Sinvastatina: usos e efeitos colaterais
O aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue pode ter consequências graves para a saúde das pessoas. Mudanças no estilo de vida e o uso de certos medicamentos podem levar esses níveis de volta ao normal. Um dos medicamentos usados para esse fim é a sinvastatina; porém, quais são os seus efeitos colaterais?
O colesterol é uma substância gordurosa sintetizada pelo corpo e que também podemos obter por meio da alimentação, que é utilizada na membrana celular e como precursor de certos hormônios. Esta substância está distribuída na corrente sanguínea como lipoproteína de alta densidade (HDL) e lipoproteína de baixa densidade (LDL).
Diversos estudos mostram que um aumento na ingestão de alimentos ricos em gordura e certas mutações genéticas aumentam os níveis de colesterol sérico. Esse aumento pode favorecer o aparecimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose.
O que é a sinvastatina?
O medicamento em questão é um fármaco proveniente de produtos microbianos pertencentes ao grupo das estatinas. Assim como acontece com todos os medicamentos pertencentes a esse grupo, a principal função da sinvastatina é reduzir os níveis de colesterol no sangue, especialmente o LDL.
Muitas pessoas conhecem o LDL como o “colesterol ruim” porque este é o colesterol que geralmente se acumula nas paredes dos vasos sanguíneos. Portanto, os compostos procuram diminuir os níveis de LDL e aumentar os níveis de HDL, a fim de favorecer a eliminação de compostos gordurosos do sistema.
A sinvastatina é um medicamento eficaz que atinge a sua concentração máxima no sangue em apenas 2 horas. A ingestão desse composto deve ser feita por via oral através de comprimidos revestidos por uma película e ele pode ser encontrado em apresentações de 5 a 80 miligramas.
Para que é usada?
Conforme já dissemos, a sinvastatina é prescrita para os pacientes com níveis de colesterol sérico acima dos valores normais. No entanto, só é indicada nos casos em que a dieta e as mudanças no estilo de vida não tiverem levado aos efeitos desejados.
Nesse sentido, o medicamento é utilizado por pacientes com hipercolesterolemia primária, bem como por pessoas com hiperlipidemia mista. É importante ressaltar que a hiperlipidemia mista é o aumento do colesterol e de outras substâncias gordurosas no sangue.
O uso de estatinas também pode ajudar no controle de doenças hereditárias, como a hipercolesterolemia familiar homozigótica. Além disso, também ajuda a prolongar a vida e prevenir complicações em pessoas com doença coronariana.
Mecanismo de ação da sinvastatina
A sinvastatina é um antagonista direto da enzima hidroxi-metil-glutaril coenzima A redutase. Isso significa que este é um medicamento que atua no local ativo da enzima e bloqueia a sua ação, impedindo a transformação do HMG-CoA em mevalonato, limitando assim a síntese do colesterol.
Esse bloqueio desencadeia uma série de atividades bioquímicas que têm como objetivo a redução dos níveis séricos de LDL. Por sua vez, também aumenta os níveis de HDL para facilitar a eliminação do colesterol. Por fim, o bloqueio enzimático também gera a diminuição dos isoprenóides intracelulares, outro intermediário na síntese do colesterol.
Em crianças, estudos mostram que o uso de estatinas em geral pode gerar uma diminuição dos níveis de colesterol entre 17 e 45%. No entanto, isso depende da estatina utilizada e da dose administrada.
Como tomar o medicamento?
Este medicamento para controlar os níveis de colesterol deve ser ingerido inteiro, sem triturar ou mastigar e, de preferência, juntamente com as refeições. O ideal é consumir os comprimidos durante a noite, porém, é de vital importância consultar o médico e seguir as suas instruções.
De acordo com a bula interna do medicamento, a dose inicial recomendada fica entre 10 e 40 miligramas. A dose pode então ser ajustada pelo médico conforme necessário até atingir um máximo de 80 miligramas em dose única, durante a noite.
O médico pode prescrever doses mais baixas de sinvastatina se o paciente estiver tomando outros medicamentos ou se tiver doença renal.
Possíveis efeitos colaterais da sinvastatina
Assim como acontece com todos os medicamentos comercializados, a sinvastatina pode causar alguns efeitos colaterais quando consumida. No entanto, esses efeitos geralmente não são tão intensos e não limitam a realização de outras atividades na maioria dos casos.
Dentre os efeitos adversos mais frequentes produzidos pelo consumo desse medicamento redutor do colesterol, destacam-se os seguintes:
- Diarreia.
- Náuseas.
- Dor abdominal.
- Constipação.
- Flatulência.
- Dor de cabeça.
- Urticária.
Também podem aparecer outros sintomas mais graves, tais como mialgia, rabdomiólise e miosite, embora a sua incidência seja muito baixa. No entanto, é importante consultar o médico imediatamente ao perceber qualquer alteração estranha no estado de saúde.
Avisos e contraindicações
Uma das principais contraindicações ao consumo da sinvastatina é a alergia ao princípio ativo ou a qualquer um dos excipientes do composto. Os processos alérgicos podem se manifestar com a inflamação de várias áreas do corpo, febre e dificuldade para respirar.
Por outro lado, ela também é contraindicada para pacientes com insuficiência hepática ou alguma doença hepática ativa, como a hepatite. A gravidez e a amamentação são contraindicações absolutas, pois o medicamento em questão pode ter efeitos negativos na saúde do bebê.
A sinvastatina pode aumentar o efeito dos medicamentos anticoagulantes no organismo e, portanto, o seu consumo simultâneo não é recomendado. Além disso, também não é recomendado tomar este medicamento juntamente com imunossupressores, pois ele aumenta o risco de rabdomiólise.
Por fim, o composto deve ser usado com cautela pelas pessoas com histórico de alergia a outras estatinas, alcoolismo ativo e histórico de doença hepática ou de transplante de órgãos.
O tratamento deve ser acompanhado por mudanças na dieta
O medicamento em questão é um fármaco utilizado para reduzir os níveis de colesterol sérico em diferentes patologias. A sua ação é exercida por meio do bloqueio de uma enzima, limitando a biossíntese do colesterol. No entanto, o seu uso deve ser acompanhado por mudanças na dieta e no estilo de vida para que sejam obtidos melhores resultados.
O consumo da sinvastatina é seguro na maioria dos casos, embora haja a possibilidade de desenvolver efeitos colaterais graves, como a rabdomiólise. Por isso, é muito importante seguir as instruções fornecidas pelo especialista e tirar todas as dúvidas que possam existir antes de iniciar o tratamento.
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