Prevenção do câncer de mama
O câncer de mama é uma das doenças neoplásicas mais comuns em mulheres a nível mundial. O conhecimento desta condição e a aplicação de medidas preventivas precoces reduzem muito o risco de desenvolvê-la. Saiba mais sobre a prevenção do câncer de mama a seguir.
Atualmente, existe uma forte influência da genética e estilo de vida da paciente sobre o risco de desenvolver câncer. Alguns fatores como idade, sexo e histórico familiar não podem ser alterados. No entanto, estudos confirmam que mudanças nos hábitos diários e cuidados médicos contínuos são uma forma fácil, eficaz, segura e barata de prevenir essa condição.
Dieta saudável
A dieta alimentar desempenha um papel fundamental na saúde das pessoas. Um equilíbrio adequado de nutrientes contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, bem como para a manutenção dos sistemas vascular, hormonal e nervoso. Em geral, a alimentação e o controle da obesidade são pilares que devem ser abordados como medidas de prevenção precoce ao câncer de mama.
Da mesma forma, pesquisas sugerem que alguns alimentos são capazes de iniciar, acelerar e até retardar a evolução de um tumor maligno. Nesse sentido, é fundamental entender quais alimentos devemos incluir na dieta e quais são capazes de aumentar a probabilidade de desenvolver câncer de mama.
Alimentos que você deve consumir
Na maioria dos casos, as dietas ricas em vegetais, frutas e verduras são as que proporcionam maior efeito protetor. Isso se deve ao alto teor de vitaminas, minerais e nutrientes essenciais para o organismo que elas possuem. As dietas do sul e do Mediterrâneo costumam ser as opções mais recomendadas para seguir um padrão alimentar saudável em pacientes com risco de câncer.
Alimentos de origem vegetal apresentam propriedades antioxidantes e antiproliferativas. Além disso, alguns vegetais como a cebola e o espinafre demonstraram efeitos antiestrogênicos, que podem reduzir o risco de crescimento de tumores em mulheres e homens.
Alimentos ricos em proteínas, betacaroteno, flavonoides e folatos reduzem consideravelmente o risco de sofrer dessa doença. É aconselhável consumir entre 5 e 9 porções de frutas e vegetais frescos por dia. Brócolis, frutas vermelhas e pêssegos são os alimentos mais recomendados na prevenção do câncer de mama.
Da mesma forma, a fibra é outro elemento nutricional que deve ser incluído na dieta. Ela contribui para a eliminação de substâncias residuais e para a desintoxicação do organismo, e pode ser encontrada na maioria dos grãos inteiros e leguminosas. Além disso, o consumo dela deve girar em torno de 33,6 gramas por dia, variando de acordo com a idade e o sexo.
Deve-se bucar ingerir o tipo certo de gordura. As gorduras mono e poliinsaturadas geralmente são benéficas em pequenas quantidades. Elas podem ser obtidas a partir do abacate, azeite, sementes e nozes. Além disso, a soja contém isoflavonas benéficas no controle da obesidade, doenças cardíacas e tumores.
Alimentos que você deve excluir da dieta
Existem alimentos e bebidas associadas a um risco aumentado de diferentes formas de câncer, incluindo o câncer de mama. Nesse sentido, a ingestão de álcool é um dos principais fatores de risco para doenças neoplásicas. Isso é atribuído à capacidade que ele possui de aumentar os níveis de estrogênio e degenerar o DNA celular. Portanto, quanto maior a ingestão, maior o risco de adoecer.
Da mesma forma, alimentos com açúcar refinado adquirem um grande potencial carcinogênico, por promoverem a obesidade e aumentarem a probabilidade de desenvolvimento de processos tumorais nas glândulas mamárias. Por esse motivo é aconselhável reduzir ao máximo o consumo de bebidas açucaradas, doces e alimentos processados com alto teor de carboidratos.
É fundamental evitar o consumo de gorduras trans contidas em frituras, almeintos pré-elaborados e embalados. Limitar a ingestão de gorduras de origem animal é um dos principais objetivos na prevenção do câncer de mama. Além disso, é aconselhável reduzir o consumo de embutidos e carnes vermelhas em pacientes com risco de patologias tumorais.
Estilo de vida saudavel
Atualmente, existem várias medidas que podem ser aplicadas para prevenir o desenvolvimento de neoplasias. Elas têm como objetivo promover mudanças na rotina diária e incluir novos hábitos saudáveis que melhorem a qualidade de vida.
Praticar exercícios, deixar de fumar, amamentar, fazer o autoexame de mama e a mamografia diagnóstica são alguns dos objetivos da prevenção do câncer de mama.
Atividade física e exercícios
A atividade física de intensidade leve a moderada está associada a um menor risco de desenvolver processos de câncer de mama. Alguns estudos sugerem que mulheres que fazem caminhadas de baixa intensidade de 1 a 2 horas por semana têm até 18% menos chances de desenvolver câncer de mama.
Nesse sentido, as opções de atividade física vão desde a prática de algum esporte até a matrícula em uma aula de dança, correr no parque ou jogar bola com a família. O objetivo é aumentar o bombeamento cardiovascular e melhorar a resposta sistêmica a situações de exigência.
Deixar de fumar
Em geral, o tabagismo a longo prazo está associado a uma maior deterioração do sistema cardiovascular e a uma menor taxa de recuperação e cicatrização.
