As 10 doenças mais comuns na velhice

A velhice traz muitos desafios, incluindo o manejo de certas condições que resultam do desgaste de órgãos e tecidos.
As 10 doenças mais comuns na velhice
Samuel Antonio Sánchez Amador

Escrito e verificado por el biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador.

Última atualização: 24 fevereiro, 2023

A população está envelhecendo, à medida que um robusto sistema social e de saúde em países de alta renda permite que a qualidade e a expectativa de vida aumentem. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2015 e 2050 a proporção de habitantes do planeta com mais de 60 anos quase dobrará, passando de 12% para 22%.

Portanto, é de se esperar que a prevalência de doenças comuns na velhice também aumente com o tempo. Isso não significa necessariamente que a saúde da população piora, mas que cada pessoa terá “mais tempo” para desenvolver condições crônicas associadas à idade avançada.

Com uma sociedade cada vez mais envelhecida e em tendência de crescimento, é muito necessário informar a população em geral sobre as condições crônicas que estão associadas à idade de forma regular. Muitas delas não colocam a vida do paciente em risco, mas requerem cuidados especiais e mudanças na rotina. Continue lendo se quiser saber as 10 doenças mais comuns na velhice.

O que é velhice?

Os termos velhice, terceira idade ou senescência referem-se às últimas décadas da vida de uma pessoa, próxima à idade média de morte da espécie humana, que é 78,4 e 83,8 anos para homens e mulheres na União Européia. Esta etapa pode ser dividida em 3 períodos: velhice – juventude (55-65 anos), velhice média (66-84 anos) e velhice avançada (85 anos ou mais).

Os padrões de senescência são comuns a todos os seres humanos. Por exemplo, os telômeros (seções protetoras de DNA dos cromossomos) se rompem com cada divisão celular, até que se tornem curtos o suficiente para impedir que o reparo do tecido continue e as células morram. É impossível não envelhecer, porque a vida exige proliferação e a proliferação se esgota.

No entanto, deve-se notar que a idade cronológica e a idade biológica não são exatamente iguais. Embora os telômeros sejam constantemente encurtados, uma pessoa com bons hábitos de vida terá menos desgaste orgânico do que outra alcoólatra ou viciada em tabaco, por exemplo. Por isso, o envelhecimento é único e, em certa medida, subjetivo.

As 10 doenças mais comuns na velhice

703 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivem no mundo hoje, conforme indicam as Nações Unidas. À medida que esse número aumenta cada vez mais, as patologias que há centenas de anos eram consideradas excepcionais hoje são o pão de cada dia. Aqui estão as 10 doenças mais comuns na velhice.

80% dos idosos têm uma condição crônica e 68% têm 2 ou mais.

1. Pressão alta

As doenças mais comuns na velhice incluem pressão alta
A hipertensão é frequentemente conhecida nos círculos médicos como um inimigo silencioso, uma vez que raramente causa sintomas. Quando isso ocorrer, pode ser uma emergência.

O National Council of Aging (NCOA) nos informa em um infográfico muito interessante que 58% dos idosos têm hipertensão. Este termo é usado para descrever a pressão arterial elevada, geralmente quando os valores da pressão sistólica e diastólica são iguais ou superiores a 130/80 milímetros de mercúrio (mmHg), respectivamente.

A maioria das pessoas com hipertensão não apresenta sintomas, mesmo que os níveis de pressão arterial atinjam limites muito perigosos. No entanto, às vezes essa condição se apresenta com dores de cabeça, hemorragias nasais e falta de ar. Em 90% dos casos, essa condição é de origem idiopática e é conhecida como hipertensão essencial.

Medicamentos diuréticos e betabloqueadores são classicamente usados para controlar esta doença. Antagonistas do cálcio, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) e antagonistas do receptor da angiotensina II (ARA-II) também são usados. Ainda assim, a hipertensão não tratada mata 7,5 milhões de pessoas a cada ano, de acordo com a Heart Foundation.

2. Colesterol alto

Essa condição afeta 47% da população idosa. O colesterol é uma substância encontrada em todas as células do corpo e é um composto necessário para muitos processos fisiológicos em humanos. No entanto, se for armazenado em excesso, aumenta muito o risco de doença arterial coronariana.

