Como a dermatite de contato é diagnosticada?
O diagnóstico de dermatite de contato pode ser direto em alguns casos. Principalmente se o gatilho for identificado (planta venenosa, produto de limpeza ou tinta, por exemplo). No entanto, em outros casos, pode ser necessário examinar mais detalhadamente antes de confirmar ou descartar a condição.
A dermatite de contato é um tipo de reação que qualquer pessoa pode experimentar em algum momento da vida, independentemente do sexo, idade ou estilo de vida. Felizmente, a maioria dos casos é leve e desaparece por conta própria em cerca de 3 semanas.
Mas como você sabe se é dermatite de contato e não outro tipo de doença de pele? Vamos ver os detalhes abaixo.
Autoavaliação
Prestando atenção nas causas, no local da reação, nos sintomas, na duração e na evolução, muitas pessoas podem chegar sozinhas ao diagnóstico de dermatite de contato. Por exemplo, se depois de usar uma joia você sentiu desconforto bem na área onde o contato foi direto (vermelhidão, coceira, inflamação leve), pode ter experimentado uma forma de dermatite de contato.
Embora as joias (devido ao seu conteúdo de níquel) sejam um gatilho frequente, algumas plantas, produtos de limpeza, higiene e cosméticos também o são. Saber sobre esses gatilhos é útil ao fazer uma autoavaliação em casa.
Por outro lado, é útil considerar se há histórico de dermatite de contato ou alergia na família. Isso porque se considera que quem tem parentes com esse tipo de problema tem maior probabilidade de vivenciar – em algum momento da vida – algum tipo de reação.
Se os sintomas persistirem e piorarem com o tempo, será essencial consultar um médico para receber o tratamento mais adequado.
Exames laboratoriais para o diagnóstico de dermatite de contato
Embora em muitos casos a dermatite de contato seja um problema temporário que se resolve por conta própria, em outros casos pode demorar mais. Isto gera dúvidas sobre o diagnóstico. Então, dependendo da gravidade dos sintomas, alguns exames de laboratório são considerados.
Não existe um teste único para diagnosticar a dermatite de contato irritante. No entanto, quando há suspeita de dermatite de contato alérgica, testes cutâneos de alergia, como o teste de contato, podem ser usados.
O True Test ® é um teste aprovado pela Food and Drug Administration ( FDA ) dos EUA. É usado para o diagnóstico de dermatite alérgica de contato. O diagnóstico definitivo requer um resultado positivo no teste, mas não só isso, deve haver também um histórico de dermatite.
Diagnóstico diferencial
Existem muitos problemas que causam erupções cutâneas e reações semelhantes à dermatite de contato. Portanto, quando houver dúvidas se a reação que o paciente apresenta pode ser uma dermatite de contato ou outro problema de saúde, será utilizado o diagnóstico diferencial.
O médico deve considerar se a reação é decorrente de uma infecção (sistêmica ou cutânea), outra forma de dermatite (seborreica, atópica, disidrótica, herpetiforme ), psoríase ou micose fungóide. A biópsia ou cultura de pele pode ser útil nesse tipo de suspeita.
Tanto no momento da autoavaliação quanto na consulta médica, deve-se levar em consideração que, se outras pessoas que moram na casa apresentarem a mesma reação, é provável que não seja dermatite de contato. A dermatite de contato não é contagiosa.
Claro, se duas ou mais pessoas tiveram contato com uma planta venenosa (no trabalho ou em uma caminhada ao ar livre) e ambas tiveram a mesma reação, pode ser dermatite de contato. Na entrevista, o médico poderá obter dados que permitem especificar o diagnóstico.
Conforme indicado em um estudo intitulado “A biópsia de pele: bases fundamentais. Parte I” :
“A biópsia ocupa um lugar central no diagnóstico médico, especialmente na dermatologia, pela facilidade de acesso ao órgão estudado e pelas valiosas informações obtidas nos exames histopatológicos”.
Na mesma fonte, explica-se que a biópsia é um procedimento útil para o especialista, pois permite apoiar a suspeita clínica e facilitar o diagnóstico correto da dermatite de contato. Bem como exclui dermatose, psoríase vulgar, pitiríase rubra pilar, dermatite seborreica, dermatite atópica e micose fungóide.
Diagnosticar dermatite atópica ajuda a agir
Mesmo quando é possível chegar ao diagnóstico de dermatite de contato por conta própria e ela se resolve em um curto espaço de tempo, é preciso ter cautela e observar a evolução da reação. Ter a precisão sobre a condição permitirá eliminar os agentes associados ao transtorno.
Reduzir a exposição a alérgenos é uma solução viável na maioria dos casos. Quando o contato não pode ser evitado por motivos de trabalho, outras medidas são aplicadas. De qualquer forma, esta etapa só é considerada com um diagnóstico adequado.
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