Sintomas do HIV

Os sintomas do HIV muitas vezes podem ser confundidos com uma simples gripe, pelo menos nas etapas iniciais. Descubra as principais manifestações clínicas dessa doença.
Sintomas do HIV

Última atualização: 18 agosto, 2021

De acordo com o Programa Conjunto de las Naciones Unidas sobre el VIH/sida (ONUSIDA), para 2020 estimou-se que 37,6 milhões de pessoas conviviam com a infecção pelo HIV. O prognóstico e a evolução da doença são condicionados pelo diagnóstico e tratamento precoces, portanto, estar atento aos sintomas do HIV é importante para evitar complicações no organismo.

Atualmente essa infecção pode ser tratada a ponto de que os pacientes nunca desenvolvam a AIDS (último estágio da doença). Vamos ver quais são as manifestações clínicas mais frequentes dessa DST e em que contexto você deve procurar atendimento médico.

Quais são os principais sintomas do HIV?

A infecção pelo HIV desenvolve sintomas diferentes em cada pessoa. Geralmente a progressão da doença é caracterizada pela manifestação de diferentes sinais. Nesse sentido, os especialistas usam uma categorização em três etapas para determinar o estágio do processo de infecção. De acordo com os  Centers for Disease Control and Prevention (CDC) , as etapas do HIV são as seguintes:

Primeira etapa

Os sintomas do HIV são variados.
Às vezes é difícil diagnosticar o HIV em estágios iniciais, porque os sintomas se assemelham a um quadro respiratório simples.

Também conhecida como infecção aguda por HIV, ela geralmente começa de duas a quatro semanas após a infecção. Esta fase é caracterizada por um rápido aumento do vírus no corpo, que ataca os linfócitos CD4 +. Uma vez que a concentração sanguínea é muito alta nessa fase, o risco de transmissão também é muito alto. Os sintomas do HIV nesta fase são os seguintes:

  • Dor de cabeça.
  • Febre.
  • Calafrios.
  • Dor de garganta.
  • Desconforto muscular e articular.
  • Suor noturno.
  • Aparecimento de úlceras na boca.
  • Inflamação nos gânglios linfáticos.

Como você pode ver, o desenvolvimento inicial é semelhante ao de uma gripe. Não é incomum que os pacientes não manifestem nenhum sinal, ou que eles sejam muito leves e passem despercebidos. Os sintomas ocorrem como uma resposta natural do corpo a uma infecção. Os prognósticos melhoram se o tratamento for iniciado nesta etapa.

Alguns pesquisadores distinguem uma etapa anterior a esta, denominada síndrome retroviral aguda. Na prática, entretanto, muitos preferem sobrepô-la à primeira fase.

Segunda etapa

Também conhecida como infecção crônica por HIV ou estágio latente. Ela é caracterizada pela multiplicação do vírus no organismo, mas em intensidades menores em relação à etapa anterior. Em geral, o paciente não desenvolve nenhum sintoma associado ao HIV, embora isso não signifique que a doença esteja controlada. Sem tratamento adequado ela pode levar à AIDS, o último estágio da infecção.

De acordo com a Michigan Medicine, a contagem de células CD4 + está entre 200 e 499 por microlitro. Em comparação, na fase anterior ela é superior a 500. Apesar da ausência de sintomas, alguns pacientes podem desenvolver uma inflamação nos gânglios linfáticos.

Em crianças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), podem ocorrer episódios de doença pulmonar crônica e pneumonite intersticial sintomática.

Terceira etapa

Os sintomas do HIV são resultado de infecções oportunistas.
As infecções oportunistas são uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos estágios avançados do HIV. Nestes casos, a doença pulmonar é muito comum.

Se o paciente não receber tratamento durante aproximadamente 10 anos após o desenvolvimento da segunda etapa, ele manifestará o que é conhecido como HIV/AIDS, simplificado como AIDS.

A síndrome da imunodeficiência adquirida é caracterizada pela destruição contínua do sistema imunológico, expondo-o a uma variedade de complicações (em alguns casos, infecções oportunistas).

Existem vários sintomas do HIV/AIDS que podem ocorrer. A Stanford Health Care distingue os seguintes entre os principais:

  • Gânglios linfáticos inflamados durante meses.
  • Perda de peso.
  • Energia diminuída.
  • Infecções persistentes de fungos.
  • Erupções cutâneas persistentes.
  • Perda de memória de curto prazo.
  • Episódios recorrentes de febre, suores e calafrios.

As pessoas que chegam a esse estágio vivem entre um e três anos, segundo os pesquisadores. Considere que, apesar disso, a maioria dos pacientes que inicia o tratamento na fase inicial nunca chega a este ponto.

Complicações do HIV e seus sintomas

Como consequência da terceira etapa, os pacientes diagnosticados ficam expostos a centenas de infecções oportunistas. As evidências indicam as seguintes como principais:

  • Tuberculose: com prevalência entre 3% e 16% dos casos. Ela se manifesta na presença da bactéria Mycobacterium tuberculosis, que em certos contextos também pode causar meningite e infecções no trato urinário. Ela é caracterizada por fadiga, fraqueza, febre, tosse crônica e suores noturnos.
  • Coccidioidomicose: infecção pulmonar causada por algumas espécies de fungos. Ela é mais frequente nas regiões quentes do continente americano, sendo caracterizada por febre, tosse e dor no peito.
  • Criptococose: pode afetar os pulmões (pneumonia) e o sistema nervoso central (meningite), embora também possa se espalhar para outras partes do corpo. Ela é causada por um fungo que entra pela boca ou nariz.
  • Vírus herpes simplex (HSV): ela não costuma causar complicações graves no corpo, mas pode se manifestar por feridas nos lábios, órgãos genitais ou ânus.
  • Linfoma: o câncer dos gânglios linfáticos e de outros tecidos linfóides é relativamente comum em estágios avançados de infecção. A relação não está totalmente clara, mas as pesquisas indicam que os riscos de desenvolvê-lo excedem em muito a média entre pacientes saudáveis. Fadiga, febre e inflamação dos gânglios linfáticos são sintomas comuns.

Outras complicações associadas aos estágios posteriores do HIV/AIDS incluem hepatite B e C, papilomavírus humano (HPV), sífilis, bartonelose, encefalite, retinite, pneumonia, septicemia por salmonela, toxoplasmose e candidíase, para citar apenas os mais frequentes.

Perguntas e respostas sobre os sintomas do HIV

Encerramos essa apresentação dos sintomas do HIV respondendo a algumas das dúvidas mais frequentes sobre as manifestações clínicas da infecção:

Os sintomas são diferentes para cada gênero?

Sim, as mulheres podem ter infecções vaginais contínuas, bem como ciclos menstruais irregulares e outras complicações.

As complicações podem ser prevenidas?

Sim, contanto que você comece o tratamento mais cedo, conforme indica o Stanford Health Care. Se você iniciar a terapia durante a etapa inicial, é improvável que desenvolva AIDS, o que te afasta das complicações que geralmente causam a maioria das mortes em pacientes diagnosticados.

Posso viajar para áreas com bactérias e vírus endêmicos?

Sim, embora seja recomendável ter cuidado, pois você pode se expor a uma infecção oportunista. O CDC recomenda se informar sobre os medicamentos e vacinas que podem ser necessários, conhecer os riscos a que se está sujeito, estudar as medidas de prevenção e os locais onde procurar ajuda médica caso seja preciso.



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