As 4 doenças nutricionais mais comuns

É importante garantir hábitos de vida adequados para evitar o desenvolvimento de doenças nutricionais. Essas patologias crônicas podem condicionar o estado de saúde para o resto da vida.
As 4 doenças nutricionais mais comuns
Saúl Sánchez

Escrito e verificado por el nutricionista Saúl Sánchez.

Última atualização: 24 abril, 2023

Existem certas doenças nutricionais que são produzidas a partir de uma ineficiência na contribuição de substâncias. A seguir, contaremos quais são as mais importantes e o que você pode fazer para evitar que apareçam.

Lembre-se de que, para evitar situações desse tipo, o melhor é preparar um cardápio saudável e variado. Ainda assim, por vezes pode ser necessário incluir um suplemento alimentar na dieta habitual para maximizar o aporte de determinado nutriente.

4 doenças nutricionais mais comuns

Vamos ver as 4 doenças nutricionais mais frequentes, suas causas e consequências.

1. Anemia

A anemia é uma patologia caracterizada pela ineficiência no transporte de oxigênio pelo sangue. Essa molécula não chega aos tecidos nas quantidades necessárias, o que causa cansaço e fadiga crônicos. O metabolismo e as reações fisiológicas pelas quais a energia é obtida veem seu funcionamento alterado.

Esta doença nutricional pode ser causada por dois fatores diferentes: falta de ferro ou falta de vitamina B12 na dieta. Além disso, existem certos componentes genéticos, mas vamos nos concentrar nos estritamente dietéticos.

A anemia ferropénica é aquela que se origina de uma deficiência de ferro, conforme afirma um estudo publicado na revista The Medical Clinics of North America . Essa situação é revertida por meio do aumento da ingestão do mineral, seja por meio de suplementos ou por via endovenosa nos casos mais graves.

Paralelamente, a anemia megaloblástica surge quando a dieta é deficiente em vitamina B12, nutriente presente em alimentos de origem animal. Em tal situação, gera-se uma série de problemas na diferenciação das hemácias, conforme detalham várias investigações.

Alimentos com ferro para prevenir a anemia.
A falta de ferro na dieta pode levar à anemia ferropénica.

2. Osteoporose

A osteoporose é uma doença característica em mulheres que já passaram da menopausa. Apresenta descalcificação progressiva do tecido ósseo, o que aumenta o risco de fraturas. É uma patologia que condiciona os hábitos de vida, pois qualquer pequeno trauma pode causar um problema grave.

Esta doença nutricional pode ser causada por uma ingestão ineficiente de cálcio e vitamina D durante a adolescência e a idade adulta. Após a menopausa, ocorre uma série de alterações hormonais que precipitam a perda de cálcio ao nível dos ossos. Se a ingestão de minerais em épocas anteriores não foi correta, o problema se torna mais agressivo.

Apesar de ser uma patologia crônica, existem alguns tratamentos que são eficazes. É claro que o mais adequado seria a prevenção.

No entanto, a suplementação de vitamina D, uma vez iniciado o processo de descalcificação, provou ser eficaz na redução da gravidade e da velocidade com que o problema progride. É conveniente combiná-la com cálcio para tornar o tratamento mais eficaz.

3. Doenças cardiovasculares

A maioria das patologias cardiovasculares tem um importante componente dietético, razão pela qual podem ser consideradas doenças nutricionais. Os hábitos de vida determinam o seu desenvolvimento ou não, apesar de também haver um componente genético.

Um fornecimento correto de nutrientes e uma dieta bem balanceada previnem o desenvolvimento dessas patologias. Nesse sentido, o fornecimento regular de lipídios insaturados consegue modular a inflamação e reduzir a incidência desse problema, conforme confirmado por pesquisa publicada no The Cochrane Database of Systematic Reviews .

É essencial limitar o consumo de alimentos ricos em açúcares simples ou gorduras trans. Ambos são considerados inflamatórios. Além disso, são capazes de alterar o perfil lipídico e promover a formação de placas ateroscleróticas no sangue.

No caso de você já ter sido diagnosticado com uma patologia desse tipo, um possível tratamento pode consistir na suplementação com ômega 3 e vitamina D, além de fazer alguns ajustes na dieta. Essas mudanças no regime nutricional devem estar alinhadas com a farmacologia pertinente.