A incidência dessa condição aumenta muito com a idade e, portanto, homens e mulheres entre 45 e 65 anos devem fazer um teste de colesterol no sangue uma vez por ano. As concentrações são preocupantes quando ocorrem acima de 240 miligramas por decilitro.

Seguir uma dieta saudável, controlar o peso e praticar exercícios são hábitos que podem ajudar muito a reduzir os níveis de colesterol no sangue.

3. Artrite: outra das doenças mais comuns na velhice

A artrite ocorre em 31% dos idosos, embora a prevalência geral seja de 1% se levarmos em consideração todos os setores da população (incluindo jovens e crianças). Essa condição é caracterizada por inchaço de uma ou mais articulações, com sintomas como dor, rigidez e diminuição da amplitude de movimento nos membros afetados.

Uma das formas mais comuns é a artrite reumatóide. Nesse caso, o sistema imunológico da pessoa ataca o revestimento da cápsula que mantém as articulações lubrificadas. Essa condição vai além do desgaste normal causado pela idade, pois um componente imunológico atípico entra em ação.

Analgésicos, incluindo anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), são geralmente os medicamentos mais prescritos nesses tipos de doenças. Além disso, drogas antirreumáticas modificadoras da doença são freqüentemente usadas. As últimos são de particular interesse, pois podem impedir o sistema imunológico de atacar as articulações.

4. Doença isquêmica do coração

29% dos idosos têm problemas cardíacos, sem contar a insuficiência cardíaca (que veremos mais adiante). Estima-se que a doença isquêmica do coração, em muitos contextos relacionados à doença coronariana, causa 4 milhões de mortes a cada ano na Europa, 1,9 milhões se limitarmos a amostra apenas à União Europeia (UE). Isso representa 47% de todas as mortes.

Os fatores de risco para o desenvolvimento deste grupo de condições são os seguintes:

  1. Idade: a incidência deste grupo patológico aumenta dramaticamente com a idade. O risco nos homens aumenta após 45 anos e 55 anos nas mulheres.
  2. Sexo: os homens têm maior probabilidade do que as mulheres de sofrer desse tipo de doença, mais comum na velhice.
  3. Hereditariedade: de acordo com a BBC, o cromossomo Y, a porção do DNA que determina o sexo masculino, desempenha um papel na herança da doença arterial coronariana. É por isso que também ocorre com mais frequência em homens.
  4. Fatores evitáveis: colesterol alto, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus associado à obesidade e outras condições favorecem o desenvolvimento de cardiopatia isquêmica.

A causa desse quadro clínico é a alteração das artérias coronárias, principalmente devido à aterosclerose ou endurecimento anormal das paredes arteriais. Várias entidades derivam desse evento que você certamente conhece, como angina de peito, infarto do miocárdio, doença cardíaca isquêmica crônica ou morte cardíaca súbita.

5. Câncer

Se falamos em doenças crônicas, infelizmente o câncer é um dos principais representantes. Essa condição começa com uma falha ou mutação no nível do DNA em uma linha de células que, conseqüentemente, passam a crescer descontroladamente e não morrem quando corresponde. Devido ao agrupamento de células malignas, formam-se os temidos tumores cancerosos.

Essas células mutantes podem migrar para outras partes do corpo, levando a um tumor secundário e a um evento conhecido como metástase. Se a probabilidade de desenvolver câncer aos 40-44 anos é de 3% nas mulheres e 1,9% nos homens, esse número dispara aos 80 anos, com quase 50% e 31,8% respectivamente, conforme indicado pelo SEOM.

Vamos mais longe, já que 60% das pessoas com câncer em todo o mundo têm 65 anos ou mais. Essa condição está intrinsecamente ligada à idade, uma vez que a exposição a produtos químicos, doenças, carcinógenos e muitos outros fatores promovem que, quanto mais tempo passa, maior é a probabilidade de desenvolver câncer.

6. Diabetes: outra das doenças mais comuns na velhice

Segundo fontes já citadas, 27% dos idosos sofrem de diabetes. Esta condição é caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, seja pela falta de produção de insulina ou pelo uso inadequado dela no organismo. A prevalência geral dessa condição é de 10% para a faixa etária entre 30 e 89 anos.

