Diferenças entre ser inteligente e ser esperto

Ser inteligente e ser esperto podem parecer a mesma coisa, mas a realidade é que existem distinções claras entre os dois termos.
Diferenças entre ser inteligente e ser esperto
Samuel Antonio Sánchez Amador

Escrito e verificado por el biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador.

Última atualização: 12 junho, 2023

Os seres humanos categorizam nossas aptidões e tendem a conceitualizá-las como um ponto em uma classificação. “ Eu sou muito inteligente? Quanto tempo leva para resolver um problema? O que me torna quem eu sou? ”São frases que você certamente já se perguntou em algum momento. Com base nessa linha de pensamento, mostramos nas linhas a seguir as diferenças entre ser inteligente e ser esperto.

Conceber a inteligência como um número em uma escala é errado, pois a mente humana vai muito além da soma quantitativa de suas partes. Se você quiser saber quais são as diferenças entre termos tão complexos, você precisa abstrair seu pensamento e reconhecer que no cérebro humano nada é preto ou branco. Continue lendo se você está interessado nesta premissa.

Definindo os termos

Antes de explicar as diferenças entre ser inteligente e ser esperto, vemos que é interessante definir os dois termos exaustivamente. Primeiro, os tratamos separadamente e depois os enfrentamos.

O que é inteligência?

Conforme indicado pelo dicionário, inteligência é a capacidade de compreender ou entender conceitos, de resolver problemas, de agir com habilidade, destreza e experiência, de perceber e controlar os próprios sentimentos. É impossível abranger um termo tão complexo em uma única definição, pois envolve abstração, lógica, compreensão, aprendizado, raciocínio e muito mais.

Até o momento, não existe uma definição oficial que cubra todas as frentes nas quais a inteligência humana se desenvolve. Em qualquer caso, chegou-se ao consenso de que todo ser inteligente é capaz de:

  1. Aprender com a experiência: inclui a aquisição, retenção e uso do conhecimento aprendido ao longo da vida. Por essa mesma razão, é óbvio que, para existir inteligência, deve haver memória.
  2. Reconhecer problemas: a aprendizagem é essencial para o desenvolvimento da inteligência, mas o indivíduo também deve ser capaz de colocar em prática o que aprendeu. Para fazer isso, você deve reconhecer os problemas e conflitos externos ou internos, classificá-los e agir de acordo.
  3. Resolver problemas: depois do aprendizado e do reconhecimento, vem a resolução. Essa pode parecer a etapa mais difícil de todas e aquela associada à “inteligência” clássica, mas todas as etapas anteriores são igualmente necessárias.

Assim, podemos dizer que a inteligência é uma capacidade mental que pode ser concebida de outra forma, mas que está sempre ligada aos termos psicológicos que tentam explicá-la. Se tivéssemos que escolher uma definição oficial simples, seria sem dúvida a da famosa psicóloga e socióloga Linda Gottfredson:

Inteligência é a capacidade mental geral que inclui a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar abstratamente, entender ideias complexas, aprender rapidamente e aprender com a experiência, que é mais do que uma habilidade acadêmica ou aprendizado por meio de livros.

A inteligência está presente em todos os seres humanos. Nossa espécie se caracteriza por aprender, relembrar e transmitir o que foi aprendido, o que dá origem à sociedade e às construções que nos cercam. Sendo autoconscientes e tendo memória, somos automaticamente seres inteligentes, sem qualquer distinção.

O que é ser esperto?

As diferenças entre ser inteligente e inteligente são diversas
Ser esperto está intimamente associado à capacidade de resolver diferentes situações, aspecto muito variável entre cada pessoa.

Voltamos ao dicionário para definir o termo “esperto”. Este termo é algo muito mais simples e fácil de entender do que o conceito anterior: um ser humano esperto é diligente rápido, atento, preparado, disposto a fazer, sagaz e alerta. Que percebe e compreende as coisas com facilidade; que age com presteza e eficiência.

Embora uma pessoa esperta possa manifestar essa característica de muitas maneiras, existem certos pilares que constroem esse termo. Os mais importantes são os seguintes.

