Melasma: sintomas, causas, prevenção e tratamento

O melasma tem uma apresentação clínica muito típica, embora possam ocorrer variações. O tratamento é variado e geralmente eficaz.
Melasma: sintomas, causas, prevenção e tratamento
Diego Pereira

Escrito e verificado por el médico Diego Pereira.

Última atualização: 22 maio, 2023

O melasma é conhecido como a presença de manchas escuras, de tamanho e forma variáveis, geralmente nos rosto da mulher. Existem também manifestações extrafaciais e em homens, embora sejam menos comuns.

Estes são produzidos em resposta à exposição à luz ultravioleta e às alterações hormonais típicas da gravidez ou do uso de contraceptivos. Se você sofre com essa condição ou tem interesse em saber um pouco mais sobre ela, preparamos o seguinte artigo para você.

Quais são as manifestações clínicas?

O melasma é uma área de hiperpigmentação que se localiza na face, embora existam apresentações extrafaciais. Refere-se à aquisição de uma coloração mais intensa do que a pele normal da pessoa. A cor marrom escuro é a mais comum neste tipo de lesão.

Geralmente aparece simetricamente, com quase as mesmas formas em ambos os lados do corpo. O aparecimento das manchas é progressivo sem incluir sintomas associados, como prurido, ardor ou dor.

É de natureza recidivante, então elas podem diminuir de tamanho e aparecer várias semanas depois. Devido à sua localização facial, pode influenciar o aparecimento de transtornos de ansiedade, auto-estima ou depressão com gravidade variável.

Quais são os principais tipos de melasma?

Existem várias classificações que os médicos usam para esta condição. A mais utilizada é a que distingue as lesões faciais das extrafaciais.

O melasma facial tem várias localizações. Podem ser centrofaciais (quando acometem as bochechas, nariz e lábios superiores), malares (um pouco atrás das duas bochechas) e mandibulares (muito raras e acometem a superfície do osso correspondente).

No caso do melasma extrafacial, geralmente ocorre nos membros superiores, esterno e pescoço. Chama a atenção o fato de não ser uma variedade clínica aceita, pois alguns dermatologistas a consideram uma melanodermia.

Diagrama de pele com melasma.
A pele com melasma apresenta excesso de melanócitos naquela região afetada.

Por que as lesões aparecem?

Nem em todos os casos é possível detectar uma causa específica. No entanto, sabe-se que a nível celular ocorre um aumento do número de melanócitos. Estas são as células da pele responsáveis pela produção de melanina, o principal pigmento da pele.

Como essas células aparecem de forma desigual em resposta a vários estímulos, as lesões são altamente variadas e dispersas. Graças ao estudo da pele através de biópsias, foi possível distinguir outras alterações menos óbvias que incluem:

  • Aumento do número de mastócitos, que são células pertencentes ao sistema imunológico.
  • Maior abundância de vasos sanguíneos, relacionada ao aumento do número de células.
  • A exposição constante à luz ultravioleta pode desencadear um fenômeno conhecido como elastose solar. Isso envolve a deterioração do tecido que liga e sustenta as células da epiderme, enfraquecendo-o progressivamente.

Fatores de risco exógenos

Dentro deste grupo, o mais importante é a exposição à luz ultravioleta. Isso representa um tipo de radiação pouco visível ao olho humano, adaptando uma tonalidade violeta bastante fraca.

É provável que por esse motivo as lesões estejam na face e em áreas expostas à luz. O uso de protetor solar é uma excelente forma de prevenir o aparecimento de lesões.

O restante dos fatores físicos inclui o trauma facial, embora as lesões nem sempre se apresentem da mesma maneira nem tendam a recorrer. A exposição a certos elementos químicos também pode favorecer o aparecimento do melasma. Isso inclui cosméticos e o efeito de certos limpadores de pele.

Fatores de risco endógenos

Ao contrário da crença popular, o melasma não é resultado de doença hepática ou renal. Entre os fatores de risco endógenos, os mais importantes são o sexo, o nível de certos hormônios e o tipo de pele.

As mulheres são as mais propensas à doença. Isso pode ser devido a características genéticas inerentes ao sexo, como a carga hormonal durante a gravidez. Além disso, devido ao uso crescente de anticoncepcionais orais (ACOs), a incidência de melasma aumentou muito nos últimos anos.

Pode aparecer em qualquer tipo de pele, porém são mais frequentes naquelas com tons escuros. Em termos um pouco mais complexos, afeta os fototipos III a V.

Após a introdução da finasterida como alternativa terapêutica para o tratamento da alopecia androgênica, mais casos de melasma passaram a ser observados em homens. Este medicamento está associado a alterações hormonais, que podem causar manchas, de acordo com um relato de caso de 2014.

O aparecimento de melasma pode ser prevenido?

