Helioterapia ou banho de sol: o que é?

A helioterapia pode tratar distúrbios de pele, sono e humor. Descubra o que é, além dos seus benefícios e riscos.
Helioterapia ou banho de sol: o que é?

Escrito por Daniela Andarcia

Última atualização: 22 maio, 2021

A Helioterapia, fototerapia ou terapia de luz é um método de cura que consiste em se expor à luz solar ou luz artificial (lâmpadas fluorescentes, lâmpadas de halogênio ou diodos emissores de luz), para tratar várias doenças.

Em geral, acredita-se que seja praticada há mais de 3.500 anos, já que os antigos egípcios utilizavam os raios solares para tentar melhorar doenças de pele como o vitiligo.

A fototerapia moderna foi criada por Niels Ryberg Finsen, que incluiu fontes de luz artificiais ao tratar um caso de lúpus vulgar. Desde então, essa prática ganhou ampla aceitação, por isso mostramos tudo o que você precisa saber sobre ela.

Usos e benefícios da helioterapia

Hoje em dia, a helioterapia foi aperfeiçoada e é a opção preferida para o alívio de um grande número de doenças. Vamos ver em detalhes.

1. Pode ajudar a tratar doenças de pele

Eficácia da helioterapia em várias doenças de pele
Algumas doenças da pele podem ser tratadas com helioterapia.

A fototerapia pode ajudar a tratar doenças de pele como eczema, psoríase, vitiligo, coceira e até mesmo os sintomas de linfoma cutâneo de células T. Esse processo é caracterizado pelo uso de luz ultravioleta para diminuir o crescimento e a inflamação das células da pele.

Além disso, existem três tipos de fototerapia para essas doenças:

  • Radiação UVB de banda larga: de acordo com um estudo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology, esta terapia pode aliviar o eczema e a psoríase usando o espectro completo da radiação ultravioleta B.
  • Radiação UVB de banda estreita: é a mais utilizada pelos dermatologistas. Além disso, embora use apenas uma pequena parte da radiação UVB, é mais intensa que a anterior.
  • PUVA: é uma técnica que se baseia na combinação de radiação ultravioleta de alto comprimento de onda (UVA) com uma substância química chamada psoraleno. É mais intenso que os anteriores e também causa efeitos colaterais, por isso é considerado apenas como última opção.

Agora, tenha em mente que os efeitos da fototerapia nas doenças da pele são temporários. Portanto, você deve passar por várias sessões para que sejam mantidas ao longo do tempo.

2. Pode aliviar distúrbios do sono e o humor

De acordo com alguns estudos, a terapia de luz é recomendada para pessoas com transtorno afetivo sazonal (TAS) e distúrbios do ritmo circadiano do sono. Estes são os detalhes:

Transtorno afetivo sazonal (TAS)

Também conhecido como depressão sazonal, esse distúrbio é causado por mudanças sazonais e geralmente começa no outono e continua durante todo o inverno.

A terapia de luz para TAS requer o uso de uma caixa de luz especial que emite luz suave em um comprimento de onda padrão. No entanto, deve-se notar que pode causar uma série de efeitos colaterais, como fadiga, dor de cabeça, insônia, irritabilidade e hiperatividade.

Como esses efeitos são mínimos e temporários, é um dos tratamentos mais recomendados por ser fácil e econômico.

Distúrbios do ritmo circadiano do sono

De acordo com um estudo publicado na Sleep Medicine Clinics, a helioterapia pode ajudar pessoas com distúrbios do ritmo circadiano do sono. É o caso da síndrome da fase do sono retardado (DSPS), para ter padrões e horários de sono normais.

Claro, é necessário que a exposição à luz seja feita em um horário específico, por isso o especialista é o mais indicado para determiná-la, após avaliar uma série de sintomas individuais.

