Medicamentos para a insônia: usos e efeitos colaterais

A insônia é um problema muito frequente na população em geral, que requer o tratamento com medicamentos em muitos casos. Você quer saber quais são os usos e os efeitos desse tipo de medicamento? Continue lendo!
Medicamentos para a insônia: usos e efeitos colaterais

Última atualização: 24 março, 2021

O ato de dormir é algo necessário para o corpo humano; durante o sono, ocorrem diferentes processos que influenciam o equilíbrio físico e mental das pessoas. Infelizmente, existem múltiplas patologias capazes de alterar esse processo e causar insônia, o que torna necessário o uso de medicamentos para o seu tratamento.

A insônia é um distúrbio caracterizado pela incapacidade de adormecer ou de permanecer dormindo. Pode dificultar as atividades diárias por causa dos sintomas diurnos e noturnos que gera. Em muitas ocasiões, é um sintoma de outras condições psiquiátricas, tais como ansiedade e depressão.

Esse distúrbio do sono está ligado a fatores psicológicos e, portanto, primeiramente é necessário fazer mudanças no estilo de vida. Se essas alterações não funcionarem, o especialista pode prescrever alguns medicamentos para tratar a insônia; no entanto, esses medicamentos têm alguns efeitos colaterais.

Quais são os medicamentos para a insônia?

Os medicamentos para a insônia podem melhorar a qualidade de vida.
Sem tratamento, a insônia pode se tornar uma doença muito grave.

É impressionante o número de pessoas que consomem medicamentos para dormir no mundo todo. Por exemplo, estudos mostram que o consumo desses compostos aumentou em países como a Espanha em até 34,3%. Por isso, é fundamental conhecer e identificar quais são os medicamentos usados para tratar esse transtorno.

Eles estão incluídos em um grupo de psicofármacos conhecidos como hipnóticos. A principal função dessas drogas é deprimir a atividade do sistema nervoso central (SNC) com o objetivo de obter um sono reparador. Entre esses medicamentos, destacam-se os seguintes:

Benzodiazepínicos e análogos

Esses medicamentos são o tratamento de escolha para diversos distúrbios do sono. Eles aumentam o efeito depressor exercido pelo ácido gama-aminobutírico (GABA) sobre o organismo. Esses compostos se ligam ao local de reforçodo receptor GABA, aumentando a entrada de íons de cloreto na célula.

Dentre os benzodiazepínicos e seus análogos mais utilizados, destacam-se os seguintes:

  • Lormetazepam.
  • Zolpidem.
  • Alprazolam.
  • Lorazepam.

Medicamentos não benzodiazepínicos ou barbitúricos

Esse grupo de medicamentos é formado por todos aqueles compostos com uma estrutura diferente dos benzodiazepínicos e barbitúricos. Os principais componentes desse grupo são os antidepressivos com efeito sedativo e os anti-histamínicos, pois proporcionam o mesmo efeito sedativo.

Dentre os medicamentos pertencentes a este grupo de fármacos, destacam-se os seguintes:

  • Paraldeído.
  • Hidrato de cloral.
  • Etclorvinol.
  • Difenidramina.

Barbitúricos

Apesar do seu grande efeito sedativo, esses medicamentos não são usados para tratar a insônia atualmente. Isso se deve ao grande número de efeitos colaterais que elas causam nas pessoas que os utilizam, dentre os quais se destacam a depressão cardiorrespiratória e os danos renais.

Usos de medicamentos para insônia

São múltiplos os medicamentos para a insônia.
Embora os medicamentos para a insônia sejam muito variados, muitos deles têm a capacidade de gerar dependência.

Todos os hipnóticos são usados no tratamento da insônia crônica, que deve ocorrer em pelo menos 3 noites por semana durante um período superior a 3 meses. Esses medicamentos também podem ser usados no tratamento da insônia aguda, porém, nesses casos, devem ser a última opção.

Os psicofármacos em geral são utilizados no tratamento de múltiplas doenças, portanto, o efeito sedativo dos hipnóticos é útil no controle de outras patologias. Nesse sentido, esses medicamentos também são úteis no tratamento de doenças como a ansiedade e a depressão.

Cabe recordar que existem outros compostos que têm efeito sedativo, porém, eles foram sintetizados para o tratamento de diferentes patologias. Um exemplo disso são os anti-histamínicos, que são o tratamento de escolha para múltiplos processos alérgicos.

Outro caso muito semelhante ao dos anti-histamínicos são os neurolépticos. Este grupo de medicamentos foi criado com o objetivo de tratar os diferentes tipos de psicose. No entanto, eles também deprimem o SNC e, por isso, podem induzir o sono e aliviar os sintomas da insônia.

Quais são os seus efeitos no organismo?

Conforme mencionado anteriormente, os medicamentos para tratar a insônia são responsáveis por diminuir a atividade do sistema nervoso central. Essa diminuição da atividade é o que possibilitará adormecer e permanecer dormindo nas pessoas com o transtorno.

Assim como acontece com todos os medicamentos comercializados, os hipnóticos também têm efeitos colaterais. O principal efeito que podem ter é a sonolência causada por a uma depressão prolongada da atividade encefálica.

Por outro lado, alguns estudos mostram que o organismo pode desenvolver tolerância e dependência a essas drogas quando elas são utilizadas durante um período prolongado. A tolerância seria o fenômeno no qual é necessário aumentar a dose para atingir o efeito desejado em decorrência de diferentes mudanças nas células.

A dependência é a incapacidade de abandonar o consumo de um composto. Quando a administração dessas drogas é interrompida abruptamente, é possível desenvolver uma síndrome de abstinência. Nesse sentido, é de vital importância seguir as instruções de administração e de suspensão fornecidas pelo especialista.

Os benzodiazepínicos e os seus análogos são a primeira escolha

O uso de medicamentos para tratar a insônia só deve ser iniciado quando todos os outros tratamentos disponíveis falharem. O consumo desses compostos deve ser feito com estrita supervisão médica por causa dos efeitos que eles podem desencadear no organismo.

Apesar do grande número de hipnóticos disponíveis, os benzodiazepínicos e os seus análogos ainda continuam sendo o tratamento de primeira linha. Isso ocorre por causa da sua grande eficácia e da sua baixa capacidade de desencadear processos de tolerância e dependência.



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