Diferenças entre o leite A1 e o leite A2

Você sabe quais são as diferenças entre o leite A1 e o leite A2? Mostramos para você e explicamos algumas dicas de qual escolher.
Diferenças entre o leite A1 e o leite A2
Diego Pereira

Revisado e aprovado por el médico Diego Pereira.

Última atualização: 04 outubro, 2023

Hoje existe uma ampla gama de tipos de leite nos supermercados. Encontramos leite desnatado, semidesnatado, sem lactose, parcialemte sem lactose, leite vegetal e muitos outros. Muitas vezes é difícil escolher entre eles, especialmente quando você deseja priorizar seus benefícios e propriedades. Hoje ensinaremos as diferenças entre o leite A1 e o leite A2.

Como os componentes lácteos, como o leite, são alimentos essenciais em uma dieta balanceada, você deve conhecer as diferenças entre o leite A1 e o leite A2. Saber disso pode ajudar a reduzir os problemas associados à sua ingestão, como inflamações e distúrbios gastrointestinais. Mostramos como eles diferem e qual você deve comprar.

Principais diferenças entre o leite A1 e o leite A2

As diferenças entre o leite A1 e o leite A2 são microscópicas
Os tipos de leite A1 e A2 diferem na composição de algumas proteínas.

A primeira coisa que você deve saber sobre as diferenças entre o leite A1 e o leite A2 é que o tipo de produto depende da proteína presente no leite.

Como os especialistas apontam, uma delas ou ambas podem estar presentes no leite, dependendo da composição genética de cada vaca. Ou seja, um determinado tipo de vaca produz leite com a proteína A1 (A1 beta-caseína) e outro tipo com a proteína A2 (A2 beta-caseína).

As proteínas diferem umas das outras em estrutura devido a uma substituição de aminoácidos na posição 67. A proteína beta-caseína A1 contém um resíduo de histidina nessa posição (também suas variantes, como B e C).

Por sua vez, a proteína beta-caseína A2 contém um resíduo de prolina nesse local (também suas variantes, como A3 e D). A alteração do aminoácido na proteína A1 faz com que durante sua decomposição seja gerado o peptídeo BCM-7 (beta-caseína morfina).

Estudos e pesquisas descobriram que esse peptídeo (gerado após a ingestão do leite A1) reduz a frequência e a amplitude das contrações intestinais em ratos. Da mesma forma, sabe-se que aumenta a secreção de muco intestinal e há evidências de que suprime a proliferação de linfócitos.

Todas essas consequências levaram muitos a acreditar que muitos casos de intolerância à lactose são, na verdade, uma reação à degradação desse peptídeo.

Há também evidências que relacionam o consumo excessivo de leite A1 com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Da mesma forma, os autores o associaram a uma maior prevalência de diabetes tipo 1.

Apesar de tudo isso, os pesquisadores ainda estão debatendo quais são os verdadeiros efeitos nocivos e benefícios de escolher um tipo de proteína ou outro em humanos. O debate não está encerrado e lembre-se de que nem todos reagem da mesma forma a elas durante o consumo.

Qual é o melhor leite para você?

As diferenças entre o leite A1 e o leite A2 são pequenas
A escolha do tipo de leite depende muito do gosto de cada pessoa e de como o seu consumo a afeta.

O que foi dito acima pode ter parecido muito técnico para você, então o que realmente importa é qual é o melhor leite para você. Já mencionamos que não há consenso entre os especialistas, então você tem a última palavra. Certamente, algumas pessoas respondem melhor ao beber leite A1, enquanto outras se sentem confortáveis com A2.

Em geral, se você tiver dificuldades gastrointestinais ao beber leite, pode optar pelo tipo A2. Durante sua decomposição, as sequelas típicas, como inchaço, dor de estômago ou diarreia, não aparecerão. Do ponto de vista do valor nutricional, não há grandes diferenças entre o leite A1 e o leite A2, portanto você não está comprometendo sua dieta no processo.

A proteína A1 é encontrada no leite das raças de vacas Ayrshire, British Shorthorn, Holstein e Fresian. Ou seja, naquelas provenientes do norte da Europa. Já a proteína A2 é encontrada no leite das raças de vacas Charolês, Guernsey, Jersey e Limousin. Em geral, os que vêm do sul da França e das Ilhas do Canal.

Para concluir, lembre-se de que a presença de ambas as proteínas no leite é totalmente natural. A proteína A2 está presente no leite há milênios, e somente após uma mutação recente e fortuita que muitas vacas manifestaram a proteína A1.

Lembre-se também de que a empresa The a2 Milk Company detém o monopólio do leite com proteína A2 e se encarrega de promover seu produto por meio de estudos e publicidade. Faça sua escolha com base nessas informações e lembre-se de que existem alternativas vegetais disponíveis no mercado.



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