Hiperprolactinemia: sintomas, causas e tratamento
Todas as funções do corpo humano são reguladas por uma série de substâncias chamadas hormônios. Eles permitem que o corpo se adapte a diferentes situações fisiológicas e patológicas. Porém, o aumento de sua secreção pode gerar condições como a hiperprolactinemia . Saiba mais sobre ela a seguir!
Nesse caso, o hormônio envolvido é a prolactina, que possui uma estrutura protéica e sintetizada em uma porção do cérebro chamada pituitária, especificamente na porção anterior dela. Essa substância desempenha um papel fundamental no processo da amamentação, sendo responsável por estimular a glândula mamária.
A hiperprolactinemia é definida como a “presença de níveis elevados de prolactina no sangue”, que pode ocorrer por várias causas. Este é o distúrbio endócrino mais comum do eixo hipotálamo-hipófise. A patologia em questão é muito frequente e estima-se que afete até 10% da população sem apresentar sintomatologia específica.
Sintomas de hiperprolactinemia
Essa condição endócrina pode afetar tanto mulheres quanto homens, sendo mais comum em mulheres na idade fértil, ou seja, entre 20 e 50 anos. De modo geral, as pessoas com hiperprolactinemia tendem a ter infertilidade, diminuição ou perda do desejo sexual e perda de massa óssea.
Por outro lado, a prolactina desempenha funções específicas diferentes em mulheres e homens, de modo que os sintomas sofridos por ambos podem variar. Nesse sentido, mulheres com hiperprolactinemia podem apresentar os seguintes sintomas:
- Secreção de leite pelo mamilo ou galactorreia.
- Aumento de peso.
- Secura vaginal.
- Perturbações visuais, especialmente quando devidas a um tumor cerebral.
- Um ligeiro aumento de pelos corporais.
A prolactina inibe fisiologicamente os hormônios luteinizantes e estimuladores do folículo, evitando a ovulação. Dessa forma, mulheres com hiperprolactinemia também apresentarão alterações ou ausência do ciclo menstrual. Na verdade, estudos estabelecem que o aumento do hormônio está presente em 30% das mulheres com amenorreia secundária.
Nos homens, os sintomas associados a níveis elevados de prolactina no sangue são menos evidentes, uma vez que a maioria dos sintomas está associada à presença de tumores cerebrais. Nesse sentido, homens com hiperprolactinemia apresentam os seguintes sintomas:
- Disfunção erétil.
- Diminuição na produção de sêmen.
- Aumento das glândulas mamárias ou ginecomastia.
- Perturbações visuais e dores de cabeça.
- Galactorréia somente quando a elevação é extrema.
Quais são suas causas?
A hiperprolactinemia pode estar associada a causas fisiológicas e patológicas, sendo esta última a mais importante. Entre as causas fisiológicas que podem levar a um aumento transitório e autorregulado dos níveis de prolactina, destacam-se a gravidez, o puerpério, a prática de exercícios, a relação sexual, o sono e o estresse.
As causas patológicas da condição são as mais importantes, pois geram um aumento descontrolado da prolactina. O aumento do hormônio sem nenhum tipo de controle é a causa do aparecimento dos sintomas característicos.
Os tumores secretores de prolactina ou prolactinomas representam 40% de todos os tumores hipofisários de acordo com pesquisas, o que os coloca como a principal causa tumoral de hiperprolactinemia. Por outro lado, outras condições encefálicas também podem causar a doença, como cistos de Rathke, granulomatose e processos cirúrgicos.
A hiperprolactinemia também pode ser desencadeada pelo consumo de diversos medicamentos que interferem nos fatores que regulam a liberação de prolactina. Dentre os principais medicamentos que geram essa patologia como efeito colateral, destacam-se:
- Anestésicos.
- Anticonvulsivantes.
- Neurolépticos.
- Alguns medicamentos anti-hipertensivos.
- Antidepressivos.
- Alguns anti-histamínicos.
Diagnóstico
O diagnóstico de hiperprolactinemia é feito por meio de exame de sangue, nos quais serão medidos os níveis de prolactina. Além disso, um exame denominado perfil tireoidiano pode ser solicitado em caso de detecção de níveis anormais de prolactina, para descartar hipotireoidismo.
Os exames físico e do histórico do paciente são úteis para determinar a causa e verificar a presença de sintomas. Nesse sentido, o médico pode indagar sobre o consumo dos medicamentos citados acima, e se o paciente sofre de uma doença crônica ou passou por processos cirúrgicos recentmente.
Se houver suspeita de hiperprolactinemia devido a prolactinoma, o médico pode solicitar uma tomografia computadorizada ou algum outro estudo de imagem. O objetivo desses estudos é determinar a extensão do tumor e estabelecer um tratamento a ser seguido.
Tratamento da hiperprolactinemia
O tratamento dessa patologia visa reduzir os níveis de prolactina no sangue até atingir os valores normais. A metodologia a ser seguida para alcançar os resultados desejados dependerá da causa específica da hiperprolactinemia.
Quando a patologia é decorrente do consumo de medicamentos, o ideal é suspender o tratamento e consultar o médico para buscar um medicamento alternativo que não gere esse efeito colateral. Os níveis de prolactina geralmente voltam aos níveis normais alguns dias após a interrupção do uso da droga.
O tratamento de prolactinomas ou algum outro tumor cerebral é um pouco mais agressivo. Nesse sentido, pode ser necessário o consumo de medicamentos como a carbegolina e a bromocriptina, que irão eliminar os sintomas apresentados e podem ajudar a reduzir o tamanho de alguns tumores.
Os medicamentos mencionados acima podem ter efeitos colaterais graves e levar à tolerância quando usados de forma inadequada. Portanto, é necessário manter uma verificação constante dos níveis hormonais durante o tratamento, sendo necessário suspendê-lo quando os níveis normais forem atingidos.
Alguns prolactinomas podem ser resistentes aos medicamentos mencionados, de forma que os sintomas não desaparecerão. Nestes casos, a cirurgia transesfenoidal é necessária para a remoção do tumor. Quando a cirurgia é impossível, a radioterapia deve ser aplicada para a sua redução.
Uma patologia frequente com múltiplas causas
A hiperprolactinemia é um diagnóstico frequente nas consultas de endocrinologia e pode afetar milhões de pessoas em todo o mundo. Os sintomas apresentados costumam ser evidentes na maioria dos casos, embora algumas pessoas possam apresentar essa alteração de forma subclínica e não exibir nenhum sintoma.
A causa da doença é muito variável, desde um tumor cerebral até o uso de alguns psicotrópicos. Um dos sintomas característicos da mulher é a galactorreia, por isso é recomendável procurar atendimento médico na presença desse sintoma.
O diagnóstico e o tratamento imediatos são essenciais, pois pode causar infertilidade em ambos os sexos.
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