Edema: causas, tipos, sintomas e tratamentos

O edema pode ocorrer por muitas razões e em diferentes partes do corpo. Os seus critérios de classificação dependerão da característica analisada.
Edema: causas, tipos, sintomas e tratamentos
Samuel Antonio Sánchez Amador

Escrito e verificado por el biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador.

Última atualização: 18 abril, 2023

Os edemas são definidos como o acúmulo de líquido no espaço extracelular ou intersticial. Vale ressaltar que não é uma patologia em si, mas um sinal clínico, ou seja, uma manifestação médica confiável e observável de que algo está errado dentro do paciente.

O mundo dos edemas é extenso e complexo, pois estes podem ser classificados de acordo com a temperatura que apresentam, a extensão ou a sua localização, entre outros parâmetros. Nesta oportunidade apresentamos as causas, os tipos de acordo com o local que acometem e os possíveis sintomas e tratamentos para eles.

O que é um edema?

Segundo a revista Medicina Interna de México, o edema é definido como o acúmulo de líquido no interstício —espaço entre as células— que se manifesta como um “buraco” ao pressionar a pele da área afetada. O excesso preso nos tecidos dá à área danificada um aspecto macio e abaulado.

Em um paciente com peso e altura médios, para que um edema seja aparente, ele deve ter cerca de 2,3-4,5 quilos de líquido ou, na falta disso, o líquido intersticial representa mais de 10% do peso corporal. O acúmulo de líquidos é mais evidente nas regiões do corpo em que há abundância de tecidos soltos, como os tornozelos ou a região sacral.

Conforme indicado pela Clínica da Universidade de Navarra (CUN), os sintomas mais comuns de edema são inchaço localizado, pele estriada ou brilhante na área afetada e a sensação característica de peso. De qualquer forma, ele se manifestará de maneiras muito diferentes, dependendo do local afetado.

Características e causas do edema

Ao investigar um desses sinais clínicos, os seguintes parâmetros devem ser levados em consideração:

  • Início: agudo ou crônico.
  • Localização: rosto, mãos, tornozelos, pernas, órgãos genitais, abdômen, cavidades como a pleura.
  • Horário: um edema pode ser matutino, noturno, vespertino ou não ter relação com o horário.
  • Consistência e cor: pode ser macio ou duro, branco, vermelho ou pigmentado.
  • Sensibilidade: Pode ser indolor ou causar sensação de peso.
  • Temperatura: pode ser quente ou frio.
O médico mostra um fígado que causa edema.
Algumas doenças hepáticas apresentam edema como sinal.

A maioria dos edemas é causada por filtração capilar maior do que o normal, embora possa haver outras razões subjacentes. Segundo a Mayo Clinic e outros portais profissionais já citados, as causas do edema podem ser incluídas nos seguintes pilares básicos:

  1. Um aumento na pressão dos vasos sanguíneos. Por exemplo, uma trombose -formação de um coágulo nas artérias, veias e capilares-, varizes ou insuficiência cardíaca.
  2. Diminuição da quantidade de proteínas ou partículas osmóticas que tendem a reter a água dentro dos vasos sanguíneos. A pressão oncótica permite que os fluidos sejam distribuídos corretamente entre o interstício e o sistema circulatório. Se ela for modificada, podem aparecer edemas.
  3. A alteração da parede dos vasos sanguíneos por diferentes eventos. Se a membrana de um desses ductos for lesada por qualquer motivo, pode favorecer o escoamento do líquido para o interstício.
  4. Obstrução dos vasos linfáticos.
  5. Combinação de vários fatores: medicamentos, cirrose, danos nos rins e muitas outras patologias.

Os tipos de edema

Já fizemos uma longa caminhada pela definição de edema e suas possíveis causas, então estamos prontos para nos aprofundar nos diferentes tipos. Deve-se notar que esses sinais clínicos podem ser classificados de acordo com os parâmetros listados acima, embora vamos nos concentrar apenas em sua localização.

Em primeiro lugar, devemos observar que existem dois tipos principais de edema: generalizado e localizado. De acordo com o portal MSDmanuals, os edemas generalizados ou sistêmicos são aqueles que causam inchaço difuso em todos os tecidos do corpo. Eles são causados por insuficiência cardíaca, insuficiência hepática e certas doenças renais.

1. Edema pulmonar cardiogênico

A Mayo Clinic nos informa sobre as particularidades do edema pulmonar cardiogênico. Isso acontece quando há um aumento anormal das pressões no coração. Em geral, costuma ocorrer quando o ventrículo esquerdo sobrecarregado não consegue bombear a quantidade adequada de sangue para os pulmões.

Como consequência disso, há aumento da pressão no átrio direito, que se traduz em aumento da pressão dos vasos e capilares nos alvéolos pulmonares. Resumindo: há um acúmulo de líquido nos pulmões devido a um mau funcionamento do coração.

Doença arterial coronariana, cardiomiopatia e outras condições cardíacas podem promover o desenvolvimento de edema pulmonar cardiogênico. O edema leve geralmente desaparece sozinho, mas em casos mais graves podem ser prescritos diuréticos para que o paciente elimine líquidos pela urina.