Por outro lado, vale ressaltar a necessidade de praticar exercícios físicos de forma regular. Isso reduz o risco de complicações.

4. Diabetes

O diabetes é uma das doenças nutricionais por excelência. Consiste numa alteração da função pancreática que se traduz em problemas na secreção ou utilização da insulina. Existem dois tipos: um de início precoce (tipo 1) e outro da idade adulta (tipo 2). Vamos nos concentrar no segundo.

Um dos fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes é uma dieta pobre. Um excesso no consumo de açúcares simples pode gerar picos de glicemia, o que se traduz em estresse pancreático que afeta a saúde metabólica.

Por esse motivo, a redução da ingestão de carboidratos por meio da dieta tem sido associada a um menor risco de adoecimento. Isso é evidenciado por um estudo publicado na Expert Review of Endocrinology & Metabolism. De fato, existem vários artigos que defendem a implementação de uma dieta cetogênica.

Apesar de ser uma patologia crônica, a supressão de carboidratos parece uma estratégia eficaz para controlar a glicemia uma vez que o problema se desenvolveu. O que também está claro é que o exercício é capaz de prevenir o desenvolvimento da patologia, além de melhorar seu curso. Há evidências de que a atividade física contribui para a redução da resistência à insulina.

Prevenir doenças nutricionais é fundamental

Todas as doenças nutricionais que explicamos se caracterizam por apresentar um denominador comum: podem ser prevenidas. Para isso, basta adaptar o padrão alimentar e mantê-lo ao longo da vida, garantindo hábitos corretos constantemente.

É importante garantir o consumo regular de todos os nutrientes essenciais, mas também evitar substâncias consideradas tóxicas para o organismo, como o tabaco e o álcool.

Da mesma forma, é essencial praticar exercício físico diariamente. O trabalho de força estimula a hipertrofia muscular e reduz o risco de patologias metabólicas. O treinamento de resistência aumenta a funcionalidade e a eficiência do sistema cardiovascular.

Pode ser prescrita a suplementação com certas substâncias que demonstraram eficácia para melhorar o estado de saúde. Estamos falando de certos antioxidantes, vitamina C e melatonina. Todos esses nutrientes têm a capacidade de modular os estados inflamatórios do organismo.

Deve-se levar em conta que muitas das patologias mencionadas estão relacionadas à inflamação e à oxidação. Controlar ambos os processos é fundamental para garantir a prevenção.

Rejeição de pastéis e açúcares.
O excesso de açúcares pode promover estados metabólicos patológicos, pelo que se recomenda regular sua ingestão.

Cuidado com os aditivos

Além de substâncias tóxicas como tabaco e álcool, existem aditivos alimentares que podem aumentar o risco de desenvolvimento dessas patologias. Um exemplo são os nitritos e alguns tipos de aminas. Mesmo certos adoçantes produzem alterações na microbiota intestinal.

Nesse sentido, é mais adequado propor uma dieta baseada no consumo de alimentos frescos. Quanto menos alimentos ultraprocessados aparecerem na dieta, melhor. Legumes e peixes sempre devem ser priorizados, sendo importante também fornecer gorduras de alta qualidade.

As doenças nutricionais são um problema de saúde pública

As doenças nutricionais caracterizam-se por serem causadas por uma alimentação inadequada, bem como pelo desenvolvimento de hábitos de vida pouco saudáveis. Corrigir as ineficiências alimentares e o consumo de tóxicos é um ponto de virada quando se trata de preveni-las.

Vale ressaltar a necessidade de aumentar o consumo de determinados nutrientes com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, pois modulam as reações fisiológicas que ocorrem no organismo humano. É importante incluir vegetais na dieta e garantir a ingestão ideal de micronutrientes.

Não se esqueça que muitas destas patologias são de natureza crónica, pelo que não têm cura definida. Até mesmo seu tratamento pode ser problemático. Por isso, convém incutir a necessidade de desenvolver bons hábitos desde as primeiras fases da vida.

Lembre-se de consultar um profissional se tiver dúvidas sobre a qualidade da sua dieta. Desta forma, você pode obter uma diretriz personalizada adaptada às suas necessidades, o que será ideal.



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