As 3 camadas da pele: características e funções

A pele possui 3 camadas principais, mas algumas delas se subdividem em camadas menores, todas com suas características fisiológicas. Descubra-as.
As 3 camadas da pele: características e funções
Samuel Antonio Sánchez Amador

Escrito e verificado por el biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador.

Última atualização: 26 março, 2021

A pele é o maior órgão do corpo humano, pois, em média, um adulto apresenta uma área superficial aproximada de 2 metros quadrados e um peso estimado de 5 quilos. É dividida em 3 camadas e a sua principal função é nos proteger contra lesões e microrganismos patogênicos, mas ela também tem outras funções vitais para a sobrevivência dos seres vivos. Conheça, a seguir, as 3 camadas da pele.

A pele é nada mais nada menos que a fronteira entre o corpo e o meio externo. De qualquer forma, a natureza desse órgão varia de acordo com a região consultada: por exemplo, a planta dos pés nada tem a ver com as pálpebras. Se você quiser saber tudo sobre o impressionante mundo da pele, continue lendo.

A pele: a primeira barreira biológica

Por várias décadas, considerou-se que o ser humano possui dois tipos de sistema imunológico: o inato e o adquirido. O primeiro é aquele com o qual nascemos, que nos protege de forma inespecífica de possíveis patógenos externos e de processos intrínsecos, como, por exemplo, o aparecimento de células cancerosas ou a entrada de alérgenos na árvore respiratória.

Em geral, macrófagos e neutrófilos são associados à função da imunidade inata – tipos de glóbulos brancos que fagocitam patógenos com base nos seus antígenos -, mas poucos sabem que a pele é a primeira barreira física, química e biológica que vírus e bactérias encontram para entrar no organismo.

Em primeiro lugar, a pele é seca, devido à presença de queratina. Isso impossibilita a proliferação bacteriana, por isso é comum que as infecções se instalem nas membranas mucosas. Também apresenta um pH levemente ácido por causa da presença do suor, o que impede a proliferação de muitos microrganismos.

Os tipos de células especializados se deslocam rapidamente para a pele quando há uma lesão, a fim de evitar que os patógenos se infiltrem por meio de feridas e arranhões, conforme indicado pelo portal Immunomedia. Em resumo: a capacidade imunológica da pele é inestimável, tanto em nível físico, quanto em nível químico ou biológico.

Muitas bactérias crescem na superfície da pele, evitando assim que microrganismos prejudiciais se instalem nela.

As camadas da pele protegem o corpo de muitas infecções.
A pele contém numerosas células do sistema imunológico, cuja função é eliminar os microrganismos patogênicos que entram por essa via.

Outras funções da pele

Além da sua importância imunológica, a pele também oferece muitos outros benefícios. O portal MSD Manuals e outras fontes nos permitem resumir o que há de mais relevante nesta lista:

  1. Proteção do corpo contra traumatismos.
  2. Regulação da temperatura corporal.
  3. Manutenção do equilíbrio eletrolítico.
  4. Captação de estímulos: aqui estão os nociceptores, terminações de células nervosas que enviam o sinal do estímulo para áreas essenciais do sistema nervoso central.
  5. Intervenção ativa na síntese da vitamina D: vários estudos mostram que os raios solares estimulam a transformação do 7-desidrocolesterol da epiderme em pré-colecalciferol, que é convertido por meio de uma reação mediada pelo calor em vitamina D3.

Estas são algumas das funcionalidades mais importantes da pele, mas certamente não as únicas. Graças a ela, permanecemos em equilíbrio homeostático, ou seja, estáveis em relação às mudanças no ambiente. Em grande medida, a nossa individualidade como espécie é marcada por esse órgão.

As 3 camadas da pele e a sua importância

A estrutura histológica básica que mostraremos a seguir é comum a todos os vertebrados, incluindo os seres humanos. Esta é dividida em 3 camadas gerais: a epiderme, a derme e o tecido subcutâneo, também conhecido como hipoderme.

1. Epiderme: a camada mais externa da pele

A epiderme é o epitélio plano e poliestratificado (com mais de uma camada de células) que cobre toda a superfície corporal. De fato, espessura desse tecido varia de acordo com a área avaliada, já que na pálpebra ela não ultrapassa 0,1 mm, enquanto nas palmas das mãos e plantas dos pés ela se engrossa até 1,5 mm.

A principal célula desse tecido é o queratinócito, constituindo 95% dos corpos celulares aqui incluídos. Conforme indicado pelo portal Eucerin, é possível distinguir várias camadas dentro da epiderme. São as seguintes, de baixo para cima:

  1. Camada basal: a camada mais interna de todas, onde são produzidos os queratinócitos.
  2. Estrato espinhoso: aqui, os queratinócitos produzem a queratina, adotando a forma de fuso, daí o nome espinhoso.
  3. Camada granulosa: avançamos na distância, e aqui começa a queratinização.
  4. Camada lúcida: está presente nas áreas mais grossas da pele (como as plantas dos pés), mas não nas mais finas. Consiste em 3 a 5 fileiras de células mortas, claras e planas que ainda contêm atividade enzimática.
  5. Camada córnea: a camada mais externa da epiderme, com a qual entramos em contato com o meio ambiente e todas as inclemências que isso acarreta. Essa camada de tecido é composta por 15 a 20 estratos celulares, dos quais o último perde os seus restos por descamação. Os estratos citados são totalmente substituídos a cada 30 dias.

