Câncer de mama: tudo que você precisa saber
As doenças oncológicas estão entre o grupo de patologias mais temido. Uma das doenças malignas mais comuns em mulheres é o câncer de mama. Aparece devido à proliferação anormal e descontrolada das células da glândula mamária, que pode ser fatal.
A incidência desta doença aumentou nos últimos anos. Na verdade, estudos afirmam que é responsável por até 25% de todos os cânceres em mulheres. Pode afetar pessoas de qualquer idade, até mesmo homens.
Hoje, existem muitos testes diagnósticos que permitem a identificação precoce do câncer. O diagnóstico nas fases iniciais melhora o prognóstico consideravelmente.
Sintomas de câncer de mama
Um dos sintomas mais comuns da doença é a presença de um nódulo na mama afetada ou na região axilar. O tumor geralmente é sólido, indolor, imóvel, com bordas irregulares e de tamanho variável, dependendo do estágio em que se encontra.
Em alguns casos, pode causar alterações na mama afetada que são mais evidentes do que o próprio nódulo. Nesse sentido, a mulher deve estar atenta às seguintes manifestações:
- Mudanças no tamanho ou formato da mama.
- Aparecimento de pequenas covinhas na pele da mama, semelhantes à casca da laranja.
- Retração ou inversão do mamilo.
- Expulsão de secreções anormais pelo mamilo.
- Vermelhidão e descamação do complexo mamilo-aréola.
- Ulceração da mama.
Todas essas manifestações podem surgir nos estágios mais avançados da doença e nos tipos de câncer mais agressivos. É de vital importância buscar atendimento médico na presença de qualquer um dos sintomas descritos.
Tipos de câncer de mama
A glândula mamária possui diversos lóbulos onde o leite materno é produzido e com dutos responsáveis por transportá-lo até o mamilo. Em termos gerais, o câncer de mama pode ser dividido em 2 grupos, de acordo com a parte da glândula afetada. As principais formas de apresentação são o carcinoma ductal e o carcinoma lobular.
O carcinoma ductal é aquele que se encontra nos ductos lactíferos, ou seja, nos responsáveis pelo transporte do leite materno. Por outro lado, o carcinoma lobular aparece quando as células dos lóbulos mamários são afetadas. Ambos os carcinomas podem ser divididos em in situ e invasivos.
Vários estudos mostram que o carcinoma ductal invasivo é o tipo mais comum, representando entre 60% e 80% de todos os casos. Pode ser agressivo e de crescimento rápido.
Dentre as formas menos frequentes de apresentação do câncer de mama, destacam-se:
- Câncer de mama triplo negativo.
- Câncer de mama inflamatório.
- Doença de Paget.
- Angiossarcoma.
- Tumor filodes.
Causas e fatores de risco
Infelizmente, as causas do câncer de mama ainda não foram determinadas. Acredita-se que a ação dos estrogênios no tecido mamário possa favorecer o aparecimento do tumor.
Sabe-se que o câncer de mama está ligado a uma série de fatores de risco. Muitos deles estão relacionados a um estilo de vida pouco saudável, portanto podem ser modificados.
Outros fatores são imutáveis. Uns dos mais importantes é a mutação nos genes BRCA 1 e BRCA 2. Estudos mostram que essas mutações são encontradas em até 10% de todos os casos de câncer detectados em todo o mundo.
Por outro lado, outros fatores de risco que devem ser levados em consideração são os seguintes:
- Ser mulher e ter mais de 45 anos.
- Ser obeso ou com sobrepeso.
- Menarca precoce ou menopausa tardia.
- Receber terapia de reposição hormonal durante a menopausa.
- Consumir bebidas alcoólicas.
- Não ter filhos ou amamentar.
- Ter histórico pessoal ou familiar de câncer de mama.
Diagnóstico de câncer de mama
O médico deve fazer um questionamento e um exame físico completo para determinar os sinais e sintomas da doença. O especialista também deve observar a mama afetada e palpar para ver se há um nódulo anormal.
Apesar de tudo, o diagnóstico definitivo do câncer de mama é obtido após a realização de um exame de imagem e uma biópsia. A imagem mais utilizada para detecção da doença é a mamografia. Ela usa raios-X de baixa dosagem para obter uma imagem do tecido mamário e estudar o tumor.
Outros exames de imagem que podem ser úteis são a ultrassonografia da mama e a tomografia computadorizada. Uma vez determinada a presença de um tumor com sinais de malignidade, o especialista indicará uma biópsia. Esse procedimento consiste na retirada da lesão ou de uma amostra dela para seu estudo ao microscópio.
As biópsias fornecem informações mais detalhadas sobre a doença e seu estágio. Desta forma, realizá-la é fundamental para decidir a terapia.
Tratamento
A principal opção terapêutica no combate ao câncer de mama é um procedimento cirúrgico que envolve a retirada da glândula mamária. O procedimento em questão é conhecido como mastectomia e pode ser radical ou parcial. Na mastectomia radical, toda a glândula será removida, enquanto na mastectomia parcial, apenas o tecido afetado e uma porção circundante são removidos.
Alguns tipos de câncer de mama podem se espalhar através dos gânglios linfáticos, então o estudo do linfonodo sentinela é feito durante a operação. O linfonodo onde a área afetada drena é analisado para metástases. Este estudo é muito confiável e pesquisas mostram que ele é 98% preciso.
Por outro lado, o uso de quimioterapia e radioterapia também pode ser útil no tratamento da doença. Ambos os procedimentos reduzem o tamanho do tumor antes de realizar uma mastectomia. Além disso, atendem nos estágios mais avançados.
Existem outras técnicas terapêuticas para o câncer de mama, incluindo terapia direcionada, imunoterapia e terapia hormonal. No entanto, sua aplicação dependerá das características particulares do tumor.
Prevenção do câncer de mama
Infelizmente, não existe um método 100% eficaz para prevenir o câncer de mama. No entanto, sua probabilidade de ocorrência pode ser reduzida. É importante lembrar que a doença está associada a múltiplos fatores de risco, dependendo do estilo de vida.
Recomenda-se levar um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada e realizar algum tipo de atividade física. Também é possível seguir as seguintes recomendações:
- Perder peso.
- Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas.
- Deixar de fumar.
- Não receber terapia de reposição hormonal após a menopausa.
- Ter filhos e amamentar.
Por outro lado, também é recomendável que as mulheres façam o autoexame das mamas todos os meses. Isso permitirá detectar precocemente qualquer tumor anormal. Deve ser feito entre 5 e 7 dias após a menstruação.
Uma doença que geralmente tem um bom prognóstico
O câncer de mama é uma patologia oncológica sofrida por milhões de pessoas em todo o mundo. Apresenta bom prognóstico quando diagnosticado em seus estágios iniciais. A maioria das pessoas pode ser completamente curada se o tumor for pequeno.
Por outro lado, o diagnóstico em estágios avançados está associado à baixa expectativa de vida, principalmente se houver metástase para órgãos distantes. Nesse sentido, é imprescindível consultar o médico imediatamente na presença de qualquer anormalidade nas mamas.
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