Meningite
A meningite consiste na inflamação das membranas que recobrem o cérebro, conhecidas pelo nome de meninges, e do líquido que ocupa o espaço entre elas, o líquido cefalorraquidiano. Normalmente, essa doença se desenvolve a partir de uma infecção.
Qualquer germe que infecte o corpo pode causar meningite. Enquanto as meningites causadas por vírus são benignas, as mais graves são as causadas por bactérias. Entre todas as bactérias, o pneumococo e o meningococo são responsáveis por mais da metade das meningites agudas na Espanha.
Qualquer pessoa pode pegar meningite, mas a frequência da doença é especialmente alta em crianças e pessoas com sistema imunológico enfraquecido. Nos países desenvolvidos, a meningite bacteriana afeta cerca de 3 pessoas a cada 100.000 habitantes por ano.
Como ocorre a meningite?
As infecções virais são sua causa mais comum. As bacterianas ocupariam a segunda posição e, por fim, vêm as infecções fúngicas. Como vimos, as infecções bacterianas são fatais. Por isso é fundamental identificar sua causa.
Além das infecções por germes, a meningite também pode ser causada por causas não infecciosas. Alguns gatilhos são reações químicas, alergias a certos medicamentos, alguns tipos de câncer e reações inflamatórias.
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A seguir, classificaremos a meningite de acordo com sua causa.
Meningite bacteriana
Essa infecção ocorre quando a bactéria passa para o sangue e atinge o cérebro e a medula espinhal. Também pode ocorrer quando as bactérias invadem as meninges diretamente.
Essa situação pode surgir quando o paciente sofre uma infecção de ouvido ou sinusite, uma fratura de crânio ou após uma intervenção cirúrgica.
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Confira a seguir as cepas mais comuns que desencadeiam a meningite:
Streptococcus pneumoniae ou pneumococo
É a causa mais comum da versão bacteriana em bebês, crianças pequenas e adultos. Atualmente, existe uma vacina que pode preveni-la. A meningite causada por esta bactéria ocorre com:
- Pneumonia.
- Infecções de ouvido.
- Infecções sinusais.
Neisseria meningitidis ou meningococo
Também é uma das principais causas dessa doença. Geralmente, causa uma infecção respiratória superior, mas causa meningite menigocócica quando entra na corrente sanguínea.
É uma infecção com alto grau de contágio que atinge, em maior medida, adolescentes e adultos jovens. Por se espalhar facilmente, é comum causar epidemias locais em residências estudantis. Também existe uma vacina para prevenir essa infecção.
Haemophilus influenzae
O Haemophilus influenzae tipo b foi, em determinada época, a principal causa dessa doença em crianças. Porém, graças à incorporação de novas vacinas contra essa bactéria, o número de infecções desse tipo foi reduzido consideravelmente.
Listeria monocytogenes
Essa bactéria pode ser encontrada em queijos não pasteurizados, cachorros-quentes e embutidos.
Mulheres grávidas, recém-nascidos, adultos mais velhos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido são a população mais vulnerável. Ela é capaz de atravessar a barreira placentária, de modo que a infecção em um estágio avançado da gravidez pode ser fatal para o bebê.
Meningite viral
Normalmente, esse tipo de infecção é, como mencionamos, de natureza leve e costuma desaparecer por conta própria. Os vírus responsáveis são geralmente conhecidos como “enterovírus”. As infecções por esse vírus são mais frequentes no final do verão e no início do outono.
Outros sorotipos que podem causar meningite são:
- Vírus do herpes simples.
- HIV.
- Vírus da caxumba.
Meningite fúngica
É o tipo de meningite menos comum. Uma infecção com essas características produz meningite crônica, que se manifesta em duas semanas ou mais. Os sinais e sintomas são semelhantes aos da meningite aguda, que veremos mais abaixo.
A meningite fúngica não é contagiosa e envolve risco de vida se não for tratada adequadamente com medicamentos antifúngicos.
Sintomas
Quando uma pessoa é infectada, ela pode desenvolver os primeiros sintomas de meningite entre 2 e 10 dias. Às vezes, essa doença começa com sintomas semelhantes aos da gripe. Os sintomas mais frequentes e graves são:
- Febre alta.
- Dor de cabeça severa.
- Torcicolo.
- Vômito.
- Convulsões, agitação e/ou delírio.
Como pode a meningite é diagnosticada?
Para o diagnóstico de meningite, é necessário estudar o líquido cefalorraquidiano. Para isso, deve-se fazer uma extração por meio de punção lombar. Esse processo deve ser feito o mais rápido possível porque, como vimos, a meningite pode ser uma doença altamente fatal.
Às vezes, a punção lombar é adiada até que uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética nuclear seja obtida. A análise do líquido cefalorraquidiano pode identificar o agente causador da meningite na maioria dos pacientes.
Além dessa análise, também podem ser feitos outros exames que podem auxiliar no diagnóstico. Entre eles, podemos citar:
- Exames de sangue.
- Amostras otorrinofaríngeas.
- Amostras de fezes: esse tipo de teste geralmente é necessário quando há suspeita de infecção viral.
Tratamento
Pessoas com essa doença viral tendem a se curar por conta própria. No entanto, as infecções bacterianas e fúngicas requerem tratamento.
Em relação à meningite bacteriana, o tratamento consiste em cuidados específicos no ambiente hospitalar, além da administração de um tratamento intenso à base de antibióticos. Fluidos intravenosos e medicamentos também podem ser administrados para tratar lesões associadas que podem aparecer, como edema cerebral, choque ou convulsões.
Para evitar complicações, é imprescindível o diagnóstico precoce e o pronto atendimento de um especialista.
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