Como a hiperglicemia é tratada

Você tem hiperglicemia frequente? Nesse caso, vamos te contar quais são os pilares do tratamento para essa condição, reduzindo as alterações na glicemia.
Como a hiperglicemia é tratada
Saúl Sánchez

Escrito e verificado por el nutricionista Saúl Sánchez.

Última atualização: 08 agosto, 2021

A hiperglicemia é um problema de saúde que ocorre com um aumento excessivo do açúcar no sangue. Os fatores que a causam podem ser vários, assim como a gravidade da própria doença. Ela pode afetar a função dos órgãos gerando problemas, por exemplo, na capacidade visual.

Essa é uma condição que costuma se desenvolver principalmente em pessoas com diabetes. Elas possuem um controle orgânico da glicemia ineficiente, o que torna difícil manter a homeostase. No entanto, essa condição é mais comum no diabetes tipo 2 que no tipo 1, no qual a complicação mais comum é a hipoglicemia.

Tratamento dietético da hiperglicemia

A hiperglicemia típica do diabetes pode ser melhorada com uma alimentação balanceada.
A alimentação saudável é um pilar fundamental no tratamento do diabetes. De fato, as condições conhecidas como “pré-diabetes” podem ser revertidas com uma boa dieta.

Ao tratar a hiperglicemia, é essencial prestar uma atenção especial aos hábitos de vida. Eles incluem dieta, exercícios físicos e descanso adequados. Esses três pilares são capazes de determinar a saúde, evitando problemas que condicionam o bem-estar e desequilíbrios na homeostase do meio interno.

Também existe tratamento farmacológico para a hiperglicemia, porém, deve-se sempre apostar na modificação da dieta alimentar. Com isso serão obtidos melhores resultados, e será reduzida a necessidade de introdução de medicamentos no organismo, uma vez que eles sempre apresentam alguns efeitos colaterais.

A chave para o tratamento da hiperglicemia consiste em manter os seguintes hábitos:

Controle dietético

Em pessoas com diabetes tipo 2 ou tendência à hiperglicemia, a ingestão de açúcares simples deve ser reduzida na dieta. Esses nutrientes têm um impacto significativo nos níveis de açúcar no sangue, gerando um maior estresse no fígado.

De fato, seu consumo regular está associado a uma maior incidência de patologias metabólicas, de acordo com um estudo publicado na Frontiers in Bioscience.

Quando se trata de consumir carboidratos, é importante certificar-se de que eles sejam do tipo complexo. Para isso basta escolher alimentos como tubérculos, legumes e grãos inteiros, como arroz. Também é importante evitar a farinha e seus derivados, como pães e massas. A absorção dos açúcares contidos nesses alimentos é muito rápida.

Existem evidências de que uma redução significativa nos carboidratos dietéticos melhora o controle do diabetes e reduz a incidência de hiperglicemia. Isso é evidenciado por uma investigação publicada na revista Nutrition & Diabetes , na qual é proposta uma dieta cetogênica para o tratamento desse tipo de paciente.

De qualquer forma, nem todas as pessoas com diabetes possuem uma boa adesão a uma dieta sem carboidratos ou com baixo teor deles. Essa estratégia pode ajudar a controlar o problema e evitar a necessidade de medicamentos, mas a tolerância individual precisa ser verificada primeiro. Se essa dieta não puder ser implementada, será necessário recorrer a outros mecanismos.

Além da dieta cetogênica, foram encontrados protocolos dietéticos que também podem ajudar no tratamento da hiperglicemia, impedindo seu desenvolvimento.

Um exemplo é o jejum intermitente, como afirma uma revisão publicada na revista Nutrients. Com ele é atingida uma maior sensibilidade à insulina, o que evita grandes desvios nos valores ideais de açúcar no sangue.

Cabe destacar que qualquer abordagem que envolva perda de peso geralmente é eficaz na prevenção ou controle do diabetes. Esta patologia está intimamente associada a alterações negativas em termos de composição corporal.

Exercício

A atividade física é fundamental para tratar a hiperglicemia e melhorar o controle do diabetes. Principalmente exercícios de força muscular, já que eles aumentam a sensibilidade das células à insulina, que regula os níveis de açúcar no sangue.

Além disso, esse tipo de exercício otimiza a composição corporal, aumentando o percentual de massa magra e reduzindo o de massa gorda.

Mesmo as sessões de treinamento intervalado têm mostrado benefícios claros em relação ao tratamento de sobrepeso e patologias metabólicas. Além disso, essas práticas aumentam a eficiência do sistema cardiovascular, tornando o coração mais competente para atender às demandas de irrigação.

Como regra geral, é recomendado que as pessoas exercitem a força de 3 a 4 vezes por semana. De qualquer forma, é importante seguir o princípio da progressão na administração da cargas, indo sempre de menos para mais. É fundamental evitar a estagnação aumentando a intensidade do treinamento, além de adaptar a sessão às possibilidades do paciente.

O exercício não só traz benefícios para os jovens, mas também ajuda a melhorar a saúde dos idosos.

Mesmo nesses casos, é possível reduzir a incidência de hiperglicemia e o desenvolvimento de outras patologias crônicas e complexas de saúde. Isso é evidenciado por um estudo publicado na Physical Medicine and Rehabilitation Clinics of North America.

