Malária: sintomas, causas e tratamento
A malária é uma infecção causada por um parasita comum em países tropicais e subtropicais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano 229 milhões de pessoas são infectadas, com uma média de 409.000 mortes. A malária representa um dos grandes problemas a serem superados em países da América Latina, Ásia e África.
Os grupos mais vulneráveis são as crianças, embora todos possam ser infectados pelo parasita. A doença pode ser prevenida com a quebra da cadeia de vetores, bem como com campanhas de conscientização e medicamentos antimaláricos.
Causas da malária
A malária é causada por cinco espécies de parasitas que são transmitidos pelo mosquito Anopheles (apenas fêmeas). Porém, seguindo a OMS, dois dos agentes concentram a maioria dos casos:
- Plasmodium falciparum: responsável por 99,7% dos casos na África, 71% no Mediterrâneo Oriental, 65% no Pacífico Ocidental e 50% na região do Sudeste Asiático.
- Plasmodium vivax: responsável por infecções no continente americano, com cerca de 75% dos casos notificados anualmente.
Junto com as outras, essas espécies do parasita viajam nos mosquitos Anopheles e infectam humanos durante a picada. Como nos lembra o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, assim que entram no corpo, eles se refugiam no fígado e começam a se multiplicar rapidamente.
A reprodução dos parasitas é então liberada na corrente sanguínea, infectando as células vermelhas do sangue, multiplicando-as e destruindo-as. Eles fazem isso repetidamente até que as células mortas liberem toxinas que acionam a resposta imunológica. É neste ponto que o paciente desenvolve os sintomas da doença.
Podemos dizer que somente quando os parasitas invadem a corrente sanguínea é que as pessoas manifestam os sinais de infecção. Os patógenos podem passar até um mês no fígado se reproduzindo. Quando deixam o fígado, eles usam parte da membrana das células que infectaram para sair.
Quando um mosquito se alimenta do sangue de uma pessoa infectada, o ciclo começa novamente. Esse é o único mecanismo gerador da malária, por isso não é possível contrair a doença por outro canal.
Sintomas de malária
Como já indicamos, os sintomas da malária só ocorrem quando os parasitas invadem e destroem os glóbulos vermelhos da corrente sanguínea. Isso geralmente ocorre de algumas semanas a um mês após a infecção. Algumas espécies de Plasmodium podem durar até um ano ou mais incubando no fígado e suas manifestações são mais leves.
De acordo com a Johns Hopkins Medicine, os sintomas mais comuns são:
- Dor de cabeça.
- Febre com calafrios.
- Fadiga e dores musculares.
- Náuseas.
- Vômito.
- Diarréia.
Os sinais são idênticos aos da gripe. O desenvolvimento e a evolução são muito semelhantes, embora geralmente existam ciclos que oscilam entre 6 e 24 horas.
Algumas complicações comuns são anemia e trombocitopenia. Em casos graves, pode levar à insuficiência renal, coma, malária cerebral e morte.
Diagnóstico de malária
Os pesquisadores concordam que a malária não é uma doença fácil de identificar. A maioria dos episódios se desenvolve com sintomas leves ou moderados, portanto, podem ser confundidos com gripe. Sua detecção pode ser mais difícil em regiões não endêmicas.
A malária pode ser detectada por meio de um hemograma completo e exame microscópico por esfregaço de sangue. O primeiro é útil para avaliar as sequelas da infecção, enquanto o último permite distinguir os parasitas com o auxílio de uma amostra.
Os kits de detecção rápida são populares em certos locais. São conhecidos como testes de diagnóstico rápido e ajudam muito no combate à falta de equipamentos que possibilitem a realização dos demais exames.
Opções de tratamento
O objetivo do tratamento da malária é eliminar os parasitas do corpo e estabilizar os sintomas. A OMS fornece orientações abrangentes para lidar com a doença de acordo com o local, tipo de parasita, gravidade dos sintomas, condições prévias, idade e outros contextos especiais.
Geralmente, o uso dos seguintes medicamentos é preferido:
- Quinina.
- Doxiciclina.
- Clindamicina.
- Sulfadoxina-pirimetamina.
- Artemether-lumefantrina.
- Atovaquona-proguanil.
A cloroquina foi usada por muito tempo como o padrão para o tratamento da malária. Hoje, muitas pessoas são resistentes ao medicamento, portanto, a terapia combinada é preferida. Os pesquisadores concordam que, em países não endêmicos, a eficácia dos medicamentos tende a ser superestimada.
A malária pode ser evitada?
Existem muitas maneiras de prevenir a malária. Como a imunidade contra o parasita não se desenvolve, você pode ser infectado várias vezes se não tomar medidas preventivas após o tratamento.
A Stanford Health Care recomenda o seguinte:
- Tome a vacina se você planeja viajar para um país endêmico.
- Use mosquiteiros ao redor da cama para evitar picadas.
- Aplique repelentes de insetos na pele exposta.
- Use camisas de mangas compridas e calças compridas à noite.
Se você levar isso em consideração, reduzirá as chances de contágio no futuro. Em áreas endêmicas, sugere-se que sejam feitos planos para quebrar a cadeia de contágio de vetores.
- Guidelines for the Treatment of Malaria. 3rd ed. Geneva: World Health Organization; 2015.
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