10 alimentos que você pode comer mesmo que tenham expirado
Existem vários alimentos que você pode comer, mesmo que tenham expirado. Nestes casos, a data da embalagem é de consumo preferencial. As características organolépticas do produto são afetadas, mas não se acrescenta um risco microbiológico que coloque em perigo a saúde.
Claro, é essencial distinguir os produtos que podem ser consumidos nessas circunstâncias daqueles que devem ser descartados imediatamente. Se você cometer um erro neste ponto, poderá pagar caro, geralmente com algum envenenamento que gere sintomas gastrointestinais desagradáveis.
Alimentos que você pode comer mesmo que estejam vencidos
Vamos contar quais alimentos você pode comer, mesmo que tenham expirado. De qualquer forma, lembre-se de uma coisa: se você detectar cores ou odores estranhos neles, a melhor opção é jogá-los fora. Embora não seja provável que neles se desenvolvam micro-organismos patogênicos, em algumas ocasiões podem proliferar certos fungos, cuja ingestão também não é aconselhável.
Geléia
Você pode encontrar no mercado geleias de muitas frutas diferentes. Todas elas têm uma característica comum: concentram dentro os açúcares adicionados. Esses ingredientes podem representar um risco para o bom funcionamento do metabolismo a médio prazo. Isso é evidenciado por um estudo publicado no Journal of Hepatology.
Porém, quanto ao crescimento de micro-organismos patogênicos em seu interior, eles são considerados seguros. O açúcar é capaz de atuar como conservante, de forma semelhante ao sal. É responsável por aumentar o valor osmolar do produto em questão, o que dificulta o crescimento de bactérias patogênicas em seu interior.
O pior que pode acontecer quando a data de consumo preferencial desses alimentos é ultrapassada é que o sabor deles varia. As proteínas podem se tornar ligeiramente rançosas, os açúcares podem ser transformados ou os fitonutrientes podem ser oxidados. Os efeitos positivos desses produtos são provavelmente menos perceptíveis. No entanto, todos os problemas são só esses.
Mesmo assim, é fundamental limitar a presença de geleias e alimentos açucarados na dieta alimentar. Embora não coloquem em risco a saúde a curto prazo, podem fazê-lo com o tempo quando ingeridos cronicamente. A ingestão excessiva de carboidratos simples tem impacto nos níveis de glicose no sangue e no funcionamento do pâncreas, o que pode levar ao diabetes tipo 2.
Pão de forma
O pão fatiado é outro dos alimentos que apresentam baixo risco microbiológico. É muito raro o crescimento de bactérias patogênicas em seu interior, uma vez que não existem condições adequadas para esse tipo de micro-organismo. Claro, quando eles ficam abertos por muito tempo, ou quando eles são expostos à luz solar, o desenvolvimento de fungos pode ser detectado.
Nestes casos, o produto em questão deve ser descartado. Você pode remover a parte afetada e consumir o resto, mas isso representa um risco desnecessário. Os micro-organismos podem espalhar-se pelos alimentos ou penetrar nos alimentos, por isso não é muito seguro. Embora o envenenamento por esse tipo de fungo não seja geralmente sério, ele causa desconforto intestinal.
Da mesma forma que acontece com as geléias, a presença regular de pão fatiado na dieta não é recomendada. Em primeiro lugar, é um alimento feito a partir de farinhas altamente refinadas. Esses ingredientes têm um impacto significativo nos níveis de glicose no sangue. A partir daqui, a produção de insulina é estimulada e acaba a resistência a ela.
É possível que estes alimentos possam conter outros aditivos que não são recomendados, além do açúcar. Ainda são produtos industriais ultraprocessados. O mais adequado é que a alimentação seja composta principalmente por alimentos frescos, para garantir um bom estado de saúde.
Na introdução do pão na dieta alimentar, é sempre preferível optar por variedades caseiras feitas com massa fermentada e com farinhas pouco refinadas. Eles podem conter amido resistente, um produto que atua como um prebiótico, estimulando o crescimento de bactérias da microbiota. Isso é confirmado por pesquisas publicadas na revista Cell Physiology and Biochemistry.
Iogurtes
Os iogurtes são um dos alimentos mais benéficos que podem ser incluídos na dieta. Possuem proteínas, vitaminas e minerais de alta qualidade como o cálcio, essenciais para garantir uma boa saúde óssea. Eles também concentram bactérias probióticas, razão pela qual contribuem para o bom funcionamento do sistema digestivo.
Segundo estudo publicado na revista Current Opinion in Biotechnology, a ingestão de produtos fermentados, como o iogurte, tem efeito positivo na microbiota intestinal. Tanto a densidade quanto a diversidade são aumentadas em nível bacteriano, gerando uma redução nas patologias inflamatórias ou intolerâncias a muitos nutrientes.
Além disso, o iogurte é um desses alimentos que pode ser consumido apesar de ter ultrapassado a data de consumo preferida. Eles geralmente não abrigam micro-organismos patogênicos em seu interior, apenas bactérias probióticas. O pior que pode acontecer é que eles não sejam armazenados adequadamente e não possam desempenhar suas funções, ou que o sabor do produto em questão piore.
