As 6 doenças gastrointestinais mais comuns

As doenças gastrointestinais estão aumentando na população, pois um estilo de vida estressante e pouco saudável pode levar à patologia intestinal.

Escrito e verificado por el biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador.

Última atualização: 22 maio, 2023

Não é de surpreender que muitas doenças gastrointestinais estejam aumentando, pois o Cancer.net relata que a incidência de câncer de cólon aumentou 2% em pacientes com menos de 50 anos de idade nos últimos anos.

Da mesma forma, desde 1975 a obesidade triplicou no mundo, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2016, 39% dos adultos com mais de 18 anos estavam com sobrepeso e 13% eram obesos. Isso se traduz em mais de 1,9 bilhão de pacientes com algum tipo de distúrbio alimentar.

Do outro lado da moeda, essa mesma entidade nos alerta que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no planeta. Graças a esse número, esse distúrbio psicológico se torna a principal causa de incapacidade global e diminui significativamente a qualidade de vida das pessoas que o sofrem.

Por que apresentamos esses dados? Exemplificamos objetivamente como nosso estilo de vida nos afeta. O eixo intestino-cérebro não é um mito e, portanto, às vezes nossa saúde gástrica representa parte do bem-estar físico e mental. Ansiedade, depressão, maus hábitos e muitos outros fatores podem desencadear certos problemas digestivos.

Doenças gastrointestinais comuns

Uma doença gastrointestinal, de acordo com a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, é definida como um distúrbio do trato gastrointestinal (GI). Este tipo de patologia pode afetar uma única porção ou órgão – como o esôfago ou o estômago, por exemplo – ou apresentar sintomas associados a todo o sistema.

Essas doenças afetam anualmente 20 milhões de pacientes apenas nos Estados Unidos e são a principal causa de hospitalização nessa região. Seus sintomas são extensos: de diarreia a sangue retal, passando por refluxo, distensão abdominal e muitos outros sinais.

É claro que com estas linhas iniciais contextualizamos a importância das doenças digestivas na sociedade em geral e o quão incómodas podem ser a nível individual. Sem mais delongas, mergulhamos nas 6 doenças gastrointestinais mais comuns.

1. Dispepsia

A Sociedade Catalã de Digestologia define a dispepsia como qualquer dor ou desconforto na parte superior do abdome. Afeta até 20-30% da população em um determinado momento e é responsável por 2-5% dos motivos de consulta médica globalmente.

A dispepsia não é uma das doenças gastrointestinais em si, mas sim um sinal clínico, pois nos alerta que algo está errado com o paciente. Na maioria dos casos é um evento idiopático, ou seja, não é justificado por uma lesão prévia. Mesmo assim, infecções bacterianas ou o consumo de certos medicamentos podem provocá-la.

A referida fonte adverte que, por mais comum que seja a dispepsia, em alguns casos é hora de consultar um médico rapidamente. Diante dos seguintes sinais, você não deve hesitar em pedir ajuda:

• Vômitos persistentes sem causa aparente.
• Perda de peso não intencional.
• Vômito com sangue ou presença de fezes negras.
• Dificuldade ou dor ao engolir.
• Dor na boca do estômago.

2. Doenças diarreicas

A Organização Mundial de Saúde estima que as doenças diarreicas são a segunda principal causa de morte em crianças com menos de cinco anos de idade. Esta fonte nos lança uma série de dados avassaladores que mostramos a seguir:

• As doenças diarreicas causadas por vírus, bactérias, protozoários e outros parasitas matam 525.000 crianças anualmente.
• Em países de baixa renda, são a segunda causa mais comum de morte; perdendo apenas para infecções respiratórias.
• 1 em cada 10 pessoas no mundo tem uma doença transmitida por alimentos (FTB) com sintomas de diarréia a qualquer momento.
• Esses distúrbios causam a perda de mais de 33 milhões de anos de vida saudável.
• Bebês com diarréia prolongada podem apresentar retardo considerável no crescimento e desenvolvimento.

Um episódio de diarreia, definido como três ou mais evacuações líquidas em 24 horas, pode ter efeitos devastadores nas crianças. Além disso, também pode causar sérios danos em adultos.

3. Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)

De acordo com a revista The Pharmacist, ela é definida como uma sensação de queimação, picada ou fogo que surge no estômago e pode se espalhar para a garganta e o esterno. Este é um sintoma também conhecido pela população em geral como azia, que pelo menos 40% dos adultos experimentam uma vez por mês.

Quando esse sintoma – caracterizado pelo aumento de ácidos estomacais no esôfago – ocorre mais de duas vezes por semana, é hora de começar a suspeitar de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). É uma patologia bastante difundida que, segundo o American Gastroenterological Act, afeta 10-20% da população ocidental.

Alguns dos sintomas que a caracterizam são os seguintes:

• Sensação de queimação no peito que geralmente ocorre após as refeições e aparece principalmente à noite, quando o indivíduo está deitado.
• Dor no peito.
• Dificuldade para engolir.
• Regurgitação de alimentos ou líquidos ácidos.
• Sensação de nó na garganta.

4. Úlcera péptica

Segundo fontes já citadas, úlcera péptica é definida como uma ferida aberta ou ferida na mucosa do estômago ou intestino. Pode ser gástrica ou duodenal.

Conforme indicado por alguns estudos, o número de novos casos anuais desta patologia é de 0,1-0,3% da população geral. Infelizmente, as pessoas infectadas com a bactéria Helicobacter pylori aumentam em seis vezes as chances de desenvolvê-la, chegando a um risco de até 20% de desenvolver úlceras ao longo da vida.

Mais de dois terços da população mundial estão infectados com esta bactéria, mas quase todos nós somos assintomáticos. Em alguns casos específicos, esse microrganismo pode causar úlcera no paciente, entre outras condições mais graves, como o câncer. Alguns dos sinais mais comuns desta patologia são os seguintes:

• Dor abdominal.
• Sensação de saciedade e dificuldade para beber a quantidade habitual de líquidos.
• Vômito.
• Fezes escuras.
• Fadiga e perda de peso.

5. Diverticulose e diverticulite

Vamos tratá-los como uma entidade única, pois uma é consequência da outra. O aparecimento de pequenas bolsas no cólon ou no intestino grosso —chamadas divertículos— é chamada de diverticulose e, segundo o portal Aegastro, atingem até 50% da população com mais de 50 anos.

A maioria dos pacientes com divertículos não apresenta sintomas, mas quando ficam inflamados ou infectados dão lugar à diverticulite, uma patologia muito mais perceptível. Manifesta-se com dor abdominal do lado esquerdo, vómitos, obstipação, diarreia, febre, cólicas e calafrios. Nestes casos, o tratamento geralmente é necessário.

6. Câncer de estômago

Embora seja menos comum que seu companheiro, o câncer colorretal, a oncologia gástrica também ganha um lugar na lista. Segundo o portal Cáncer.net, mais de 27.000 pessoas são diagnosticadas anualmente apenas nos Estados Unidos.

Infelizmente, a taxa de sobrevivência de cinco anos após a detecção desse tipo de câncer é de apenas 31%. Isso porque, na maioria dos casos, os tumores malignos são identificados depois de se espalharem para outras partes do corpo.

Os sintomas gerais do câncer de estômago podem ser resumidos da seguinte forma:

• Pouco apetite.
• Perda de peso não intencional.
• Dor abdominal vaga e desconforto, geralmente acima do umbigo.
• Náuseas e vômitos.
• Sangue nas fezes.

Doenças gastrointestinais ligadas ao estilo de vida

Como pudemos observar nestas linhas, as doenças gastrointestinais são múltiplas e podem se manifestar de várias formas, desde a perda de peso involuntária até o súbito aparecimento de fezes com sangue. Diante de qualquer um desses sinais clínicos, é fundamental consultar um especialista rapidamente.

Embora tenhamos coberto algumas das doenças gastrointestinais mais comuns, deixamos muitas outras sem resposta: doença celíaca, doença de Crohn e doença do intestino irritável, por exemplo.

Algumas dessas patologias são de causas desconhecidas ou parcialmente hereditárias, mas outras podem ser evitadas com um estilo de vida saudável. Lembre-se que o seu bem-estar físico e emocional estão ligados e que com uma boa alimentação, exercícios contínuos e abandono dos vícios, você reduz o risco de sofrer com eles.