  1. Agilidade mental: capacidade de resolver problemas rapidamente.
  2. Habilidades superficiais: capacidade de realizar diferentes tarefas de forma eficaz. Em geral, pessoas espertas são consideradas muito “capazes” em diferentes campos.
  3. Engenhosidade: a engenhosidade pode ser entendida como a capacidade do ser humano de pensar ou inventar com rapidez e facilidade. Pessoas espertas geralmente mostram muita iniciativa e inventividade.
  4. Habilidade: habilidade é a capacidade e experiência na realização de determinada atividade, geralmente automática ou inconsciente. Pessoas espertas costumam ser habilidosas em áreas díspares.

Uma pessoa esperta é hábil, rápida e capaz de colocar seus conhecimentos (mesmo que limitados) em prática da maneira mais eficaz possível. Este conceito está muito interligado com a sagacidade, a capacidade de ser polivalente e, em suma, colocar em prática o conhecimento puro.

Quais são as diferenças entre ser inteligente e ser esperto?

Agora que temos os dois termos claros, podemos explorar completamente quais são as diferenças entre ser inteligente e ser esperto. Nós os mostramos separadamente em diferentes seções.

1. Diferentes definições no nível de linha de base

Como vimos nas linhas anteriores, uma pessoa esperta tem a capacidade de aplicar informações previamente aprendidas em uma situação específica (mesmo que seja breve). Por outro lado, a inteligência é muito mais ampla: envolve lógica, compreensão, autoconsciência, aprendizagem, consciência emocional, raciocínio e planejamento.

Além da extensão de cada conceito, a diferença entre os dois termos pode ser reduzida nesta frente em uma única ideia: inteligência é a capacidade de adquirir conhecimento, enquanto alguém esperto é capaz de colocar em prática o conhecimento adquirido rapidamente. Todos nós somos inteligentes até certo ponto, pois é uma condição inerente ao ser humano.

No nível básico, todo ser humano tem inteligência, mas isso não significa que todos sejamos igualmente espertos.

2. Distinção no alcance dos objetivos

Conforme indicado pela Sociedade Espanhola de Excelência Acadêmica, pessoas que se destacam por sua excepcional inteligência analisam e segmentam informações para chegar ao resultado correto. Isso requer um extenso período de aprendizado prévio e uma exploração hipotética dos cenários mais prováveis na resolução de um problema.

Por outro lado, pessoas espertas são mais determinadas e eficazes para chegar à solução, mas nem sempre isso significa que seja a mais eficaz. Como seu conhecimento do assunto é mais superficial, é provável que ela alcance a meta pelo caminho mais eficiente (e rápido), mas não aquele que mais se aproxima da perfeição.

Pessoas altamente inteligentes analisam, enquanto as espertas se concentram na atuação.

3. Escala de tempo

Sujeitos altamente inteligentes têm uma visão de longo prazo, enquanto pessoas espertas agem no imediatismo do momento. Portanto, os passos dados por alguém com um intelecto muito elevado podem não parecer lógicos à primeira vista. Mesmo assim, toda pessoa com uma inteligência marcada age olhando para o futuro e, para ela, suas ações são lógicas.

Por outro lado, alguém esperto busca resolver um problema no momento o mais rápido possível. Isso não quer dizer que essa pessoa não tenha visão de futuro, mas sim que está mais interessada em resultados de curto prazo.

Tanto uma pessoa inteligente como uma pessoa esperta podem cometer erros em uma tarefa específica. No entanto, é muito mais provável que a primeira minimize os riscos em longo prazo.

4. Tetos de resolução

Como você pode imaginar neste ponto, uma das diferenças mais claras entre ser inteligente e ser esperto está no “teto de resolução”. Uma vez que pessoas espertas baseiam seu modus operandi na ação, seu conhecimento é um pouco mais superficial. Como resultado, elas podem achar difícil realizar uma tarefa que requer um aprendizado extenso e de longo prazo.

Do outro lado da moeda, uma pessoa muito inteligente leva muito tempo para aprender, mas domina no que se concentra. Por isso, seu raio de ação é muito mais amplo, podendo atingir níveis mais elevados ao atingir uma meta. Simplificando: trabalhar com inteligência permite resolver problemas muito mais complexos.

5. Tipologia: uma das diferenças mais importantes entre ser inteligente e ser esperto

Conforme proposto pelo psicólogo Howard Gardner em 1983, muitos especialistas da área acreditam que existem inteligências múltiplas. Essa teoria postula que, assim como existem muitos tipos de problemas a serem resolvidos, existem muitos tipos de pessoas com certa excelência na hora de enfrentá-los. Assim, pode-se ser muito inteligente em uma frente e carente em outras.

