Aterosclerose: sintomas, causas e tratamento

A aterosclerose tem vários fatores de risco para seu desenvolvimento. Entre eles estão um estilo de vida sedentário, uma dieta ruim e o consumo de substâncias tóxicas, como tabaco e álcool.
Aterosclerose: sintomas, causas e tratamento
Saúl Sánchez

Escrito e verificado por el nutricionista Saúl Sánchez.

Última atualização: 25 abril, 2023

A aterosclerose é um dos problemas de saúde mais temidos atualmente. Afeta o sistema cardiovascular e é capaz de colocar em risco a vida, condicionando o fluxo sanguíneo que chega aos principais órgãos vitais. Por isso, vamos explicar em que consiste.

É uma das patologias mais ligadas à alimentação. A qualidade dos nutrientes que introduzimos no corpo pode determinar a eficiência do sistema cardiovascular. Uma alimentação baseada em produtos ultraprocessados, por exemplo, aumenta o risco de entupimento dos vasos sanguíneos.

Em que consiste?

Essa condição nada mais é do que um entupimento dos vasos sanguíneos, geralmente das artérias, causado por um acúmulo de lipídeos plasmáticos que compõem a placa ateromatosa. Isso gera um endurecimento das paredes endoteliais e uma redução do diâmetro. Da mesma forma, o fluxo sanguíneo capaz de passar por elas é condicionado.

Deve-se levar em consideração que os vasos sanguíneos permitem a chegada do sangue a todas as células do corpo humano. O oxigênio e os nutrientes necessários para garantir que as reações metabólicas e fisiológicas ocorram são dissolvidos neste líquido.

Caso um determinado tecido não receba um suprimento sanguíneo correto, pouco a pouco ele pode se deteriorar, até terminar em necrose. Neste ponto, deve-se levar em consideração que a supressão do suprimento de sangue para um órgão vital pode causar a morte de uma pessoa.

Aterosclerose: sintomas, causas e tratamento
Esta doença é silenciosa e os sintomas não são facilmente detectados.

Por que ocorre a aterosclerose?

Em relação aos fatores de risco para aterosclerose, há grande discordância na comunidade científica. Por muitos anos, esse problema foi atribuído a um aumento nos valores de colesterol plasmático.

A má alimentação foi considerada a principal causa. No entanto, atualmente há dúvidas se existe uma relação direta entre o perfil lipídico e o desenvolvimento da doença, de acordo com um estudo publicado na revista Clinical Science.

Os especialistas não relacionam diretamente o risco de aterosclerose ao colesterol total e nem mesmo às frações de HDL ou LDL. Em vez disso, acredita-se que um processo inflamatório e oxidativo afete uma pequena população da lipoproteína LDL, conhecida como VLDL oxidada.

Comer uma dieta pobre em antioxidantes e rica em substâncias inflamatórias pode aumentar a taxa de oxidação das lipoproteínas do sangue. Esta situação aumenta o risco de formação de placas ateromatosas. É o que dizem as pesquisas mais recentes.

De qualquer forma, a fração HDL ainda é considerada protetora, sendo capaz de transportar lipídios ao fígado para metabolismo ou eliminação, desempenhando assim uma função de limpeza. É aceito que o perfil lipídico é determinado, em grande parte, por um componente genético, de forma que a capacidade de agir sobre ele através da dieta é limitada.

Triglicerídeos e aterosclerose

Embora a relação entre colesterol e aterosclerose ainda gere dúvidas, a associação entre a patologia e os triglicerídeos sanguíneos parece ser mais clara. A influência genética neste caso é menor, sendo o controle dietético um claro protagonista na hora de variar a concentração desses lipídios no soro.

Aparentemente, e de acordo com os estudos mais recentes, apresentar um nível elevado de triglicéridos no plasma está associado a um maior risco de desenvolvimento de placas ateroscleróticas, representando um risco para a saúde cardiovascular. Para evitar esta situação, é necessário corrigir certos hábitos de vida.

A supressão do consumo de alimentos ultraprocessados é uma estratégia eficaz, assim como a prática de exercícios físicos diariamente. Uma abordagem integral é a maneira mais eficaz de controlar o risco.

