8 sinais que indicam altos níveis de cortisol
Antes de contar quais são os 8 sinais que indicam altos níveis de cortisol, é importante que você saiba de onde vem esse hormônio. Ele é produzido no córtex das glândulas adrenais e participa de importantes processos do organismo, principalmente os relacionados ao sistema imunológico.
Também é conhecido como o hormônio do estresse. O corpo aumenta sua secreção em situações estressantes para nos ajudar a ficar calmos e alertas, liberando glicose e lipídios. No entanto, essa mesma ação suprime o sistema imunológico, deixando-nos vulneráveis a possíveis infecções.
O desequilíbrio dos níveis normais deste hormônio pode até afetar a pressão arterial, o metabolismo de gorduras e proteínas, desestabilizar os níveis de açúcar no sangue e causar problemas de fertilidade. Esses sintomas estão associados à síndrome de Cushing, um distúrbio causado por altos níveis de cortisol.
O que causa altos níveis de cortisol?
Já mencionamos que o estresse é um dos fatores que leva ao aumento da secreção desse hormônio. Também descobrimos que exercícios excessivos, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, ingestão de esteróides, depressão grave e problemas relacionados a distúrbios adrenais, no hipotálamo ou na hipófise, podem aumentar sua produção.
Durante a gravidez, especificamente nas últimas semanas de gestação, a placenta produz o hormônio CRH, que aumenta os níveis de cortisol no organismo. No entanto, não foi determinado que isso afeta o bebê ou a mãe.
É importante ressaltar que o hormônio é liberado pelo corpo em diferentes momentos do dia. Ou seja, está alinhado com o ciclo circadiano. Assim, durante a noite os níveis são mais baixos, aumentando ao acordar.
Os 8 sinais que indicam altos níveis de cortisol
Levando em conta que o cortisol é importante para o bom funcionamento do corpo, seu organismo pode estar dando diversos sinais que indicam um desequilíbrio desse hormônio. É importante prestar atenção e procurar ajuda médica se houver suspeita da condição.
1. Ganho de peso
O ganho de peso, especialmente em áreas como ombros, tórax e costas, pode indicar que há altos níveis de cortisol no corpo. Isso ocorre porque o hormônio controla o metabolismo de lipídios, proteínas e carboidratos.
Além disso, o excesso de cortisol no organismo leva à ingestão de alimentos com alta densidade energética, que podem ultrapassar o gasto energético. Outros estudos mostraram que a frutose no cérebro estimula a liberação de cortisol, levando à resistência à insulina e ganho de peso.
2. Problemas de pele
Altos níveis de cortisol também afetam a pele. A fragilidade e magreza da derme é um sinal de aumento desse hormônio, que produz o aparecimento de estrias roxas. Esta condição afeta a área abdominal e as nádegas.
Os hematomas também podem aparecer ao menor impacto ou trauma em qualquer parte do corpo. Por sua vez, o rosto fica oleoso, com acne. Alopecia, ou seja, queda de cabelo, também é comum, assim como o efeito contrário, com aumento dos pelos faciais.
3. Distúrbios musculoesqueléticos
A síndrome de Cushing pode levar à absorção intestinal prejudicada e à reabsorção renal de cálcio, o que pode levar a problemas ósseos, como a osteoporose. Esta doença afeta a estrutura dos ossos e os coloca em alto risco de fratura.
Também pode desencadear atrofia muscular, uma condição que faz com que o tamanho do músculo diminua. O resultado final é a perda de força.
4. Irritabilidade e ansiedade
Níveis elevados de cortisol levam a alterações psicológicas. Verificamos, então, que irritabilidade, ansiedade e depressão são sintomas claros disso. A ansiedade pode levar os pacientes a experimentar mudanças de humor sem motivo aparente.
Aqueles que foram diagnosticados com a doença de Cushing geralmente experimentam irritabilidade constante. Até diminuição da libido e ataques de pânico. Por isso, o acompanhamento de um psicólogo é fundamental para superar esses estados.
5. Hipertensão
Outro sinal que indica altos níveis de cortisol é a hipertensão arterial, que pode estar associada ao aparecimento de um tumor hipofisário. Também o tratamento da síndrome de Cushing e o uso de medicamentos corticosteróides podem causar seu aparecimento, no que é conhecido como hipertensão secundária.
6. Afetações do sistema imunológico
O maior impacto do cortisol no sistema imunológico ocorre em resposta a uma situação de estresse. Quando há algo que gera essa sensação em nós, o hipotálamo envia sinais para a hipófise para que ela ative as glândulas adrenais através do hormônio ACTH. Em seguida, o cortisol e a adrenalina são liberados.
Quando o cortisol é secretado em grandes quantidades, os leucócitos (glóbulos brancos) sofrem alterações que afetam sua tarefa. Há também redução da ação das citocinas.