Descanso

Um bom descanso é outro dos elementos chave quando se trata de melhorar o controle glicêmico. Durante a noite ocorrem muitos processos de regulação hormonal. De fato, dormir pouco pode condicionar um apetite maior no dia seguinte, dificultando o controle do peso corporal.

Além disso, um descanso inadequado pode prejudicar a capacidade de recuperação do organismo, de modo que o tecido muscular pode sofrer uma maior destruição protéica. Isso é considerado contraproducente para atingir um bom estado de composição corporal.

Suplementos para o tratamento da hiperglicemia

É essencial cuidar da dieta para controlar o açúcar no sangue e tratar a hiperglicemia. Aumentar o consumo de vegetais e fibras e restringir os carboidratos simples terá um efeito positivo na saúde. Além disso, existem várias substâncias que podem ajudar a melhorar ainda mais os resultados.

A que conta com mais evidências entre todas é a canela, de acordo com um estudo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics. Esse tempero é capaz de reduzir os níveis de açúcar no sangue, o que ajuda a evitar situações de hiperglicemia.

Ela pode ser consumida por meio de suplementos, mas geralmente é suficiente usá-la com frequência para dar sabor aos pratos.

Também existem evidências que indicam que o vinagre de maçã também pode atuar como antidiabético, ajudando a controlar a glicose no sangue. No entanto, os resultados da pesquisa não foram tão sólidos como no caso da canela, em que se constatou uma clara melhora.

Substâncias a evitar para tratar a hiperglicemia

Pessoas que sofrem de diabetes ou que tiveram episódios de hiperglicemia devem ter muito cuidado com o consumo de certos alimentos. Os açúcares simples são especialmente prejudiciais a essas populações, principalmente quando administrados na forma líquida. Por isso, refrigerantes e sucos devem ser retirados da dieta alimentar.

Nem mesmo bebidas adoçadas são uma boa opção, pois há dúvidas relação à salubridade desses aditivos e seu impacto na microbiota intestinal. Eles também podem ser contraproducentes para melhorar o controle do açúcar no sangue.

Além disso é fundamental evitar o consumo de drogas como tabaco e álcool. Ambas substâncias são prejudiciais à saúde, independentemente da quantidade em que sejam consumidas. Elas podem gerar efeitos imediatos nos níveis de glicose no sangue, bem como um estado de inflamação a médio prazo que aumenta o risco de desenvolver diabetes.

Tratamento farmacológico da hiperglicemia

A hiperglicemia pode ser controlada com medicamentos.
Na maioria dos casos, pessoas que sofrem de hiperglicemia precisam de medicamentos de uso diário para controlar a sua situação metabólica.

Além de controlar os hábitos de vida, existe uma série de medicamentos que permitem o tratamento da hiperglicemia, ajudando a controlar os níveis de açúcar no sangue de forma eficaz. A insulina exógena é um dos mecanismos mais comuns para corrigir desvios nos níveis de glicose no sangue, especialmente em diabéticos tipo 1.

Ela é administrada na forma de injeções diárias após as refeições, para evitar que os níveis de açúcar no sangue aumentem devido ao efeito dos carboidratos. Existem vários tipos de insulina dependendo da velocidade de ação, embora esse não seja um remédio comum para diabéticos tipo 2 que não tenham crises frequentes.

Por outro lado, existe outro tipo de medicamentos de consumo oral para o controle da glicemia. Um exemplo é a pramlintida, que retarda o esvaziamento gástrico para provocar uma entrada progressiva de glicose no sangue e uma redução na secreção de glucagon. Este medicamento também pode ser usado para favorecer a perda de peso.

Também é importante destacar a metformina, medicamento que ajuda a reduzir os níveis de açúcar no sangue mas que não é recomendado durante a gravidez, pois é capaz de atravessar a placenta e chegar ao feto.

Cirurgia para o tratamento da hiperglicemia

Outra opção para o tratamento da hiperglicemia é a cirurgia bariátrica. Ela é recomendada nos casos de pacientes com obesidade para reduzir drasticamente o percentual de gordura subcutânea no organismo. Se acompanhada de uma mudança nos hábitos de vida, ela pode gerar um benefício consistente a médio prazo.

Um transplante de células pancreáticas também pode ser considerado para tornar o órgão mais competente. De qualquer forma, esse é um tipo de intervenção que não costuma ser considerado de forma regular, pois requer imunossupressão e apresenta um certo nível de risco.

A melhor é opção apostar na farmacologia tradicional e na modificação dos hábitos de vida, promovendo a perda de peso.

A hiperglicemia pode ser tratada melhorando os hábitos de vida

É bastante viável propor um tratamento eficaz para a hiperglicemia. A chave para isso é modificar hábitos de vida, buscando uma perda de peso que beneficie o corpo. Isso reduz os níveis de inflamação sistêmica e aumenta a sensibilidade à insulina.

Além disso, será fundamental praticar exercícios físicos regularmente. Esta é uma das ferramentas de saúde mais poderosas disponíveis, que reduz o risco de adoecer por múltiplas causas. Por fim, há temperos como a canela que ajudam a melhorar ainda mais os resultados.



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