Dermatite de fralda: sintomas, causas e tratamento

A dermatite de fralda é uma condição muito desconfortável caracterizada por irritação na área genital. Felizmente, o tratamento costuma ser simples, feito em casa e com uma recuperação rápida.
Dermatite de fralda: sintomas, causas e tratamento

Última atualização: 17 janeiro, 2024

Bebês recém-nascidos e lactantes têm uma pele mais fina e delicada do que a dos adultos. Por esse motivo, eles são mais suscetíveis a doenças de fricção na pele, como a dermatite de fralda. Você tem interesse em aprender mais sobre essa patologia? Confira a seguir.

A dermatite de fralda é um tipo de dermatite irritativa caracterizada por inflamação e vermelhidão na área da fralda. Ela está associada a fraldas molhadas que são trocadas com pouca frequência. Além disso, são reconhecidas condições especiais de maceração, fricção e contato com urina, fezes ou outras substâncias.

Estudos estimam que entre 7% e 35% dos bebês sofrem desse tipo de dermatite em algum momento da amamentação. Da mesma forma, é mais comum em crianças entre 6 e 12 meses de idade, com incidência 3 a 4 vezes maior nos casos de diarreia.

Sintomas

A dermatite de fralda costuma alarmar os pais e causar grande desconforto nas crianças, por isso é motivo frequente de consultas em pediatria. Essa condição geralmente se apresenta como uma mancha vermelha e dolorida nas áreas de maior contato com a fralda, como genitais, nádegas e coxas.

Em geral, as dobras da virilha não são afetadas, pois apresentam menor contato com a fralda e, consequentemente, a urina e as fezes. No entanto, a dermatite pode progredir para formas mais graves e ser acompanhada pelos seguintes sintomas:

  • Áreas escamosas ao nível da genitália externa.
  • Erupção cutânea que aumenta de tamanho cobrindo as dobras da virilha.
  • Secreção escassa e brilhante que cobre a pele afetada.
  • Vesículas, bolhas e saliências superficiais.
  • Ulceração superficial em casos graves.

Da mesma forma, esse problema pode se apresentar como dermatite de contato nas áreas da fralda que carecem de material absorvente. Ela se manifesta como uma erosão linear ou vermelhidão nas laterais das coxas do bebê. Casos crônicos podem aparecer lesões verrucosas e grandes saliências.

Causas da dermatite de fralda

Assaduras causam ferimentos significativos
Existem muitas causas que podem levar à dermatite de fralda, mas geralmente se deve a problemas com a troca de fraldas.

Hoje em dia, a dermatite de fralda é considerada uma condição de causa multifatorial. Nesse sentido, vários são os fatores irritativos que podem atuar na pele, causando danos à epiderme e promovendo os sintomas clássicos da doença.

A causa mais comum da dermatite de fralda são as trocas infrequentes de fraldas. Estudos sugerem que esse fato promove umidade, maceração e hiperidratação da pele, aumentando sua sensibilidade ao atrito e alterando sua função de barreira. Outras causas comuns da dermatite de fralda incluem o seguinte:

  • Exposição prolongada a fezes e urina.
  • Falta de higiene e cuidados com a pele.
  • Fraldas pequenas e justas.
  • Uso de produtos químicos, como antissépticos, detergentes e perfumes.
  • Diarreia.
  • Dermatite atópica.
  • Dermatite seborreica.
  • Uso de antibióticos de amplo espectro.

Complicações

A principal complicação da dermatite de fralda é a superinfecção por fungos ou bactérias. A infecção por Candida albicans, um fungo que geralmente habita a mucosa oral e genital, é comum. Essa infecção se manifesta como uma erupção cutânea vermelho-arroxeada intensa acompanhada por pápulas e pústulas.

Por outro lado, o granuloma glúteo infantil é outra complicação da dermatite de fralda. Está associado ao uso de corticosteroides tópicos potentes. Apresenta-se com nódulos violáceos com menos de 3 centímetros. Além disso, manchas esbranquiçadas e cicatrizes são outros efeitos adversos dessa dermatite.

Tratamento da dermatite de fralda

O tratamento da dermatite de fralda tem como objetivo corrigir a causa subjacente e aliviar os sintomas na criança. Nesse sentido, deve-se buscar uma higiene cuidadosa da área da fralda, evitando o contato com produtos químicos e revisando qualquer outra doença associada ao quadro clínico, como a diarreia.

Em casos leves, é aconselhável manter a área afetada exposta ao ar e fazer trocas frequentes de fraldas. Estudos recomendam o uso de cremes e pomadas à base de óxido de zinco ou vaselina como método de barreira.

Por outro lado, na dermatite de fralda moderada ou grave, o uso de corticosteroides tópicos de baixa potência, como a hidrocortisona a 1%, costuma ser indicado. Eles atuam reduzindo e eliminando a inflamação e a vermelhidão e devem ser aplicados por no máximo 2 semanas ou até que a erupção tenha desaparecido.

Nas dermatites de fralda complicadas por candidíase, está indicado o uso de antifúngicos tópicos. É o caso da nistatina, do clotrimazol e do miconazol. A terapia geralmente é combinada com um corticosteroide leve para facilitar a resolução dos sintomas.

O uso de antibióticos tópicos só está indicado em caso de infecção bacteriana comprovada, pois eles podem atuar como irritantes e adstringentes, piorando o quadro clínico. Seu uso é exclusivamente para indicação médica e supervisão contínua.

Prevenção

As assaduras podem ser evitadas
As medidas básicas de higiene são suficientes para prevenir a dermatite de fralda.

A dermatite de fralda é uma condição que pode ser evitada seguindo diferentes orientações de cuidado e higiene com o recém-nascido. Entre as recomendações para evitar essa doença estão as seguintes:

  • Troque a fralda com frequência, pelo menos 2 a 3 vezes ao dia.
  • Areje a área por 5 a 10 minutos a cada troca de fralda.
  • Limpe a pele com água sem esfregar excessivamente.
  • Use toalhas de higiene sem álcool.
  • Seque muito bem a área da fralda.
  • Use cremes de barreira com vaselina ou óxido de zinco.
  • Use fraldas com alta capacidade de absorção.

Um problema comum em crianças e recém-nascidos

A dermatite de fralda é uma dermatite de contato irritante que afeta a maioria dos bebês durante a amamentação. É uma condição que pode ser evitada por meio da higiene infantil adequada e da troca frequente de fraldas. A manifestação clássica é uma mancha vermelha sensível na área da fralda que cobre os genitais, as nádegas e as coxas.

Dadas as evidências de sintomas da dermatite de fralda, é ideal procurar atendimento médico o mais rápido possível. Alguns sinais de alerta incluem sangramento, secreção e febre. Essa condição geralmente é resolvida com tratamentos simples em casa sob a orientação de um profissional de saúde.



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