Papilomavírus humano (HPV): o que é?
As infecções sexualmente transmissíveis estão entre as doenças mais temidas pela população em geral. A mais comum é a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), que causa verrugas nos órgãos genitais e em outras partes do corpo.
Segundo dados fornecidos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), 79 milhões de americanos estão infectados. A população com maior risco de contrair são os jovens entre 20 e 30 anos devido à promiscuidade e ao pouco uso de preservativos.
Esta é uma infecção que geralmente desaparece sozinha após alguns meses, no entanto, os sintomas podem prevalecer com o tempo.
O que é o vírus do papiloma humano?
É um grupo de vírus de dupla hélice de DNA com mais de 170 espécies pertencentes à família Papillomaviridae. Dentro desta grande família existem 16 gêneros diferentes, dos quais apenas 5 são capazes de afetar o corpo humano.
Até agora, pelo menos 40 espécies de papilomavírus humano capazes de causar verrugas genitais foram relatadas. As demais espécies podem causar verrugas inofensivas em outras áreas do corpo quando o agente entra em contato íntimo com as camadas profundas da pele.
Muitas das cepas desses vírus são capazes de se tornar malignas após um longo período de tempo. Por esta razão, eles foram divididos em dois tipos diferentes: baixo e alto risco.
Vírus de baixo risco
Esses vírus são capazes de causar verrugas no pênis, vagina, ânus e colo do útero; no entanto, é improvável que se tornem malignos. Os subtipos mais notáveis desse grupo são o HPV-6 e o HPV-11, pois são os mais frequentemente isolados.
Por outro lado, os vírus que causam verrugas cutâneas também se enquadram nessa categoria, destacando-se os subtipos HPV-2, HPV-4 e HPV-7.
Vírus de alto risco
Os vírus pertencentes a esta categoria também são capazes de causar verrugas nos órgãos genitais e na garganta. A principal diferença em relação aos anteriores é que estão intimamente relacionados ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o câncer cervical.
Os subtipos mais frequentemente isolados são o HPV-16 e o HPV-18. Eles estão afetando uma grande parte da população feminina.
Como o HPV é transmitido?
Segundo dados da Associação Espanhola de Pediatria, a maioria dos casos de infecção pelo HPV ocorre por contato sexual durante os primeiros anos de atividade. Esta associação estima que entre 20% e 30% das mulheres com menos de 30 anos estão infectadas.
A forma de transmissão mais frequente é a penetração, seja vaginal ou anal. Durante esse processo, é muito comum que ocorram lesões microscópicas no pênis e na vagina, que o vírus aproveitará para entrar no organismo.
O papilomavírus humano também é capaz de entrar no organismo por meio do sexo oral, causando verrugas na boca e na garganta. Além disso, o contato genital e a masturbação são formas frequentes de contágio, apesar de não haver penetração em nenhum momento.
Por outro lado, a transmissão por via placentária em gestantes também já foi relatada, porém com baixa incidência. O risco de transmissão vertical durante o parto é alto se a mãe tiver verrugas no colo do útero, por isso é aconselhável realizar uma cesariana nesses casos.
Sintomas causados pelo papilomavírus humano
A sintomatologia característica da infecção pelo papilomavírus humano é o aparecimento de verrugas que lembram couve-flor na área de entrada do vírus no corpo. A localização mais frequente nas mulheres é no colo do útero, vagina e vulva, enquanto nos homens geralmente aparecem na haste do pênis, glande e prepúcio.
Em ambos os sexos também é comum encontrá-los na boca e região perianal. As verrugas aparecem após um período de incubação que pode variar entre 1 e 6 meses após o primeiro contato. Podem ter tamanho variável, são macios e de cor rosa ou acinzentada.
Em geral, essas lesões são assintomáticas, embora possam causar queimação, coceira ou desconforto. Além disso, elas mudam com o tempo, de modo que pode ser observado um aumento em número e tamanho, a aparência de um pedículo ou haste e o desenvolvimento de uma superfície dura e rugosa.
Diagnóstico do papilomavírus humano
Em muitas ocasiões, as verrugas são visíveis, de modo que seu diagnóstico pode ser simples e não requer inspeção extensa. Uma simples visualização médica costuma ser mais do que suficiente para distinguir essas lesões daquelas produzidas pela sífilis secundária.
A verdadeira desvantagem ocorre quando as lesões estão em áreas de difícil acesso, como o colo do útero ou dentro do reto. No primeiro caso, é necessária uma colposcopia para poder observar a lesão, enquanto no segundo deve ser realizada uma anuscopia.
Quando são identificadas lesões no colo do útero, pode ser indicado o exame de Papanicolaou. Isso é feito para procurar sinais de malignidade, já que estudos mostram que a maioria dos casos de câncer de colo do útero possui DNA do papilomavírus humano.
Tratamentos
A infecção por HPV geralmente desaparece sozinha na maioria dos casos, no entanto, o vírus permanecerá latente no corpo e poderá reaparecer quando o sistema imunológico for suprimido. Devido a essas recorrências frequentes, ainda não foi possível estabelecer um tratamento 100% eficaz para a doença.
Vários estudos demonstraram a eficácia da ressecção cirúrgica de verrugas por meio de vários procedimentos médicos na minimização dos sintomas. No entanto, realizá-los não impede um retorno futuro.
Nesse sentido, entre as diferentes técnicas médicas que podem ser aplicadas, destacam-se:
- Crioterapia: é a aplicação de nitrogênio líquido na lesão para que ela congele, destruindo as células.
- Eletrocirurgia : consiste na destruição das verrugas com laser, evitando atingir a pele não lesada; Este procedimento é realizado sob anestesia local.
- Remoção: geralmente é indicada em verrugas que possuem pedículo. O procedimento é simples e consiste em cortar a lesão com tesoura ou bisturi até sua total remoção.
Por outro lado, medicamentos como a podofilina, que é um antimitótico que vai impedir a replicação do vírus, podem ser indicados. Além disso, é aconselhável tomar medicamentos que fortaleçam o sistema imunológico para combater a infecção com eficiência.
A prevenção do HPV é essencial
A principal medida de prevenção da infecção pelo papilomavírus humano é o uso de preservativos. Essa simples ação reduz muito o risco de contágio. Além disso, também existem vacinas capazes de proteger contra os subtipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58.
Se for detectada a presença de verrugas genitais, é recomendável consultar um médico imediatamente. Só assim o tratamento pode ser iniciado antes que a condição piore. Além disso, é importante fazer um check-up médico constante após o início da vida sexual.
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