Além dos queratinócitos

Embora os queratinócitos (vivos ou mortos) dominem a epiderme, também existem outros corpos celulares. Um deles é o melanócito, responsável pela produção de melanina. Este composto é essencial, pois nos protege dos efeitos nocivos dos raios solares.

Outras estruturas são as células de Langerhans e as células de Merkel. As primeiras atuam como macrófagos, uma vez que fagocitam os patógenos de forma genérica. As células de Merkel, por sua vez, desempenham um papel essencial como receptoras do tato e são encontradas nas camadas basais da epiderme.

A cada minuto do dia, perdemos de 30.000 a 40.000 células da pele. A velocidade de regeneração desse tecido é vertiginosa.

2. Derme

De acordo com o portal Infermera Virtual, a derme é composta por tecido conjuntivo, contendo fibras de colágeno tipo I e fibras elásticas. Situa-se abaixo da epiderme e permanece em contato com ela graças à junção dermoepidérmica, uma estrutura de 100 nm de espessura que une as duas camadas.

As células da derme são muito mais difíceis de abordar, pois estamos diante de uma massa muito mais heterogênea: fibroblastos, macrófagos, mastócitos, adipócitos, nervos, vasos sanguíneos, glândulas e muitas outras estruturas.

Assim como a epiderme, a derme é composta por mais de uma camada. Neste caso, no entanto, vamos descrever apenas 2 camadas:

  1. Camada papilar: a camada mais externa, em contato com a epiderme. É uma área superficial de tecido conjuntivo frouxo que entra em contato com a membrana basal. É formada por uma série de elevações ou cristas conhecidas como papilas dérmicas, ricas nos elementos celulares citados anteriormente.
  2. Camada reticular: a mais larga da derme, com espessura variável dependendo da localização da pele consultada. É um tecido conjuntivo denso e irregular, rico em fibras de colágeno tipo I.

De todos os tipos de células citados, os fibroblastos chamam a nossa atenção. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o fibroblasto pode ser definido como uma célula do tecido conjuntivo que sintetiza o colágeno, uma proteína formadora de fibras de suporte que permite que várias estruturas se mantenham unidas.

A derme é a camada da pele onde se originam os folículos pilosos.
As unidades estruturais que dão origem ao cabelo são chamadas de folículos pilosos. Eles estão localizados na derme e contêm células-mãe.

Outros tipos de células da derme

Alguns portais já citados anteriormente nos mostram as peculiaridades de outras estruturas dentro da derme. Vamos falar sobre algumas delas de forma resumida:

  • Terminações nervosas: detectam os estímulos de dor, tato, pressão e temperatura externa. Em pacientes com lesões nessas terminações, podem ocorrer hiperalgesia e alodinia. Na primeira, os estímulos dolorosos se tornam insuportáveis enquanto na segunda há dores que em condições normais não existiriam.
  • Glândulas sudoríparas: produzem suor em resposta à temperatura e ao estresse. Este líquido é composto de água, sódio e outras substâncias químicas. Sua principal função é a termorregulação e a eliminação de toxinas.
  • Glândulas sebáceas: produzem sebo nos folículos pilosos. Quando a saída dessas glândulas fica bloqueada, surgem os incômodos comedões, conhecidos como cravos.
  • Folículos pilosos: produzem os diferentes tipos de pelo que cobrem o corpo. Uma pessoa de cabelo escuro tem, apenas na cabeça, cerca de 100.000 fios de cabelo, em média.
  • Vasos sanguíneos: nutrem todos e cada um dos componentes celulares mencionados anteriormente. Também auxiliam na termorregulação, uma vez que a sua dilatação ou contração promove a perda ou a preservação do calor no corpo.

3. Hipoderme

Conforme indicado pelo portal médico Hospital Alemán, a hipoderme é o tecido subcutâneo, que serve para armazenar gordura. Por esse motivo, também é conhecido como tecido adiposo subcutâneo. A hipoderme está localizada abaixo da camada reticular dérmica e o tipo de célula dominante é o adipócito.

Os adipócitos são células especializadas na produção e no armazenamento de gordura. Além disso, formam um tecido que funciona como um “colchão”, pois é muito maleável. Isso nos protege de traumatismos e outros tipos de estresse mecânico que possamos sofrer.

Quando os adipócitos aumentam de tamanho desproporcionalmente por causa do armazenamento excessivo de lipídios, ocorre o ganho de peso. Por outro lado, durante uma dieta, eles diminuem de volume, pois liberam compostos para nutrir as células em nível metabólico.

Os adipócitos brancos representam entre 15-20% da gordura total de um adulto, uma porcentagem nada desprezível.

Resumo

Apresentamos as 3 grandes camadas da pele, todas elas subdivididas em seus estratos correspondentes, mas deixamos de fora informação suficiente para escrever um livro inteiro. Conforme já dissemos, a pele é um dos maiores e mais importantes órgãos do corpo.

Esta incrível e complexa estrutura é responsável por nos proteger contra o estresse mecânico e as inclemências ambientais, permite a termorregulação, é responsável por excretar toxinas e mais uma série de funcionalidades. Sem essa fina camada de células, a vida como a conhecemos atualmente seria impossível.




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