7. Insônia
Como mencionamos no início deste artigo, a secreção de cortisol está alinhada com o ciclo circadiano. As maiores taxas de liberação ocorrem durante o dia e caem à noite para descansar. Assim, quando os níveis do hormônio permanecem elevados, ocorre a insônia, ou seja, a incapacidade de dormir.
Mesmo que os níveis hormonais permaneçam altos, a falta de sono fará com que você se sinta cansado. Também pode levar a pessoa a sentir estresse ou ansiedade por não conseguir dormir. Isso pode afetar ainda mais o desequilíbrio hormonal.
8. Infertilidade
As dificuldades de fertilidade em homens e mulheres às vezes estão associadas a altos níveis de cortisol. As mulheres param de ovular e seus ciclos menstruais se tornam irregulares. Enquanto os homens diminuem a concentração de esperma.
Isso se deve ao impacto do cortisol na hipófise e no hipotálamo, responsáveis pela produção de hormônios como o FSH, que estimula a secreção de estrogênio; LH, que estimula a ovulação feminina; testosterona masculina e hormônio estimulante da tireoide, ou TSH.
Como diminuir os níveis elevados de cortisol?
Se você acha que está experimentando um ou mais dos sinais que indicam altos níveis de cortisol, é necessário procurar atendimento médico. Também é possível realizar algumas atividades que complementam o tratamento recomendado de acordo com o caso específico. Algumas recomendações são as seguintes:
- Reduzir os níveis de estresse: para isso, procure ajuda psicológica e dedique um tempo para fazer uma atividade que lhe dê tranquilidade.
- Evite o consumo de cafeína: um dos sinais que indicam altos níveis de cortisol é a insônia. Portanto, evite consumir esses tipos de bebidas para não agregar mais fatores que impeçam o seu corpo de descansar.
- Procure dormir bem: evite se distrair com aparelhos eletrônicos quando não estiver com sono, pois o hormônio pode fazer com que você seja mais ativo à noite e atrapalhar seus ciclos de descanso. Procure alternativas que o ajudem a dormir.
- Faça atividade física: além de te proporcionar bem-estar, o exercício pode ajudar a manter os níveis de cortisol equilibrados.
- Manejo del estrés, efectos del estrés y cómo sobrellevarlos. Sociedad de Lucha contra la Leucemia y el Linfoma – LLS. Disponible en: https://www.lls.org/sites/default/files/National/USA/Pdf/Publications/PS92S_SP_Managing_Stress2019.pdf
- Araya Verónica, Q. Trastornos de la glándula suprerrenal: diagnóstico y tratamiento. Revista Médica Clínica Las Condes.Volume 24, Issue 5, September 2013, Pages 768-777. Disponible en: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0716864013702220
- R M Buijs, C G van Eden, V D Goncharuk and A Kalsbeek. CIRCADIAN AND SEASONAL RHYTHMS
The biological clock tunes the organs of the body: timing by
hormones and the autonomic nervous system. Disponible en: https://pdfs.semanticscholar.org/8de7/7fd1126a871a58606b3e506bab30ad640c02.pdf - René Baudrand, Eugenio Arteaga, Manuel Moreno. El tejido graso como modulador endocrino: cambios hormonales asociados a la obesidad. Rev Med Chile 2010; 138: 1294-1301. Disponible en: https://scielo.conicyt.cl/pdf/rmc/v138n10/art%2015.pdf
- DiNicolantonio JJ, Mehta V, Onkaramurthy N, O’Keefe JH. Fructose-induced inflammation and increased cortisol: A new mechanism for how sugar induces visceral adiposity. Prog Cardiovasc Dis. 2018 May-Jun;61(1):3-9. doi: 10.1016/j.pcad.2017.12.001. Epub 2017 Dec 8. PMID: 29225114.
- Guía educativa para pacientes con síndrome de Cushing. Disponible en: https://www.orpha.net/data/patho/Pub/es/GuiaSindromeCushing.pdf
- Sosa Henríquez, M., Mirallave Pescador, A., González Rodríguez, E., González Padilla, E., Groba Marco, M. García Santana, S. La osteoporosis inducida por corticoides. Rev Osteoporos Metab Miner 2010;2 (Supl 2): S32-S39. Disponible en: http://revistadeosteoporosisymetabolismomineral.com/pdf/articulos/92010020200320039.pdf
- Hipertensión secundaria. Mayo Clinic. Disponible en: https://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/secondary-hypertension/symptoms-causes/syc-20350679
- Guía de insomnio. Disponible en: https://www.ses.org.es/docs/guia-de-insomnio-2016.pdf
- Campagne, Daniel. (2002). Psiconeuroendocrinología de la Infertilidad. Boletin de la sociedad española de fertilidad. Disponible en: https://www.researchgate.net/publication/221680341_Psiconeuroendocrinologia_de_la_Infertilidad/citation/download