Doxepina: o que é e para que serve?

Uma das maiores características dos psicofármacos é a sua capacidade para tratar várias doenças ao mesmo tempo. Um exemplo disso são os antidepressivos tricíclicos como a doxepina. Você quer saber para que serve este medicamento? Continue lendo!
Doxepina: o que é e para que serve?

Última atualização: 09 abril, 2021

Os antidepressivos são um grupo de psicofármacos usados para tratar a depressão e outros transtornos. Um dos primeiros compostos descobertos foram os antidepressivos tricíclicos, embora o seu uso tenha diminuído. A doxepina é uma droga pertencente a esse grupo, útil no tratamento da depressão e da insônia.

A depressão é um transtorno do humor que apresenta uma sintomatologia muito variada. Porém, uma das suas características é a perda de interesse na realização de atividades agradáveis. Muitas pessoas descrevem a presença de sentimentos como tristeza e raiva que interferem nas atividades diárias.

Esse distúrbio afeta pessoas de todas as idades e pode ter origem multifatorial. No caso dos idosos, estudos mostram que a causa mais comum é o medo da morte. O tratamento da depressão pode ser complexo, exigindo uma mistura de medicamentos e terapias psicológicas.

O que é a doxepina?

A Doxepina influencia os neurônios.
As concentrações de certos neurotransmissores são modificadas com o consumo desse medicamento.

O medicamento em questão é um composto que pertence ao grupo dos antidepressivos tricíclicos. Nesse sentido, a doxepina altera a concentração de alguns neurotransmissores no cérebro e, dessa forma, torna-se útil no tratamento de várias condições psiquiátricas.

O uso de antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos tem diminuído ao longo dos anos. Isso ocorre porque surgiram compostos que geram o mesmo efeito farmacológico com menos efeitos colaterais. No entanto, eles ainda são úteis em certos tipos de distúrbios ou quando o paciente não responde ao tratamento convencional.

A doxepina pode ser encontrada em diferentes apresentações farmacológicas, tais como cápsulas, comprimidos e concentrado líquido, dependendo da condição a ser tratada. Também é possível encontrar o composto em cremes para tratar doenças de pele como a dermatite atópica.

Para que serve este medicamento?

O medicamento em questão é útil no tratamento do transtorno depressivo, sobretudo da depressão melancólica. Além disso, também é eficaz no tratamento de outros transtornos psiquiátricos, como a ansiedade. Esses efeitos são alcançados por meio da diminuição da atividade cerebral, alterando a concentração de neurotransmissores.

A doxepina também é útil no tratamento de certos distúrbios do sono, como a insônia. Estudos mostram que este medicamento ajuda a manter e prolongar o sono, embora não tenha grande influência no ato de adormecer. Além disso, a doxepina desencadeia poucos efeitos residuais no dia seguinte ao seu consumo.

A apresentação tópica do composto é muito útil no tratamento da urticária resistente aos anti-histamínicos. Uma pesquisa realizada na Turquia mostrou resultados favoráveis em 44,4% dos pacientes estudados e os efeitos colaterais foram bem tolerados por eles.

Mecanismo de ação da doxepina

Atualmente, o mecanismo de ação exato dos antidepressivos tricíclicos ainda é desconhecido; porém, sabe-se que a doxepina aumenta os níveis de noradrenalina e serotonina no cérebro. Isso é feito por meio do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores na membrana neuronal, o que melhora a depressão e a ansiedade.

O medicamento também tem afinidade pelos receptores de histamina H1 e, por isso, tem um efeito sedativo altamente variável. O efeito sedativo diminui a atividade cerebral; por esta razão, ele é usado no tratamento de vários distúrbios do sono, como a insônia.

Por fim, acredita-se que a atividade antipruriginosa do composto também surja como resultado da ocupação dos receptores H1 na região cutânea. No entanto, são necessárias mais pesquisas para que este último efeito possa ser comprovado.

Como deve ser administrada?

A administração de doxepina pode variar de acordo com a patologia a ser tratada. De modo geral, a ingestão é feita por via oral no tratamento da depressão e da ansiedade. Nestes casos, são utilizadas cápsulas ou concentrado líquido, que devem ser ingeridos de 2 a 3 vezes ao dia, com ou sem alimentos.

