6 chaves para melhorar a relação entre mãe e filho

Como melhorar o relacionamento entre mãe e filho? E isso é possível? Por meio de pequenas práticas diárias, é claro que sim! Trazemos 6 ideias-chave que podem ajudar nesse caminho.
6 chaves para melhorar a relação entre mãe e filho
Laura Ruiz Mitjana

Escrito e verificado por la psicóloga Laura Ruiz Mitjana.

Última atualização: 08 julho, 2023

Como melhorar a relação entre mãe e filho? Nem sempre é uma tarefa fácil. Exige colocar em prática a empatia, a paciência e outros valores que construímos ao longo da vida.

Relacionamentos de qualidade na infância promovem o desenvolvimento saudável da criança. De acordo com o estudo de Van Aken & Asendorpf (2015), o apoio social tem um efeito protetor na autoestima.

Além disso, segundo outro estudo científico, desta vez de Azpiazua et al. (2014), existe uma relação direta entre suporte social e inteligência emocional em adolescentes.

6 chaves para melhorar a relação entre mãe e filho

Os benefícios de um bom acompanhamento e um bom suporte para nossas crianças são inúmeros. Com perseverança e muito amor é possível construir um relacionamento de qualidade com elas, além de melhorá-lo com o tempo. Para isso, deixamos-lhe 6 ideias-chave que o podem ajudar neste processo.

Todos elas compartilham a mesma missão: promover um tipo de relacionamento saudável com as crianças, por meio da compreensão e educação saudável. Anote!

1. Procure compartilhar momentos com seus filhos

Não há nada mais valioso do que dar a alguém o que você nunca receberá de volta: seu tempo. Embora pareça óbvio, buscar momentos de qualidade para compartilhar com as pessoas que mais amamos nem sempre é fácil. No entanto, é uma prática que nos ajudará a melhorar a relação entre mãe e filho.

Dependendo da idade, o tipo de atividades, os horários e a disponibilidade variam. Mas isso será importante: encontre espaços para estar com seu filho ou filha, planeje atividades ou simplesmente esteja e converse, ouça, conte como foi o dia.

Passar tempo com nossos filhos é importante, mas acima de tudo é a qualidade e não a quantidade que importa. Quando os pais passam poucos momentos com seus filhos, eles podem se sentir sozinhos, sentir falta deles e querer compartilhar mais da vida diária. Lacunas afetivas podem ser criadas se isso acontecer.

Se a situação se prolongar e se tornar mais intensa, surgirão necessidades psicológicas. As crianças podem ser inseguras, incompreendidas, desprotegidas e desorientadas. Isso as levaria a buscar identidade em outros espaços desconhecidos, mas com menos garantia de influências positivas, como os pares.

Mãe passa tempo com seu filho.
O tempo dedicado a uma criança é um investimento que promove sua autoestima.

2. Coloque-se no lugar delas

A empatia nos permite entender o outro a partir de sua posição, mudar de perspectiva e ajudá-lo, porque quase podemos sentir sua dor, sua tristeza ou sua alegria. A mesma coisa acontece com as crianças: se você quer fortalecer sua ligação com elas, não hesite, coloque em prática a empatia, coloque-se no lugar delas e tente ter um olhar infantil ou adolescente.

Às vezes será difícil para nós apoiá-las porque não compartilharemos suas crenças ou decisões. No entanto, lembrar de vez em quando que também fomos crianças (ou jovens) nos permitirá nos aproximar delas e fazê-las sentir-se livres e apoiadas para escolher.

“Veja com os olhos do outro, ouça com os ouvidos do outro e sinta com o coração do outro.”

-Alfred Adler-

Você sabia que parte das variações genéticas influenciam a empatia? É o que sugere um estudo (2018) desenvolvido por universidades inglesas e francesas, publicado na Translational Psychiatry. Além disso, sabemos que a empatia é algo que também pode ser trabalhado, aprendido e fortalecido.

3. Pratique um estilo democrático

Existem quatro tipos de estilos parentais: autoritário, permissivo, democrático e negligente ou indiferente. Dos quatro, o mais benéfico para o desenvolvimento psicológico e emocional da criança é o estilo democrático.

