Remédios para a dor nas costas

A dor nas costas é uma patologia comum que todos já tivemos em algum momento de nossas vidas. Ela geralmente desaparece por conta própria após alguns dias. Porém, há casos em que é necessário usar medicamentos para aliviar os sintomas.
Remédios para a dor nas costas

Última atualização: 19 abril, 2021

A cada dia aumenta o número de pessoas com dor nas costas. A dor nessa região pode surgir por múltiplas causas, desde movimentos bruscos até a má postura. Felizmente, existem muitos medicamentos que aliviam a dor nas costas e, na próxima seção, vamos falar sobre eles.

As costas são a região anatômica posterior do corpo humano. Possuem múltiplas estruturas ósseas que conferem estabilidade, como, por exemplo, as vértebras. Além disso, também possuem uma série de músculos que permitem realizar diversos movimentos.

A dor lombar ou lombalgia é a forma de apresentação mais frequente. Estudos mostram que a sua incidência pode variar entre 60% e 90%. Este é um verdadeiro problema de saúde nos países em desenvolvimento e é a causa mais frequente de afastamento do trabalho entre as pessoas com menos de 45 anos.

Quais são os remédios para a dor nas costas?

Esse tipo de dor pode aparecer por causa de problemas nos ossos, músculos e até mesmo em órgãos internos, como os rins. Em linhas gerais, o tratamento para essa condição tão comum deve ter como objetivo reduzir a sua intensidade e minimizar as consequências que ela possa desencadear.

Atualmente, é possível encontrar um grande número de medicamentos para o tratamento da dor nas costas, dependendo da sua origem etiológica. Dentre os compostos mais utilizados, destacam-se:

Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

Os medicamentos para a dor nas costas são eficazes.
Esses medicamentos são de uso comum e geralmente de venda livre.

Os AINEs são os medicamentos de primeira linha no tratamento da dor lombar, tanto crônica quanto aguda. No entanto, é necessário usar a menor dose eficaz possível e durante um período limitado para evitar efeitos colaterais.

Esse grupo de medicamentos não só é útil para reduzir a dor nas costas, como também tem efeitos antipiréticos e anti-inflamatórios. Os AINEs inibem enzimas chamadas de ciclooxigenases, tanto no sistema nervoso central quanto em nível periférico.

As ciclooxigenases são enzimas essenciais na síntese de uma substância chamada prostaglandina. Assim, quando não há uma concentração adequada de prostaglandinas nos tecidos, não aparece o processo inflamatório. Além disso, esses medicamentos também inibem o aumento da temperatura corporal quando atuam no cérebro, eliminando assim a febre.

Os AINEs reduzem a inflamação dos discos interarticulares ou da artrite nas costas, melhorando assim a dor apresentada. No entanto, os pacientes podem desenvolver dor de estômago, úlceras gástricas, sangramento gastrointestinal e insuficiência renal ou hepática se eles forem consumidos durante muito tempo.

Esses remédios para a dor nas costas podem ser adquiridos sem receita em qualquer farmácia. Entre os mais conhecidos, destacam-se os seguintes:

  • Ibuprofeno.
  • Naproxeno.

Analgésicos narcóticos

Esse grupo de medicamentos, também conhecidos como opiáceos, é amplamente utilizado no tratamento de dores nas costas não cancerosas, de acordo com várias pesquisas. No entanto, eles não podem ser consumidos durante muito tempo e, portanto, o alívio da dor e a melhora na função motora serão de curto prazo.

Os analgésicos narcóticos atuam no corpo inibindo os receptores opioides localizados no sistema nervoso. Essa inibição interrompe a via de transmissão da dor e, assim, o paciente percebe um alívio quase imediato. No entanto, eles também interferem em outras funções e causam efeitos psicológicos.

Um dos maiores efeitos adversos desse tipo de composto é a sua capacidade de causar tolerância, dependência e vício. Tudo isso fará com que as pessoas tenham que aumentar cada vez mais a dose para obter o efeito desejado e, além disso, elas também podem desenvolver uma síndrome de abstinência ao suspender o medicamento.

Os opioides estão associados a overdoses acidentais e morte e, portanto, devem ser consumidos sob estrita prescrição médica. Alguns medicamentos pertencentes a este grupo são o tramadol, a morfina, a oxicodona e o fentanil.