No entanto, alguns cuidados devem ser tomados ao escolher iogurtes. Uma grande parte deles contém açúcares escondidos, especialmente aqueles com sabores artificiais. Esses ingredientes têm um impacto negativo na microbiota e no metabolismo humano. Portanto, é aconselhável observar primeiro a rotulagem para ter certeza da composição do iogurte.
Recentemente, um grande número de iogurtes e laticínios foram colocados à venda sem adição de açúcares, mas com adoçantes artificiais. Nesse caso, o remédio pode ser pior do que a doença. No nível energético, são comestíveis que fornecem menos calorias, mas a segurança desses aditivos não é comprovada em longo prazo em muitos casos.
O melhor é sempre recorrer ao iogurte natural integral, sem açúcar. Outra boa opção é o iogurte grego. Embora tenha uma quantidade maior de gordura, os lipídios que contém são do tipo cis. Portanto, não geram problemas de saúde.
Oleaginosas e frutos secos
As oleaginosas e frutos secos são alimentos que contêm pouca água. Esse critério é decisivo para saber se eles podem abrigar vida na forma de bactérias patogênicas. Normalmente, os micro-organismos precisam de uma concentração mínima de líquido para sobreviver. Se os requisitos não forem atendidos, não há risco associado ao crescimento de micróbios.
Na verdade, a desidratação é um método de preservação de alimentos frequentemente usado para estender sua vida útil. Por exemplo, pode ser colocado em prática no caso das frutas. Parte da água que eles contêm é removida, então a concentração de açúcares aumenta. Ambos os fenômenos tornam impossível o desenvolvimento de patógenos que podem impactar negativamente a saúde humana.
No caso das frutas, a textura e o sabor podem mudar com o tempo, mas nada mais do que isso. São considerados produtos muito benéficos para a saúde, pois fornecem proteínas e ácidos graxos de alta qualidade. Além disso, eles são uma fonte de muitos micronutrientes essenciais, como os minerais.
Claro, deve-se ter em mente que você deve sempre escolher frutas secas naturais ou torradas. Quando submetidos a este último processo, alguns antinutrientes (substâncias que interferem na absorção de nutrientes) são inativados. No entanto, se as versões salgadas ou fritas forem consumidas, a saúde pode ser prejudicada.
Todo alimento frito passa por uma transformação de seus ácidos graxos, que passam do tipo cis para o trans. Estes últimos são considerados prejudiciais ao organismo, conforme afirma uma pesquisa publicada na revista Diabetes & Metabolic Syndrome. Eles são capazes de aumentar o risco de desenvolver doenças complexas, como diabetes e câncer.
Refrigerantes e álcool, outros alimentos que você pode comer mesmo que tenham vencido
Tanto refrigerantes quanto álcool podem ser consumidos apesar de ter ultrapassado o prazo de validade. Em nenhum caso, micro-organismos patogênicos crescem internamente, portanto não há risco microbiológico. Apenas as características organolépticas são alteradas. Porém, em alguns casos a alteração pode ser positiva, por exemplo, o vinho.
Em qualquer caso, é aconselhável evitar a ingestão deste tipo de bebidas no contexto de uma alimentação saudável. Os refrigerantes envolvem o consumo de grandes quantidades de açúcar, o que prejudica a saúde metabólica. Além disso, a frutose administrada por meio de líquidos é especialmente prejudicial. Não existe nenhum tipo de fibra que retarde sua absorção, então seu impacto na glicose sanguínea é maior.
Por sua vez, o álcool é considerado uma substância tóxica independente da dose consumida. Durante anos se propôs que beber uma taça de vinho às refeições poderia ser benéfico para a saúde, mas hoje sabe-se que não. Os taninos e os fitoquímicos das uvas se oxidam com o tempo, enquanto o álcool afeta a bioquímica do corpo humano.
É melhor que ambos os produtos desapareçam da dieta. Também os refrigerantes rotulados como light ou sem açúcar. Nestes casos, adoçantes artificiais são usados para gerar o sabor doce. No entanto, esses produtos podem ser muito prejudiciais a médio prazo. Na verdade, existem estudos que os associam a um risco aumentado de desenvolver obesidade.
Macarrão, arroz e leguminosas
Nesse caso, acontece algo parecido com o que mencionamos ao falar sobre os frutos secos e as oleaginosas. Tanto as massas como o arroz e as leguminosas são comercializados desidratados. Para o seu consumo são cozinhados com água, o que garante a penetração do líquido no seu interior.
Porém, quando falamos da sua forma comercial, nos deparamos com um produto que não pode abrigar o crescimento de micro-organismos em seu interior, razão pela qual são considerados comestíveis muito seguros do ponto de vista higiênico. Na verdade, eles se mantêm por anos sem alterações significativas, desde que sejam mantidos em local fresco e seco.