Assim, o estilo combina firmeza e disciplina com apoio e carinho. Os pais estabelecem limites para seus filhos, mas também consideram seu ponto de vista com empatia. Ou seja, são firmes, mas flexíveis. Além disso, eles explicam as consequências dos comportamentos negativos e ensinam maneiras alternativas de se comportar.

A prática deste estilo educativo permite-lhe melhorar a sua relação com os seus filhos, ao mesmo tempo que os acompanha no seu crescimento e desenvolvimento, dando-lhes liberdade de escolha. Além disso, você aumentará sua autonomia e autoestima, enquanto os ajuda quando precisam.

“Educação é o movimento das trevas para a luz.”

-Allan Bloom-

4. Evite julgar

É claro que as ideias ou decisões que nossos filhos tomam nem sempre nos agradam. Mas tudo bem, eles têm que crescer, se diferenciar e adquirir sua autonomia. Julgá-los não vai ajudá-los, muito pelo contrário; pode fazê-los se distanciar de você.

Portanto, outra ideia fundamental para melhorar o relacionamento entre mãe e filho é não julgá-lo. Simplesmente acompanhe-o em suas decisões. Isso não significa aceitar tudo o que fazem sem se opor. Também devemos estabelecer limites e transmitir nossas opiniões a eles se percebermos que eles não estão agindo bem ou que serão prejudicados. Claro, sempre a partir da escuta e da empatia.

“As pessoas costumam dizer que esta ou aquela pessoa ainda não se encontrou. Mas a autonomia não é algo que se encontra, é algo que se cria.”

-Thomas Szasz-

5. Vá direto ao ponto

Especialmente com crianças pequenas, essa ação ajuda a se conectar melhor com elas e a se sentirem acompanhadas em um relacionamento direto: nos colocamos ao nível delas, fisicamente falando. Se seu filho for pequeno, sente-se ao lado dele e olhe em seus olhos.

Para eles, as pessoas mais velhas e, sobretudo, as pessoas muito mais altas, às vezes lhes causam distanciamento ou desconexão, porque as veem como distantes. Para que isso não aconteça, coloque-se à altura deles.

No caso de crianças mais velhas, você pode fazer o mesmo. Seja como for, se seu filho estiver sentado e você quiser conversar com ele, sente-se ao lado dele ou na frente dele, mas olhe para ele cara a cara para estimular a escuta ativa e a empatia.

“Nada é tão fácil ou útil quanto ouvir muito.”

-Juan Luis Vives-

Mãe olha nos olhos da criança que começa a escola.
Chegar à altura física dos filhos é uma prática concreta que aproxima o vínculo.

6. Seja flexível

Em consonância com o que dizíamos sobre um estilo educativo democrático, outro ponto para melhorar a relação entre mãe e filho é mostrar flexibilidade. A flexibilidade implica entender que nem todos os atos de seu filho são rebeldes. Que às vezes eles estarão errados e que não há problema em deixá-los fazer isso.

Não estamos a falar de um estilo laissez faire (deixá-los fazer o que quiserem), mas sim de aceitar comportamentos enquanto estabelece limites em outros, promovendo a sua autonomia e empoderamento. Isso fará com que seu filho se sinta livre, mas acompanhado, com confiança suficiente para vir até você quando necessário. Além disso, o uso de controle excessivo com as crianças pode levar a um comportamento rebelde e a diversos conflitos.

“As almas mais belas são aquelas que possuem a maior variedade e flexibilidade.”

-Michel de Montaigne-

A intuição como aliada para melhorar a relação entre mãe e filho

Vimos algumas ideias para melhorar a relação entre mãe e filho, embora existam muitas mais opções que você descobrirá em sua aventura de maternidade. Muitas dessas ideias surgirão por pura intuição e outras por tentativa e erro. Aliás, a intuição é uma grande aliada durante a maternidade: não deixe de colocá-la em prática se tiver vontade!



  • Borchardt, L. (2017). Apoyo social y autoestima. Un abordaje desde el modelo y la teoría de los cinco factores. Psocial, 3(1): 29-38.
  • Van Aken, M., & Asendorpf, J. (2015). Support by parents, classmates, friends and sibilings in preadolescence: covariation and compensation across relationships. Journal of Social and Personal Relationships, 14(1), 79–93.
  • Warrier, V. et al. (2018). Genome-wide analyses of self-reported empathy: correlations with autism, schizophrenia, and anorexia nervosa. Translational Psychiatry, 8(35).

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