Relaxantes musculares

Diferentes pesquisas mostraram a utilidade dos relaxantes musculares como remédios para a dor nas costas. No entanto, esse grupo de medicamentos inclui os benzodiazepínicos e, portanto, o seu uso deve ser evitado por causa da dependência física e psicológica associada a esses fármacos.

Os benzodiazepínicos são medicamentos amplamente utilizados no tratamento de diversas condições psiquiátricas, tais como depressão e ansiedade. Eles são especialmente úteis quando a dor nas costas é causada por espasmos musculares.

Esse grupo de medicamentos aumenta o efeito de uma substância chamada ácido gama aminobutírico, que é o neurotransmissor inibitório por excelência. Ele causa o relaxamento do músculo esquelético, o que evita espasmos musculares e alivia a dor apresentada.

Esses medicamentos devem ser usados durante curtos períodos de tempo para evitar o desenvolvimento de dependência e vício. Por sua vez, também é possível desenvolver outros efeitos colaterais por causa do seu consumo, entre os quais se destacam tonturas, diarreia e sonolência.

Antidepressivos e anticonvulsivantes

Os medicamentos para dor nas costas incluem os antidepressivos.
Esses medicamentos têm a capacidade de alterar os níveis de neurotransmissores.

Atualmente, a prescrição de antidepressivos para a dor nas costas é controversa, uma vez que existem vários resultados conflitantes. Os compostos que apresentaram os melhores resultados são os antidepressivos tricíclicos e os inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina (IRSNs).

Os compostos mencionados demonstraram uma maior eficácia quando comparados aos efeitos do placebo. Nesse sentido, os medicamentos são úteis no tratamento da lombalgia crônica com componente neuropático que curse com depressão.

Tanto os antidepressivos tricíclicos quanto os IRSNs aumentam a concentração de serotonina e noradrenalina nas terminações nervosas, o que explica o seu efeito terapêutico. No entanto, o seu efeito analgésico ainda não está totalmente claro.

Por outro lado, não há evidências científicas que respaldem de forma absoluta o uso de anticonvulsivantes como remédios para a dor nas costas. No entanto, estudos mostram que certos compostos como a gabapentina têm um efeito analgésico na dor associada a danos nos nervos.

O alívio não medicamentoso também é possível

Apesar do grande número de medicamentos disponíveis para o tratamento da dor nas costas, o mais recomendável é buscar alívio por meio de terapias não medicamentosas. O uso de analgésicos só deve ser considerado quando outras medidas falharem e não houver alívio dos sintomas.

Algumas terapias, tais como calor superficial, acupuntura e massagem, geralmente reduzem a dor aguda, enquanto a reabilitação e os exercícios são úteis para o tratamento da dor crônica. Porém, é sempre necessário consultar um médico diante de qualquer problema, pois só ele poderá determinar a melhor terapia a ser seguida.



  • García Delgado J, Valdés Lara G, Martínez Torres J, Pedroso Morales I. Epidemiología del dolor de espalda bajo. Invest Medicoquir. 2014; 6(1): aprox. 13 p.
  • Medel Rebollo J. Dolor de espalda, factores de riesgo de recurrencia y abordaje terapéutico. Dolor. 2020; 35: 41-48.
  • Chaparro L, Furlan A, Deshpande A, Mailis-Gagnon A et al. Opioids compared to placebo or other treatments for chronic low-back pain. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 8. Art. No.: CD004959.
  • Wiffen P, Collins S, McQuay H, Carroll D, Jadad A, Moore R. Anticonvulsant drugs for acute and chronic pain. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2005.
  • Guevara-López U, Covarrubias-Gómez A, Elías-Dib J, Reyes-Sánchez A et al. Parámetros de práctica para el manejo del dolor de espalda baja. Cirugía y Cirujanos. 2011;79(3):286-302.
  • Kinkade S. Evaluation and treatment of acute low back pain. Am Fam Physician. 2007 Apr 15;75(8):1181-8.

Este texto se ofrece únicamente con propósitos informativos y no reemplaza la consulta con un profesional. Ante dudas, consulta a tu especialista.