No entanto, quando já passaram por um processo de cozimento, podem estragar. Principalmente do ponto de vista do paladar, já que as proteínas que contêm tornam-se rançosas, o que gera características organolépticas desagradáveis.
No caso das leguminosas em conserva, também nos deparamos com um tipo de alimento que resiste muito bem ao passar do tempo. Nada acontece se a data de consumo preferencial for ultrapassada, uma vez que são conservados em salmoura que evita a proliferação de bactérias patogênicas. Deve-se ter o cuidado de garantir que não contenham aditivos.
Biscoitos, alimentos que você pode comer mesmo quando estão vencidos
A maioria dos doces tem conservantes químicos que estendem sua vida útil e garantem que micróbios patogênicos não cresçam. Embora não sejam alimentos muito recomendados para garantir o bom funcionamento do organismo, não é frequente que ocorram intoxicações após o consumo.
No entanto, a textura e o sabor dessa classe de alimentos mudam mais significativamente do que os de outros alimentos já mencionados. Isso se deve ao seu conteúdo em gorduras trans, sensíveis à oxidação e ao contato com o oxigênio. Se os biscoitos forem abertos e não consumidos em um curto período de tempo, eles começam a endurecer, o que os torna menos saborosos.
Se mantidos fechados, a vida útil desses alimentos é imensa. Mesmo assim, é preferível que não façam parte da alimentação habitual. Eles não são capazes de fornecer nutrientes de qualidade. Em vez disso, são uma fonte de açúcares, gorduras trans e aditivos inúteis. Além disso, seu valor energético é alto, o que pode causar excesso de peso.
Alimentos embutidos
Os alimentos embutidos são consideradas alimentos ultraprocessados em sua maioria. Muitos deles são feitos por meio de um processo de defumação. Outros precisam de longos períodos de cura. Seja como for, o risco de crescimento de bactérias nocivas em seu interior é muito baixo.
Quase todos os alimentos embutidos têm um aditivo conservante. Entre eles, os nitritos e sulfitos se destacam. Embora esses produtos químicos garantam sua saúde do ponto de vista higiênico, eles podem se tornar prejudiciais a médio prazo. Existem artigos científicos que relacionam sua ingestão regular com um risco aumentado de desenvolver certos tipos de câncer.
Como regra geral, é aconselhável reduzir a presença de aditivos na dieta. Muitos desses compostos são inofensivos ou até benéficos, mas outros podem ser prejudiciais. O problema é que em muitos casos é difícil identificá-los, pois são nomeados com uma letra e um número. Por isso, na dúvida, o melhor é escolher sempre alimentos frescos para o consumo regular.
Lembre-se que os alimentos embutidos com carne vermelha não apresentam as propriedades benéficas deste alimento. De fato, eles têm contra-indicações. O consumo de carne vermelha processada tem sido associado a um risco aumentado de desenvolvimento de doenças crônicas. No entanto, quando falamos destes alimentos no estado fresco, a qualidade varia consideravelmente.
Molhos de tomate
Com os molhos de tomate é preciso ter cuidado. Enquanto estão fechados, duram muito tempo, podendo até ser consumidos após a data de validade. Isso ocorre porque eles são embalados a vácuo, o que dificulta o crescimento de bactérias aeróbias. Por outro lado, são adicionados aditivos para garantir a vida útil do produto, o que tem um impacto positivo na segurança alimentar.
Porém, uma vez abertos, devem ser consumidos logo. Nesse caso, são um terreno fértil perfeito para o crescimento de micróbios do gênero Clostridium, uma série de bactérias que causam graves problemas de saúde.
Regra geral, o tomate em lata deve ser sempre guardado no frigorífico e consumido no prazo máximo de 3 dias. Se notar algum cheiro estranho, é melhor sempre jogar o produto fora. Normalmente, quando há supercrescimento bacteriano, o cheiro e o sabor desses produtos variam.
Sopas de envelope
Por fim, entre os alimentos que se pode comer mesmo que tenham vencido, devemos citar as sopas de envelope. Elas são amplamente usadas, especialmente entre a população mais jovem. Também possuem aditivos do tipo conservante, e permanecem desidratados até o momento do uso. Por essas razões, torna-se muito difícil para os patógenos crescerem internamente.
Já quando falamos em sopa, o melhor é sempre optar pelas caseiras. Os ingredientes são controlados, são fáceis de fazer, fornecem muito mais nutrientes de qualidade e carecem de aditivos.
Existem alimentos que você pode comer mesmo que tenham expirado
Existem vários alimentos que você pode comer mesmo que tenham expirado. Claro, sempre que você tiver dúvidas sobre um produto específico, recomendamos que você não o consuma. O erro poder ter consequências importantes. É possível que se desenvolva uma patologia gastrointestinal que leve à internação hospitalar.
Lembre-se que, principalmente durante os períodos de calor, é aconselhável tomar medidas extremas em termos de higiene alimentar. Desta forma, evita-se o crescimento de bactérias patogênicas no interior dos alimentos. Por exemplo, no caso de mulheres grávidas, um erro desse tipo pode colocar em risco a vida do feto.
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