Sintomas

Um dos principais problemas da aterosclerose é que ela é uma doença silenciosa. É capaz de não apresentar nenhum sintoma até que já esteja altamente desenvolvida, momento em que o risco de infarto ou problemas cerebrovasculares dispara.

Talvez, em pessoas ativas seja um pouco mais evidente, já que a patologia condiciona o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos. Isso gera uma sensação de cansaço precoce e redução da eficiência física. De qualquer forma, é um problema raro na população ativa.

Normalmente, desenvolve-se silenciosamente em indivíduos mais velhos, com sobrepeso e sedentários. É possível que eles não apreciem o aumento progressivo da fadiga, por isso não apresentam nenhum sintoma de alerta.

Tratamento da aterosclerose

Até poucos anos atrás, o tratamento da aterosclerose era claro. Medicamentos hipolipemiantes foram prescritos, juntamente com um padrão alimentar desprovido de lipídios e com alto teor de carboidratos.

No entanto, hoje em dia esse modus operandi deu uma volta de 180 graus. Em primeiro lugar, o efeito dessas drogas em uma alta porcentagem de indivíduos com fatores de risco cardiovascular é duvidoso.

Em relação à alimentação, foi possível demonstrar que a ingestão de ácidos graxos saturados ou insaturados não só não tem impacto negativo no perfil lipídico, mas também conseguem reduzir o risco de desenvolvimento de acidentes e patologias cardiovasculares. No entanto, o que gera um impacto negativo no funcionamento desse sistema é o consumo de ácidos graxos trans.

Suplementos dietéticos eficazes

Apesar de em alguns casos ser necessário o manejo farmacológico e até a intervenção cirúrgica, muitas situações de risco cardiovascular podem ser melhoradas com uma abordagem adequada dos hábitos de vida. Do ponto de vista dietético, destaca-se a necessidade de reduzir a ingestão de açúcares simples, carboidratos em geral, aditivos e ácidos graxos trans.

Ao mesmo tempo, é positivo aumentar a ingestão de lipídios saturados e insaturados, dando especial atenção aos da série ômega 3 por suas propriedades anti-inflamatórias.

A suplementação com determinados nutrientes também parece ser protetora contra o desenvolvimento desse tipo de patologia. Tanto os suplementos de ômega 3 quanto os de vitamina D são capazes de reduzir o risco de eventos cardiovasculares.

Eles modulam a inflamação e reduzem a taxa de oxidação da lipoproteína VLDL. Nesse sentido, o aporte de antioxidantes dietéticos por meio de alimentos de origem vegetal também é de grande ajuda.

Drogas hipolipemiantes tomadas para diminuir o colesterol.
Além dos medicamentos, o estilo de vida é decisivo no aparecimento das placas ateromatosas.

A importância da atividade física

A função da atividade física não deve ser negligenciada, principalmente quando praticada de forma regular. O exercício sempre foi associado a uma melhor saúde. Sua prática é capaz de exercer atividade antioxidante e anti-inflamatória a médio prazo.

Assim, recomenda-se uma combinação de exercícios de força com trabalho de resistência. Isso conseguirá reduzir o tecido adiposo subcutâneo e visceral, ao mesmo tempo em que aumenta a produção de massa magra. Por outro lado, estimula o funcionamento do coração.

Aterosclerose: uma patologia determinada por hábitos de vida

Não há consenso claro sobre a causa da aterosclerose, sobre os fatores de risco e sobre a importância do perfil lipídico na determinação do desenvolvimento da patologia. No entanto, é claro que os hábitos de vida influenciam diretamente no funcionamento do sistema cardiovascular.

Uma dieta baseada no consumo de alimentos in natura, que limita os alimentos ultraprocessados, é capaz de gerar um impacto protetor sobre essa classe de doenças. Ao mesmo tempo, vale ressaltar a necessidade de atividade física diária.

A aterosclerose é uma doença silenciosa sem sintomas iniciais. Portanto, ir a um profissional de nutrição para ajustar a dieta e avaliar a inclusão de um suplemento pode ser um fator diferencial para maximizar a prevenção.



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