O concentrado ou líquido oral conta com um conta-gotas para medir as doses, que devem ser diluídas em 120 mililitros de água ou algum outro líquido recomendado. É importante consultar o especialista diante de qualquer dúvida que surgir e consumir apenas a dose que tiver sido recomendada.

Para o tratamento da insônia, geralmente são usados os comprimidos por via oral, que devem ser consumidos uma vez ao dia dentro de um período de 30 minutos antes de dormir. Recomenda-se não ingerir o medicamento nas 3 horas posteriores à última refeição; além disso, também é preciso considerar que ele poderá causar sonolência.

Possíveis efeitos colaterais da doxepina

Todos os medicamentos comercializados podem gerar efeitos colaterais quando consumidos e a doxepina não é uma exceção. Esses sintomas geralmente não são tão graves e desaparecem alguns dias após o início do tratamento. Dentre os sintomas mais frequentes associados ao consumo da doxepina, destacam-se os seguintes:

  • Náuseas e vômitos.
  • Fraqueza, cansaço ou sonolência.
  • Aumento do tamanho da pupila ou midríase.
  • Boca seca.
  • Aparecimento de aftas.
  • Visão turva.
  • Rubor.
  • Pele mais sensível à luz solar.

Se esses sintomas não desaparecerem após alguns dias ou caso venham a se agravar, o médico deve ser consultado imediatamente. Além disso, também é preciso estar atento à presença de sintomas de lesão hepática, tais como coloração amarelada da pele e da esclera.

Advertências e contraindicações

A doxepina está associada a reações alérgicas.
Se houver reações alérgicas a esse tipo de medicamento, é aconselhável avisar o médico antes do consumo.

Uma das principais contraindicações absolutas para o consumo de doxepina é a alergia ao ingrediente ativo ou a qualquer um dos excipientes. O medicamento também é contraindicado para pacientes idosos com glaucoma porque pode aumentar a pressão intraocular.

Por sua vez, existem certas condições que podem afetar a ação do medicamento, tais como insuficiência cardíaca, hipertrofia prostática, arritmias e idade avançada. Para todos esses pacientes, deve ser feito um ajuste da dose para evitar o aparecimento de efeitos colaterais.

A segurança do seu consumo durante a lactação ou gravidez ainda não está totalmente estabelecida, portanto, isso deve ser evitado durante estes períodos. Por fim, foi demonstrado que a ingestão de doxepina gera tendências suicidas em alguns adolescentes e adultos jovens e, portanto, ela deve ser usada com extrema cautela por esses pacientes.

Um tratamento eficaz para a insônia e a depressão

A doxepina é um antidepressivo tricíclico usado para tratar condições psiquiátricas como a depressão e a ansiedade. Além disso, o composto também é útil na redução dos sintomas de outras condições, tais como insônia e urticária crônica.

Em termos gerais, este é um medicamento muito seguro; porém, ele deve ser utilizado sob estrita prescrição médica. É sempre importante consultar um especialista diante de qualquer dúvida que possa surgir quanto à dosagem utilizada e diante do aparecimento de quaisquer sintomas adversos.



  • Llanes THM, López SY, Vázquez AJL, et al. Factores psicosociales que inciden en la depresión del adulto mayor. Revista de Ciencias Médicas de la Habana. 2015;21(1):65-74.
  • Yeung WF, Chung KF, Yung KP, Ng TH. Doxepin for insomnia: a systematic review of randomized placebo-controlled trials. Sleep Med Rev. 2015 Feb;19:75-83.
  • Özkaya E, Babuna Kobaner G, Yılmaz Z, Kutlay A. Doxepin in difficult-to-treat chronic urticaria: A retrospective, cross-sectional study from Turkey. Dermatol Ther. 2019 Jul;32(4):e12993.
  • Spurling B, Clark L, Fusick AJ, Whiting WL. Doxepin: Misuse and Abuse. J Clin Psychopharmacol. 2018 Jun;38(3):279-280.
  • Weber J, Siddiqui MA, Wagstaff AJ, McCormack PL. Low-dose doxepin: in the treatment of insomnia. CNS Drugs. 2010 Aug;24(8):713-20.
  • Pinder RM, Brogden RN, Speight TM, Avery GS. Doxepin up-to-date: a review of its pharmacological properties and therapeutic efficacy with particular reference to depression. Drugs. 1977 Mar;13(3):161-218.

Este texto se ofrece únicamente con propósitos informativos y no reemplaza la consulta con un profesional. Ante dudas, consulta a tu especialista.