Causas e fatores de risco da endometriose

A endometriose é um problema de saúde muito comum em todo o mundo entre as mulheres em idade reprodutiva. Pode ser extremamente doloroso e incapacitante.

Uma das doenças inflamatórias crônicas mais comuns e incapacitantes que podem afetar uma mulher em seu estágio fértil é a endometriose. Seu sintoma mais característico é a dor intensa durante a menstruação, que pode até afetar a micção e a defecação. Agora, quais são as causas e fatores de risco para endometriose?

Como explica o Escritório de Saúde da Mulher, a endometriose ocorre quando um tecido semelhante ao que reveste o útero por dentro se desenvolve fora do órgão. Consequentemente, pode afetar diferentes partes do sistema reprodutor (ovários, trompas de falópio e tecidos de suporte do útero). Em casos menos comuns, o abdômen e seu peritônio são afetados.

Causas comuns de endometriose

A patogênese da endometriose é desconhecida. No entanto, várias hipóteses e explicações foram desenvolvidas ao longo dos anos.

De acordo com um estudo recente publicado na revista Legal Medicine of Costa Rica, as causas e os fatores de risco da endometriose giram em torno dos seguintes aspectos:

• Menstruação retrógrada: o sangue menstrual não é expelido normalmente, mas retorna pelas trompas de falópio para a cavidade pélvica, no sentido oposto ao normal. Este sangue contém células endometriais que se ligam a diferentes partes do sistema reprodutor e depois crescem.
• Metaplasia do epitélio germinativo : é a diferenciação das células mesoteliais em tecido semelhante ao endométrio. Ou seja, a transformação de células do peritônio em células iguais ou semelhantes às do endométrio.
• Propagação metastática: é a viagem das células à distância.

Por outro lado, a atividade do estrogênio tem sido freqüentemente sugerida como uma possível causa da endometriose. Mais especificamente, a superprodução desses hormônios, prostaglandinas e citocinas no tecido endometrial.

Os especialistas da Mayo Clinic descrevem outras possíveis causas de endometriose:

• Deformação de cicatrizes cirúrgicas.
• Transporte de células endometriais por vários fluidos.
• Distúrbios imunológicos.

O papel da genética

Mulheres com histórico familiar de endometriose são consideradas de maior risco de desenvolver a doença do que aquelas que não têm. Portanto, uma possível origem genética não está descartada.

Fatores de risco de endometriose

Alguns dos fatores de risco mais associados ao desenvolvimento de endometriose são os seguintes:

• Idade: as mulheres em idade reprodutiva são muito mais propensas à endometriose do que as mulheres na menopausa.
• Infertilidade: não ter tido filhos.
• Histórico familiar: como esclarecemos na seção sobre genética.
• Menstruação alterada: durando mais de 7 dias com sangramento, recorrente em menos de 27 dias entre os ciclos ou começando cedo (antes dos 11 anos).
• Altos níveis de estrogênio ou superexposição artificial a eles.

Outros fatores de risco associados são obesidade e seu oposto, baixo índice de massa corporal. Também se levantou a hipótese sobre a influência de dietas com alto teor de carnes vermelhas e gorduras trans, bem como de um estilo de vida sedentário.

A exposição a substâncias desreguladoras endócrinas pode favorecer os processos de migração das células endometriais para locais anormais. Por sua vez, o dietilbestrol, prescrito para mulheres grávidas no passado, foi associado à endometriose em fetos de mulheres cujas mães foram medicadas com a substância.

Deve-se notar que nem em todos os casos de endometriose as mulheres apresentam menstruação intensa ou problemas no sistema reprodutor. Até pacientes assintomáticos já foram cadastrados, o que evidencia a complexidade desse problema de saúde.

Quando ir ao médico?

Se você está em idade reprodutiva e suas menstruações são mais dolorosas do que deveriam e o desconforto é tão intenso que a impede de levar uma vida normal, é melhor fazer um check-up ginecológico. Lembre-se que, mesmo quando a patogênese da endometriose é desconhecida e não há tratamento curativo, existem opções de tratamento que permitem o controle dos sintomas.

Tanto o diagnóstico precoce quanto o tratamento e a adesão ao último podem ser muito benéficos a curto e longo prazo. Por isso, não pare de frequentar os controles periódicos. Evite adiá-los, bem como minimizar o desconforto que você pode sentir durante a menstruação.