2. Ascite

Esse edema responde à presença de líquido seroso entre o peritônio visceral e parietal. Como indica a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, a ascite pode ter várias causas, incluindo as seguintes:

  1. Infecção crônica por hepatite B ou C.
  2. Consumo excessivo de álcool por muitos anos.
  3. Fígado gorduroso.
  4. Coágulos nas veias do fígado.
  5. Insuficiência cardíaca congestiva.
  6. Pancreatite.
  7. Espessamento e cicatrização da cobertura do coração (pericardite).

Esse sinal clínico geralmente é tratado com mudanças no estilo de vida e uso de diuréticos, dependendo do agente causador. Você também pode recorrer a um método chamado paracentese, pelo qual o excesso de líquido abdominal é removido com uma punção e posterior extração.

3. Hidrotórax ou derrame pleural

Segundo a Clínica da Universidade de Navarra, o hidrotórax ou derrame pleural é definido como acúmulo excessivo de líquido na cavidade pleural. Não vamos nos deter nesse quadro clínico, pois é relativamente semelhante ao já descrito. Mesmo assim, deve-se notar que certos tipos de câncer podem desencadear esse evento.

4. Hidrocefalia

Como o próprio nome sugere, a hidrocefalia é caracterizada pela presença anormal de líquido cefalorraquidiano (LCR) dentro do crânio. O LCR circula pelo cérebro e pela medula espinhal e é absorvido pela corrente sanguínea.

Infelizmente, quando o fluxo é bloqueado, ele não pode entrar no sangue. Também pode acontecer que o cérebro produza bastante. O líquido cefalorraquidiano em excesso exerce pressão sobre o cérebro, empurrando-o contra o crânio e danificando seus tecidos.

A hidrocefalia pode ser causada por infecções, tumores, defeitos congênitos e muitos outros fatores. O tratamento dependerá inteiramente do agente causador, mas pode-se cogitar um processo cirúrgico para eliminar o excesso acumulado durante a doença.

5. Linfedema

Conforme indicado pela Associação Espanhola Contra o Câncer (AECC), o linfedema é o acúmulo anormal de líquido nos tecidos moles devido à obstrução do sistema linfático. Entre os sintomas mais comuns deste sinal clínico encontramos os seguintes:

  • Sensação de rigidez ou peso no membro afetado.
  • Dores.
  • Endurecimento e espessamento da pele na área afetada.
  • Dificuldade de mobilização.
  • Infecções frequentes.

O linfedema pode ser muito incômodo para quem sofre dele, mas 95% dos pacientes apresentam melhora acentuada com o tratamento correto. Cirurgia e mudanças no estilo de vida do paciente costumam ser os caminhos a seguir.

A obesidade causa linfedema porque o peso extra exerce muita pressão sobre os gânglios linfáticos na virilha, afetando o sistema. Pessoas obesas, portanto, correm maior risco de apresentá-la.

6. Edema macular

O Centro Oftalmológico de Barcelona (ICR) informa que o edema macular responde à inflamação ou espessamento da mácula do olho, a parte da retina responsável pela visão central que permite a captura de detalhes. Retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade, uveíte e cirurgia de catarata são as causas mais comuns.

O edema macular é caracterizado por três sintomas principais: perda da visão central, visão turva e distorção de linhas retas. O tratamento geralmente inclui colírios anti-inflamatórios, cirurgia a laser focal ou injeções intravítreas.

Sinal de fóvea em edema.

7. Outros tipos de edema

Mostramos-lhe os edemas que consideramos mais importantes nesta linha, mas deve ter em conta que existem muitos mais. Qualquer tecido mole pode inchar devido à má distribuição de fluidos corporais.

Assim, vamos dedicar estas últimas linhas à descrição daqueles edemas que, embora não apresentem uma importância clínica tão clara quanto os já citados, merecem ser mencionados. Entre eles encontramos os seguintes:

  1. Cutâneos: alguns deles podem aparecer devido a processos inflamatórios simples, como picada de mosquito, vespa ou carrapato.
  2. Periorbital: acúmulo de líquido ao redor dos olhos. Também é conhecido como edema palpebral e geralmente é causado por alergias.
  3. Hidropericárdio ou derrame pericárdico: acúmulo de líquido na cavidade pericárdica.
  4. Edema pulmonar (não cardiogênico): acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares devido a uma falha não compensada de uma patologia cardíaca.

Edema e saúde

Como você deve ter observado, existem quase tantos tipos de edema quanto partes do corpo. Embora muitos deles sejam causados por processos inevitáveis, vimos que outros são causados por estilos de vida pouco benéficos, como o alcoolismo crônico ou a obesidade mórbida. Por isso, cuidar de si é sempre o primeiro passo para evitar o aparecimento de edemas.

O tratamento dependerá do agente causador. Desde antibióticos a diuréticos, passando por muitos mais tipos de medicamentos, a cicatrização de um edema deve ser sempre acompanhado por um profissional médico.



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