Os sintomas da diabetes são aumento da sede, micção frequente, fome muito evidente, fadiga, irritabilidade, visão turva, feridas que demoram a cicatrizar e infecções frequentes, entre outros. A terapia com insulina é essencial em pacientes com diabetes tipo 1, mas o tipo 2 requer exercícios físicos e alimentação saudável para se resolver além das drogas.

7. Depressão

Conforme indicado pelo portal médico Elsevier , 10% dos idosos que moram em suas casa sofrem de depressão. Esse número sobe para 20% nos internados, para 35% nos que moram em residências e até 50% nos internados em centros psiquiátricos.

Frequentemente, é dada ênfase especial em ajudar os jovens a lidar com essa condição, mas não podemos nos esquecer dos mais velhos. A solidão, a perda de um parceiro vital, a falta de objetivos e a diminuição das faculdades podem causar muitos danos a nível psicológico. Portanto, companhia e autorrealização são muito importantes, seja a pessoa com 20 ou 90 anos.

A solidão e o isolamento na velhice são problemas muito sérios. É responsabilidade individual e grupal cuidar dos mais velhos, pois eles deram tudo por nós.

8. Insuficiência cardíaca

Entre as doenças mais comuns na velhice está a insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca é uma doença de difícil controle, exigindo exames médicos regulares e tratamento permanente. Na verdade, sua mortalidade poucos anos após o diagnóstico costuma ser alta.

A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue mais bombear com eficiência sangue rico em oxigênio para o resto do corpo, causando uma série de sintomas sistêmicos muito graves. Cerca de 1% da população com mais de 40 anos apresenta um quadro desse tipo e a prevalência dobra a cada década de vida. A partir dos 70 anos, 10% dos idosos sofrem com isso.

É importante não confundir essa condição com cardiopatia isquêmica: a insuficiência pode ser desencadeada por cardiopatia isquêmica, mas também por várias cardiomiopatias, valvopatia e arritmias. Seja como for, essa condição causa 20-30% das mortes súbitas em países de alta renda.

A insuficiência cardíaca é uma das doenças mais comuns da velhice, mas também uma das mais mortais.

9. Doença renal crônica

A doença renal crônica é outra das condições típicas dos idosos e estima-se que 18% dos idosos sofram dessa doença. Esta patologia descreve a perda gradual de funcionalidade dos rins, órgãos responsáveis pela filtragem do sangue e produção da urina. Pressão alta, obesidade e tabagismo ativo são alguns de seus desencadeadores claros.

Os sintomas da doença começam a se instalar aos poucos, à medida que o tecido renal perde sua funcionalidade. Alguns deles são os seguintes: náuseas, vômitos, fadiga, fraqueza, inchaço dos pés e tornozelos (edema), dor no peito, falta de ar e coceira constante, entre outros.

Pode-se tentar prevenir a doença, mas uma vez que os últimos estágios do dano renal foram alcançados, a diálise e o transplante de rim são tratamentos necessários.

10. Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é a causa de 60 a 80% da demência, conforme indica a Associação de Alzheimer. Esta condição é caracterizada por perda de memória e outras condições mentais, à medida que ocorrem danos neuronais e diferentes áreas do cérebro atrofiam.

Infelizmente, esta é uma das doenças mais comuns e incapacitantes da velhice. Estima-se que 1 em cada 9 pessoas com 65 anos ou mais e 1/3 das pessoas com mais de 85 apresentará sinais de demência devido ao Alzheimer antes da morte. Muito pouco se sabe sobre este quadro clínico e sua etiologia, por isso as pesquisas continuam até hoje.

Idade não é sinônimo de desconforto

Como nota final, deve-se destacar que ser mais velho ou idoso não significa estar constantemente mal. Às vezes, consideramos natural ser infeliz ou ter dores constantes nas últimas etapas da vida, porque “já vivemos o que tivemos de viver”. Nada poderia estar mais longe da verdade: a depressão não é normal em nenhum estágio, assim como a idade não é desculpa para não controlar o colesterol ou o diabetes.

Embora ossos e órgãos sofram com o tempo, enquanto a mente permanecer funcional e o coração continuar a bater, o indivíduo permanece vivo. Com a ajuda da farmacologia e do apoio psiquiátrico relevante, uma pessoa idosa pode desfrutar da sua velhice como qualquer outro jovem no seu dia-a-dia. Envelhecer nunca é sinônimo de sofrimento.




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