Algumas das inteligências múltiplas que Gardner propôs em sua época são as seguintes:

  1. Linguística: a inteligência linguística se destaca no campo da fala e da escrita. Uma pessoa inteligente nesta frente é capaz de transmitir suas idéias perfeitamente por meio da linguagem escrita ou falada.
  2. Lógico-matemática: essa inteligência é o que se concebe na cultura geral como a típica. Os sujeitos que se destacam nesta categoria são capazes de compreender números e operações e aplicá-los abstratamente para resolver problemas.
  3. Espacial: refere-se à capacidade de manipular e capturar o espaço tridimensional em que nos encontramos. Em geral, as pessoas desenvolvidas nesta área têm facilidade para criar planos, mapas e figuras geométricas.
  4. Musical: como o próprio nome sugere, essa inteligência facilita a criação e interpretação da música. A apreciação dos padrões musicais caracteriza as pessoas que se destacam nesta frente.
  5. Naturalista: refere-se à capacidade do ser humano de classificar e compreender o restante dos seres vivos que o cercam. Como você pode imaginar, biólogos, botânicos e zoólogos se destacam nessa categoria.

Embora houvesse menos categorias antes, hoje 12 inteligências múltiplas são reconhecidas, então essas são apenas algumas. Por outro lado, deve-se destacar que a esperteza não se divide em subtipos, pois existe apenas um modelo “esperto”. Como você pode ver, inteligência é um termo muito mais complexo e abrangente.

Não existem diferentes tipos de esperteza, mas até 12 são concebidos no campo da inteligência.

6. Velocidade

Uma das diferenças entre ser inteligente e ser inteligente é a velocidade
Uma pessoa esperta pode levar menos tempo para completar uma tarefa do que uma pessoa inteligente, mesmo que esta compreenda o problema com mais profundidade.

Outra diferença entre ser inteligente e ser esperto está na rapidez com que você atinge seus objetivos. Pessoas espertas são rápidas e requerem pouco tempo de adaptação e treinamento. Por outro lado, aquelas muito inteligentes  precisam aprender e planejar, por isso demoram muito mais do que as espertas para resolver um problema específico.

Isso não quer dizer que uma capacidade seja melhor do que a outra: às vezes é preciso agilidade e outras vezes planejamento. Cada ser humano brilha em, pelo menos uma, frente particular, então a inteligência não é inerentemente superior à esperteza.

7. Capacidade de quantificar a característica

A inteligência tem sido historicamente quantificada com testes de QI. Diz-se que uma pessoa exibe gênio intelectual quando seu QI está entre 140 e 154, enquanto alguém com deficiência cognitiva severa tem um QI entre 20 e 34. Aproximadamente 1 pessoa em 18 milhões atinge um QI entre 185 e 201, embora exceda este último figura é praticamente impossível.

Embora o QI tenha sido usado historicamente para classificar seres humanos, é cada vez menos aceito na comunidade científica. Como indicam os documentos profissionais, está cada vez mais sendo demonstrado que o intelecto humano não pode ser reduzido a uma única figura baseada em apenas um segmento de cognição.

Apesar das controvérsias, muitas pessoas continuam a usar o QI como uma forma de medir a inteligência. Por outro lado, a inteligência não pode ser quantificada de nenhuma forma (pelo menos até agora).

Inteligência vs esperteza: quem vence?

Nessas linhas, mostramos as diferenças entre ser inteligente e ser esperto, mas o descrito requer uma série de nuances finais. Em primeiro lugar, você terá visto que sempre nos referimos a pessoas “mais” ou “menos” inteligentes. Isso porque, por definição, o ser humano possui intelecto e todos nós temos um nível basal de inteligência indiscutível.

Por outro lado, deve-se observar que ser inteligente não é melhor do que ser esperto (ou vice-versa). A capacidade de resolver problemas imediatamente é tão importante quanto a capacidade de planejar a longo prazo, pois cada trabalho e tarefa impõem um conjunto muito diferente de habilidades entre si. A inteligência costuma ser associada à excelência, mas nem sempre andam de mãos dadas.

Em última análise, também deve ser observado que você pode ser muito inteligente em uma área, mas ter maior dificuldade em outra. A inteligência emocional e a inteligência lógico-matemática têm muito pouco a ver uma com a outra, portanto não podem ser medidas com o mesmo padrão. Resumindo: estamos todos igualmente preparados, só precisamos descobrir em que campo nos destacamos para desenvolver nosso potencial.




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