Recomenda-se urinar após a atividade sexual (principalmente se o casal não usa preservativo e prefere o uso de anticoncepcionais). Embora essa medida não seja infalível, ela ajuda tanto homens quanto mulheres a se livrar dos germes que se instalaram na uretra após a ação mecânica da penetração.

Se o sexo não envolve penetração, não é necessário urinar após o ato.

4. Limpe sua área íntima sempre da frente para trás

Essa forma de prevenir a cistite vale apenas para o gênero feminino, pois como já falamos, neste gênero a uretra fica muito próxima ao ânus. O principal patógeno que causa a infecção da bexiga é a E. coli, uma bactéria residente no trato gastrointestinal que é excretada nas fezes. Com esses dados, a recomendação é evidente.

A limpeza da frente para trás após a defecação evita que as bactérias sejam transportadas do ambiente anal para o vaginal. Isso evita que os micro-organismos entrem na uretra e, assim, colonizem a bexiga. Como você pode imaginar, no homem esse procedimento não é tão necessário, pois a uretra fica muito longe do ânus.

5. Não use produtos de higiene íntima altamente perfumados ou agressivos

Manter o pH adequado na região vaginal é fundamental, pois as bactérias que vivem nas cavidades genitais nos protegem de infecções externas. Sem ir mais longe, as bactérias do gênero Lactobacillus secretam substâncias que mantêm o meio vaginal ligeiramente ácido e inabitável para certos organismos (pH 4,5-5) e até competem ativamente contra patógenos e impedem sua fixação.

Se você usa sabonetes e loções altamente perfumadas no ambiente vaginal, com certeza estará matando parte das bactérias benéficas, pois certos produtos químicos modificam o pH da superfície dos tecidos. Por este motivo, é sempre recomendável usar elementos específicos para a vagina, sem odor e sem propriedades extremas.

A presença de Lactobacillus acidophilus na microbiota vaginal reduz a probabilidade de fixação de patógenos como Candida albicans.

6. Tomar banho de ducha ao invés de banho de banheira

Recomenda-se tomar banho  de ducha em vez de tomar banho de banheira  se você for suscetível a infecções do trato urinário. A água é um excelente meio para as bactérias viajarem do ânus para a vagina, então o conselho é autoexplicativo: se você ficar submerso na água do banho por muito tempo, você está indiretamente encorajando os micro-organismos a viajarem através de seu corpo.

Conforme indica a mídia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o banho dure no máximo 5 minutos. Assim, consegue-se um uso sustentável do recurso hídrico e evita-se o enrugamento da pele (entre muitas outras coisas).

7. Controle seu diabetes para prevenir cistite

Para prevenir a cistite, a glicemia deve ser controlada
Pacientes com diabetes mal controlado tendem a ser imunossuprimidos, o que favorece o desenvolvimento de infecções urinárias e suas complicações.

Como indicam as fontes citadas, as bactérias na urina aparecem em 26% das mulheres diabéticas, em comparação com 6% na população feminina em geral. Foi cientificamente confirmado que as pessoas com diabetes tipo 2 são mais propensas a UTIs recorrente. Além disso, seu prognóstico é consideravelmente pior.

Por esse motivo, os diabéticos são aconselhados a manter sempre os níveis de glicose no sangue sob controle. Às vezes, a administração de insulina exógena é necessária, enquanto em outros casos é suficiente fazer exercícios, fazer certas mudanças importantes na dieta e tomar hipoglicemiantes orais.

8. Evite usar o diafragma se ele lhe trazer complicações

O diafragma é um dispositivo anticoncepcional que evita que os espermatozoides entrem no útero. É um pequeno pedaço de silicone ou borracha circundado por um anel flexível que cobre o tecido do colo do útero. É pulverizado com espermicida e só é usado durante as relações sexuais (é retirado 6 a 24 horas após o ato).

O maior problema com o diafragma é o espermicida que deve ser aplicado para maximizar sua eficácia. Este gel pode danificar as células que revestem a vagina, aumentando o risco de doenças sexualmente transmissíveis (DST), irritação vaginal e infecções do trato urinário (incluindo cistite).

Se você associa o uso do diafragma com cistite recorrente, a melhor coisa a fazer é ir ao seu ginecologista e discutir um possível método anticoncepcional mais eficaz. O uso de preservativo pelo parceiro ou de pílulas anticoncepcionais são algumas das opções.

A prevenção da cistite é uma questão de higiene e prevenção

Esse espaço tem se voltado para a prevenção da cistite no âmbito feminino, uma vez que as mulheres têm muito mais chance de apresentar este tipo de fotos. A higiene adequada do ambiente vaginal é sempre o primeiro passo para evitar ITUs, mas certas mudanças na rotina também protegem mais as mulheres contra esse tipo de infecção.

Beber muita água, urinar depois de fazer sexo, escolher o método anticoncepcional certo e sempre usar roupas limpas são algumas das medidas que você pode tomar para evitar essas condições médicas incômodas. Caso alguma delas seja diagnosticada, tome os antibióticos prescritos seguindo as instruções do médico.




Este texto se ofrece únicamente con propósitos informativos y no reemplaza la consulta con un profesional. Ante dudas, consulta a tu especialista.