3. Pode ser um tratamento para câncer e pré-câncer

evidências científicas de que a terapia fotodinâmica (TFD) pode tratar alguns tipos de câncer e pré-câncer. Consiste em combinar um medicamento, conhecido como fotossensibilizador, com uma luz especial, pois quando os fotossensibilizadores são expostos a um determinado comprimento de onda da luz, podem matar as células mais próximas.

Este medicamento é geralmente aplicado de forma tópica e tanto as células normais como as cancerosas o absorvem. No entanto, estima-se que este se concentre nas últimas porque tendem a se dividir mais rapidamente. Além disso, as células normais o eliminam mais rapidamente.

É nesse momento, quando o fotossensibilizador sai das células saudáveis, que a luz é aplicada na área a ser tratada. Isso ocorre porque o oxigênio ativado é criado e mata as células cancerosas.

4. Reduz o nível de bilirrubina em recém-nascidos

Por mais de seis décadas, a fototerapia tem sido usada para tratar a icterícia. O último termo se refere ao amarelecimento da pele, olhos e outros tecidos do corpo que é causado por altos níveis de bilirrubina no sangue (hiperbilirrubinemia).

De acordo com um estudo publicado na Current Pediatric Reviews, a fototerapia é eficaz na redução dos níveis de bilirrubina no sangue do bebê. Isso ocorre porque a bilirrubina absorve a luz e passa a se decompor em substâncias que o corpo do recém-nascido é capaz de processar e excretar.

Existem duas maneiras de realizar esta terapia em bebês. Na primeira e mais comum, os olhos são cobertos e colocados sob lâmpadas de halogêneo ou fluorescentes. Na segunda, implantada em bebês prematuros ou que já foram tratados com lâmpadas convencionais, são utilizados biliblankets, cobertores de fibra ótica que iluminam o corpo do bebê com luz azul.

Outros usos potenciais da helioterapia

De acordo com estudos publicados no International Journal of Ophthalmology and Clinical Drug Investigation, a fototerapia também pode ajudar a tratar problemas médicos, como retinopatia diabética e alopecia.

Efeitos colaterais da helioterapia

Efeitos adversos da helioterapia
De forma paradoxal, a exposição repetitiva a essa terapia pode ter efeitos prejudiciais.

A terapia da luz tem uma série de riscos que precisam ser considerados. Para começar, os raios ultravioleta podem causar danos à pele ao nível molecular, levando ao envelhecimento prematuro denominado fotoenvelhecimento.

Além disso, a exposição a grandes quantidades de luz ultravioleta pode aumentar a tendência ao câncer de pele. Portanto, quanto mais longas as sessões e mais clara sua pele for, maior o risco.

A frequência desses tratamentos está ligada à imunossupressão; ou seja, pode inibir o sistema imunológico, de modo que o corpo fica propenso a desenvolver doenças.

A realização de tratamentos como PUVA ou PDT pode tornar seus olhos mais sensíveis à luz. Se eles não estiverem bem protegidos durante o procedimento, é provável que ocorram lesões oculares devido à exposição à luz solar ou a outros tipos de luzes brilhantes.

Quem deve evitar a terapia da luz?

Se corresponder a algum dos seguintes casos, evite a helioterapia e informe o seu médico com antecedência se:

  • Estiver grávida ou amamentando.
  • Tem histórico familiar de câncer de pele.
  • Tem doença hepática.
  • Você é paciente com lúpus eritematoso sistêmico.

Helioterapia, um método de cura altamente aceito

Helioterapia é um tipo de tratamento médico que usa a luz solar ou a luz artificial para aliviar um número significativo de doenças.

Há evidências científicas de que esse método de cura está relacionado à melhora dos distúrbios da pele, do sono e do humor. Também de cânceres, pré-cânceres, altos níveis de bilirrubina e icterícia.

No entanto, deve-se ter cuidado com a frequência de exposição aos raios ultravioleta. Isso pode causar envelhecimento prematuro da pele, aumentar o risco de desenvolver câncer neste órgão e causar catarata.



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