Além disso, ele está associado a um maior risco de desenvolvimento de patologias proliferativas malignas. Por esse motivo, é fundamental reduzir de forma progressiva o número e a frequência de cigarros consumidos.
A exposição à fumaça do cigarro de forma passiva também tem consequências devastadoras para o corpo. Por esse motivo é aconselhável aplicar medidas precoces para reduzir a exposição a essa fumaça, como evitar frequentar locais onde essa prática é frequente e se afastar ou buscar um local ventilado quando estiver na companhia de um fumante.
Amamentação
As variações hormonais desempenham um papel fundamental na origem do câncer de mama. Em geral, a lactação precoce é capaz de inibir a liberação de estrogênios após a concepção (por estímulos hipotalâmicos).
Da mesma forma, a amamentação sustentada tende a retardar o início de um novo ciclo menstrual e, portanto, a exposição a alterações hormonais endógenas.
Nesse sentido, a amamentação é considerada um fator materno de proteção e prevenção do câncer de mama. Além disso, outros fatores como a menarca tardia e a menopausa precoce reduzem o risco de patologias mamárias tumorais.
Autoexame de mama
A autoavaliação regular da mama é a forma mais comum de detecção precoce do câncer. Ela não reduz a probabilidade de adoecimento, porém favorece a abordagem nos estágios iniciais, o que determina um melhor prognóstico da doença.
É recomendável verificar o próprio corpo em frente ao espelho entre 3 e 5 dias após o início da menstruação, apalpando com a ponta dos dedos quaisquer sinais estranhos. Durante esse período, as mamas ficam menos sensíveis e não apresentam protuberâncias fisiológicas que possam ser confundidas com uma massa ou tumor.
Conhecer o histórico familiar
As alterações genéticas e hereditárias são fatores de risco altamente relevantes para o câncer de mama. Dessa forma, a probabilidade de sofrer dessa condição pode ser duplicada se a pessoa tiver um parente direto diagnosticado com algum tumor mamário. De fato, a detecção de dois familiares com câncer de mama aumenta em até 5 vezes o risco de desenvolvê-la a longo prazo.
Em geral, as mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por essa correlação hereditária. Elas podem ser identificadas precocemente por meio de testes moleculares.
Mamografia diagnóstica
A mamografia é um estudo de imagem amplamente útil na prevenção, identificação e controle adequado do câncer de mama.Além disso, ela permite reconhecer qualquer patologia tumoral antes que sejam mostrados sintomas físicos óbvios. A American Cancer Society recomenda a realização de uma mamografia por ano a partir dos 40 anos em mulheres sem outros fatores de risco.
Evitar terapias de reposição hormonal (TRH)
Mulheres que recebem terapia de reposição hormonal como parte da abordagem pós-menopausa apresentam um risco aumentado de desenvolver neoplasias mamárias. Atualmente, existe a TRH combinada com estrogênio e progesterona e a TRH apenas com estrogênio, cada uma com um risco diferente de aumentar a probabilidade de desenvolver câncer de mama.
Estudos estimam que a TRH combinada aumenta a probabilidade de câncer em até 75%, mesmo se ela for administrada por um curto período de tempo. No entanto, esse risco diminui de 2 a 5 anos após a interrupção do tratamento. Por sua vez, a TRH com estrogênio é capaz de promover câncer de mama e de ovário apenas quando usada por mais de 10 anos.
As mudanças precoces são a chave da prevenção
A prevenção do câncer de mama depende de pequenas mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida das pessoas. Nesse sentido, deve-se manter uma alimentação saudável, rica em frutas, fibras, proteínas e vegetais e que também esteja livre de álcool, açúcares e gorduras trans. Isso com o objetivo de oferecer os nutrientes necessários para um fortalecimento imunológico e sistêmico.
Por outro lado, praticar atividades físicas, evitar o cigarro, fazer o autoexame de mama e a mamografia são medidas essenciais que reduzem muito o risco de sofrer com essa doença. Da mesma forma, não hesite em procurar atendimento médico em caso de dúvidas ou perguntas. Os profissionais de saúde são treinados para fornecer suporte apropriado e te orientar de forma adequada.
- Torres-Sánchez L, Galván-Portillo M, Lewis S, Gómez-Dantés H, López-Carrillo L. Dieta y cáncer de mama en latinoamérica. Salud pública Méx. 2009; 51( Suppl 2 ): s181-s190.
- Kwan K, Chlebowski R, McTiernan A, Rodabough R et al. Walking speed, physical activity, and breast cancer in postmenopausal women. European Journal of Cancer Prevention. 2014; 23(1): 49-52.
- Lupo M, Dains JE, Madsen LT. Hormone Replacement Therapy: An Increased Risk of Recurrence and Mortality for Breast Cancer Patients? J Adv Pract Oncol. 2015;6(4):322-30.
- Hashemi SH, Karimi S, Mahboobi H. Lifestyle changes for prevention of breast cancer. Electron Physician. 2014;6(3):894-905.
- Merino Bonilla JA, Torres Tabanera M, Ros Mendoza LH. Breast cancer in the 21st century: from early detection to new therapies. Radiologia. 2017;59(5):368-379.
- Almagro E, González CS, Espinosa E. Factores pronósticos en el cáncer de mama en estadio inicial. Med Clin (Barc). 2016;146(4):167-71.