Em teoria, a ocorrência dessas lesões pode ser evitada evitando-se os fatores de risco modificáveis. No entanto, em alguns casos é difícil parar de usar certos tipos de tratamentos hormonais. É melhor evitar a exposição à luz solar.

A recomendação é recorrer à fotoproteção química, ou seja, protetores solares. A escolha depende muito das possibilidades de cada paciente, sendo necessário escolher a melhor relação qualidade/preço e otimizar outras medidas pessoais para se proteger.

Recomenda-se um fator de proteção solar (SPF) do tipo 50+. Um dermatologista de confiança deve realizar as indicações pertinentes, mas geralmente requer várias aplicações ao longo do dia e em qualquer época do ano.

Outras medidas pessoais são necessárias. Usar chapéus e óculos são hábitos simples que podem ajudar a prevenir o aparecimento de novas lesões. Finalmente, é conveniente evitar o uso de cosméticos irritantes que são suscetíveis a modificações químicas quando expostos à luz solar abundante.

Existe tratamento para melasma?

Esta condição é recorrente, portanto, em certas circunstâncias, pode desaparecer por conta própria. Porém, ainda mais quando o paciente está exposto a fatores de risco permanentes, existem alternativas terapêuticas para reduzir os sintomas. Estas incidem não só no tamanho das lesões, mas também nas manifestações psicológicas.

O tratamento tópico não é apenas o mais eficaz, mas também está associado a muito menos efeitos adversos. Esta tem a particularidade de ser preferida em politerapia, o que significa que são preferidas combinações entre vários medicamentos.

Tratamento tópico

Os medicamentos mais comumente usados são hidroquinona, retinóides e esteroides. A hidroquinona tem a vantagem de produzir poucos efeitos adversos.

Os retinóides são derivados da vitamina A e são amplamente utilizados na dermatologia, tanto por via oral quanto tópica. Esta última apresentação não é recomendada em mulheres grávidas, pois é conhecido por ter um efeito teratogênico.

Quando se fala em esteróides, faz-se referência a um grupo de substâncias semelhantes que costumam ter um efeito imunossupressor. Isso diminui a inflamação nas lesões e promove melhoras satisfatórias, mas não são recomendados como terapia única.

Tratamento para melasma.
O tratamento para o melasma visa reduzir as lesões e restaurar o tom normal da pele.

Tratamento sistêmico

As opções são mais limitadas do que na seção anterior e incluem ácido tranexâmico, carotenóides e melatonina. A maioria dessas alternativas terapêuticas são indicadas a longo prazo e requerem como medida fundamental a combinação com protetores solares potentes para evitar o aparecimento de novas lesões.

Uma questão estética importante

O melasma tem um aspecto estético importante, por isso são valorizadas alternativas para melhorar a aparência das manchas em pessoas que desejam removê-las ou reduzi-las. Você sabia que existem ferramentas para isso?

A quimioesfoliação superficial é uma delas. Não é usada como terapia de primeira linha, mas é reservado para os casos em que o tratamento tópico ou oral falhou.

A realização desse procedimento envolve a aplicação de substâncias químicas na pele para eliminar as células mortas. Medicamentos adicionados incluem ácido glicólico e tretinoína. Lembre-se sempre de se aconselhar com profissionais caso decida avançar nessas abordagens.



  • Alcalá D, Espinosa N, Jurado F. Melasma en hombres. Rev Cent Dermatol Pascua 2015;24(1):14-20.
  • Arellano I, et al. Melasma: Consenso del Grupo Mexicano para el Estudio de los Trastornos Pigmentarios. Dermatología CMQ 2007;5(2):112-122.
  • Arellano I, et al. Guías de diagnóstico y manejo de melasma. Dermatología CMQ 2017;16(1):12-23.
  • Famenini S, Gharavi NM, Beynet DP. Finasteride associated melasma in a Caucasian male. J Drugs Dermatol. 2014 Apr;13(4):484-6. PMID: 24719069.
  • Juárez M, De La Cruz J, Baena A. Melasma en Atención Primaria. Med Fam Andal 2017;18(2):168-175.
  • Miniño M, Hernández-Lara P. Exfoliación química (peelings): su utilidad en la dermatología actual. Dermatología CMQ 2003;1(4):236-246.
  • Ogbechie-Godec, Oluwatobi A., and Nada Elbuluk. “Melasma: an up-to-date comprehensive review.” Dermatology and therapy 7.3 (2017): 305-318.
  • Kwon, Soon-Hyo, et al. “Heterogeneous pathology of melasma and its clinical implications.” International Journal of Molecular Sciences 17.6 (2016): 824.
  • McKesey, Jacqueline, Andrea Tovar-Garza, and Amit G. Pandya. “Melasma treatment: an evidence-based review.” American journal of clinical dermatology 21.2 (2020): 173-225.

Este texto se ofrece únicamente con propósitos informativos y no reemplaza la consulta con un profesional. Ante dudas, consulta a tu especialista.